Quando Sergio Moro saiu do governo da forma que saiu, comentei que talvez fosse o fim de Bolsonaro. Hoje vejo que fui muito afoito. Talvez tenha sido o fim do Moro. O ex-juiz tinha um capital político importante por conta da Lava Jato, mas desde então adotou uma postura bem estranha. Aliou-se à imprensa tucana que faz oposição ao governo, fez denúncias graves sem provas, e agora disputa com Bolsonaro a presidência, demonizando o atual governo do qual fez parte e o colocando como tão ruim quanto o lulopetismo, o que é ridículo.[Moro não disputa nada; o ex-juiz é apenas um futuro ex-candidato à presidência da República. Moro simboliza todos que querem ser mas não passam do 'querem'. Sua vocação, até mesmo patológica,é e sempre será ser um EX qualquer coisa. ]
Não por acaso, Moro virou um traidor para milhões de brasileiros. Suas mensagens nas redes sociais são coisa de marqueteiro, tudo calculado e artificial para agradar certa elite "progressista". E, pensando em ter algum engajamento, Moro decidiu se unir ao que há de pior: os tucanos oportunistas do MBL, que já demonstraram não possuir qualquer espírito público, somente um projeto particular de poder.
Parece que essa parceria já tem influenciado a postura de Moro. Kim Paim, um trabalhador que mora na Austrália e prepara "dossiês" com base em notícias da imprensa e documentos oficiais, fazendo elos interessantes que muitos gostariam de manter debaixo do tapete, resgatou mensagens de Moro na "Vaza Jato" e fez perguntas incômodas sobre a postura do ex-juiz. Moro não gostou, e atacou o mensageiro:
Do meu lado, com todo respeito, questionei se Moro estava sendo leviano ou se tinha provas da grave acusação que fizera contra Paim. Moro não respondeu, apesar da enorme repercussão do meu comentário. Por sua vez, sua assessoria informal de imprensa preferiu dobrar a aposta:
Leandro Ruschel comentou sobre a postura dos "antas": "O Antagonista virou o cercadinho do Moro. Pelo menos eles são transparentes. Outros veículos fazem campanha pra Lula, enquanto alegam isenção. Gostei dessa parte: "VPR e MBL já estão subindo tag...". Tremam! O pessoal que coloca 600 pessoas na Paulista está vindo com tudo!"
É gado que chama? Ou vassalo? Essa semana Moro deu "entrevista" a Felipe Moura Brasil, outro que mais parece assessoria de imprensa do candidato. É essa gente que me chama de capacho ou insinua que sou bolsonarista e vendido. Eles têm um político de estimação. Eles fazem campanha escancarada. Eles viraram oposição ferrenha a Bolsonaro não por espírito público, mas por disputa de poder. É um jogo sujo, de quem não parece realmente preocupado com o Brasil.
Ao mesmo tempo em que denunciam a aproximação do governo com o centrão, ignorando que é inviável ter governabilidade sem isso, elogiam o mesmo centrão, como fez o próprio Moro, afirmando que há gente boa lá. Alexandre Borges, outro dessa patota, chegou a defender como "conservadores" o centrão fisiológico, tudo para atacar bolsonaristas:
Eis o que está cada vez mais transparente: essa turma toda, tucana de alma, oportunista ao extremo, quer derrubar Bolsonaro porque busca o poder. Eles não conseguem admitir indivíduos independentes, que fazem análises isentas por não almejarem qualquer cargo público. Partem então para a tática pérfida de acusar todos que enxergam virtudes no atual governo de "vendidos". É leviandade demais, algo que um ex-juiz jamais deveria fazer.
Rodrigo Constantino, colunista - VOZES - Gazeta do Povo