Nicolao Dino foi preterido pelo presidente Michel Temer para comandar a PGR
Os minutos que antecederam a posse de Raquel Dodge como procuradora-geral da República foram marcados por uma gafe. Seguranças barraram a entrada de Nicolao Dino, vice-procurador-geral eleitoral na gestão de Rodrigo Janot
e o mais votado da lista tríplice formada para escolha do chefe da
Procuradoria-Geral da República (PGR). Raquel foi a segunda mais votada,
e acabou escolhida para o cargo por Temer.
Nicolao é muito próximo a Janot, que não deve comparecer à posse de
sua sucessora. Os dois são de alas opostas dentro da PGR. Ele acabou
preterido por Temer, porque é alinhado a Janot e também é irmão do
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), adversário do clã Sarney,
fiador do governo Temer. O presidente foi denunciado por Janot por duas
vezes, uma por corrupção passiva e outra por organização criminosa e
obstrução de justiça.
A gafe durou poucos minutos. Nicolao entrou pelo acesso destinado à
imprensa, e acabou barrado pelos seguranças. O clima esquentou, em razão
da reação de integrantes da PGR que estavam com o vice-procurador-geral
eleitoral e que tentavam explicar aos seguranças quem era Nicolao [é óbvio e ululante que os que estavam com o vice-procurador-geral eleitoral são daquela turma que está procurando se manter em evidência, agora que Janot pertence ao passado - um passado não muito glorificante para ele e seus áulicos.] . Os
seguranças cobravam uma identificação especial, necessária para o acesso
ao auditório. O acesso foi dado a ele e às pessoas que o acompanhavam logo em
seguida. Eles entraram no auditório minutos antes do horário previsto
para o início da posse.
Fonte: O Globo