Revista Oeste
Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
— Estou te reconhecendo. Você não é um dos autores do Plano Real?
— Sim, sou.
— Que emoção! Sempre quis te conhecer. Te considero um herói.
— Obrigado.
— Pode tirar uma foto comigo?
— Claro.
— Poxa, nem sei o que dizer. Vamos lá. Se importa se eu te abraçar?
— Fica à vontade.
— Legal. Se puder sorrir um pouquinho te agradeço ahaha.
— Tranquilo.
— O “L”.
— O “L”? L de que? De Liberalismo?
— Não. L de Lula.
— De Lula??!! Mas…
— Acho que faltei essa aula de gramática. Preferia quando você dava aula de matemática.
— Você é pedagogo?
— Não.
— Então me libera das suas reflexões sobre português e matemática.
— Ok. Tá liberado da foto também.
— Desistiu de tirar?
— Não. Acabou a bateria do meu telefone.
— Ué, estou vendo seu telefone ligado.
— Então vou te fazer só mais uma pergunta: como alguém que instituiu a responsabilidade fiscal no país pode apoiar um candidato que promete o fim do teto de gastos?
— Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
— Ah, tá. Então eu também posso dizer que o meu telefone está ligado mas a bateria acabou. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
— Você está me irritando.
— Você também.
— Ótimo. Se estamos ambos irritados, vou embora para nos salvar dessa conversa irritante.
— Manda um beijo pro Lula. Diz pra ele que valeu a pena aqueles dez anos de bombardeio.
— Que bombardeio?
— Contra o Plano Real. Ele não conseguiu afundar o país naquele momento, mas agora tem o inimigo aos pés dele. Quem espera sempre alcança.
— Para de falar merda.
— Agora já estou te achando mais parecido com o Lula. Só falta dizer que pedalada fiscal é normal e a Dilma sofreu um gópi.
— Cala a boca.
— Você não sabe nada.
— Não mesmo. Também não sei se você agora é um sem-teto ou um sem-vergonha.
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Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste