Leandro Ruschel
Estouro do orçamento, “desenvolvimentismo”, controle de preços, uso político de estatais, BNDES emprestando para ditaduras amigas… já vimos esse filme antes. Agora, há o agravante do AUTORITARISMO. Mas o que fazer para proteger o seu patrimônio diante do desastre em curso?
1) A previsibilidade diminuiu. O novo governo sinalizou claramente o seu perfil extremista de esquerda. A única questão em aberto é qual o nível de resistência que haverá ao projeto petista. Os primeiros sinais são muito ruins, com a aprovação da PEC do Rombo, por exemplo.
2) Num ambiente de incerteza, é mais arriscado investir para o longo prazo. Vale para decisões de negócio, ou para alocações financeiras pessoais. É preciso cortar custos, e aumentar a sua reserva.
3) Esse será um governo gastador e irresponsável, o que produzirá inflação e taxas de juros mais altas. Nesse ambiente, o mercado de ações fica prejudicado, e os títulos de renda fixa, especialmente os pós-fixados, são favorecidos.
4) A política monetária acaba sendo a única ferramenta de controle da inflação, na velha doença maníaco-depressiva brasileira produzida pelo descasamento com a política fiscal. Mas há um risco aí: o governo tentar baixar os juros na canetada, como fez a Dilma.
A independência do BC seria um antídoto contra uma intervenção direta, e o atual mandato do seu presidente, Campos Neto, em tese vai até o final de 2024. Mas da mesma maneira que o Teto de Gastos foi facilmente enterrado, o mesmo pode acontecer com a independência do BC.
5) Dependendo do ritmo do desastre, haverá fuga de capitais, que será acelerada se não houver a âncora monetária. O governo tem instrumentos para barrar a saída de recursos em dólar, através da elevação do IOF até 25% numa canetada, por exemplo.
Na Argentina, onde há um governo com a mesma mentalidade desse novo governo brasileiro, foi implementado um controle absoluto de capitais. Cada argentino pode comprar/gastar no máximo US$ 200 por mês. Existem diversas taxas de câmbio oficiais, completamente artificiais.
6) Ou seja, é URGENTE ter pelo menos parte do seu patrimônio em moeda forte, enquanto é possível. Por uma série de motivos, considero os EUA o melhor hub para fazer investimentos globais. Infelizmente, são poucos os brasileiros que tem o seu patrimônio diversificado no mundo.
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