O Globo
Em decisão inédita, Justiça Federal autoriza advogada a sacar FGTS para fazer reprodução assistida
O juiz federal Alaôr Piacini, de Anápolis (Goiás), está fazendo história. Ele autorizou, pela urgência do caso, que a advogada Mariane Stival, 40 anos, sacasse R$ 28 mil de seu FGTS para que ela e a sua mulher, a empresária Jordana Stival, 26 anos, fizessem uma reprodução assistida. Foi assim: os poucos óvulos que Mariane ainda tinha foram retirados para a fertilização. O sêmen foi comprado por R$ 7 mil de um banco dos EUA, que entrou no Brasil com a autorização da Anvisa. O embrião foi implantado em Jordana, que, hoje, está com oito meses de gravidez.
A autorização para o saque do FGTS, usado para a reprodução assistida, abre precedente para que outros casais recorram ao mesmo expediente. Mariane já é mãe de Maria Eduarda, de 14 anos. A adolescente está empolgada com a chegada do irmão. - Nós estamos realizando o sonho de exercer a dupla maternidade. É uma gestação compartilhada. Eu tinha poucos óvulos ainda bons para serem utilizados. No SUS, há uma longa fila e eu já não tinha mais tempo a perder. E a reprodução assistida é muito cara. Foi um amigo que trabalha comigo no escritório, o advogado Jefferson Maleski, especializado em FGTS, que teve a ideia de fazer a ação. E acabamos ganhando na Justiça o direito de sacar o valor para fazermos o tratamento - conta Mariane.
As famílias de Mariane e de Jordana estão muito felizes com a chegada do novo membro da família. Jordana espera um menino, que vai ser chamado de Joseph: - A minha avó, de 96 anos, não consegue entender como foi feito o processo. Mas ela já pergunta quando o nosso bebê vai chegar. Estamos na expectativa, cercadas de amor. E um dos embriões está congelado para termos um outro filho futuramente, finaliza Mariane.
Que Nossa Senhora do Bom Parto as proteja!
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