O
relatório da PEC que estabelece o limite do teto de gastos foi
apresentado no mesmo dia em que o governo recebeu um banho de água fria
com os dados da produção industrial. Depois de cinco meses de alta, veio
um tombo que anulou todo o resultado positivo. A economia continua em
recessão, e isso significa menos receita. Evitar aumento de despesas é
ainda mais necessário.
Há um longo caminho até a aprovação que o
governo prevê para o final do ano. Se houver qualquer problema, o
cronograma não será cumprido. A parte boa é que até agora houve total
colaboração entre governo e Congresso. As mudanças no texto foram
incluídas com a ajuda de um grupo de funcionários da Consultoria de
Orçamento da Câmara. Houve muito debate sobre o prazo. Mas a conclusão
foi que era necessário manter dez anos. — O cálculo é que a PEC
vai levar a uma queda da despesa de meio ponto do PIB ao ano. A despesa
federal hoje é 20% do PIB. Ela cairia para 15% em dez anos. O país
sairia dos 2,7% do PIB de déficit primário para 2% do PIB de superávit —
disse Mansueto de Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico da
Fazenda.
O governo perdeu nos últimos quatro anos 2% do PIB de
receita por causa da queda da atividade econômica. Algo teria que ser
feito. Mansueto discorda das críticas de que a PEC vai reduzir gastos de
educação e saúde. Na educação, a Constituição estabelece que o mínimo é
18% da receita de impostos, sem entrar na conta as contribuições. Isso
daria R$ 45 bilhões, mas o governo, segundo o secretário, está gastando
R$ 61 bilhões. No ano que vem, a despesa mínima seria R$ 48,8 bilhões,
mas estão no Orçamento R$ 62,5 bilhões: — Além disso, está na proposta que a PEC não mexe com o Fundeb nem com o Fies.
Na
saúde, havia sido aprovada, em 2000, a emenda 29, que estabelecia um
percentual do PIB como despesa mínima. Pela emenda 86, do ano passado,
passou a ser de 13,5% da receita corrente líquida, chegando a 15% em
2020. — O problema é que a receita caiu muito nos últimos anos e
concordamos em antecipar e já ficar em 15% agora. O mínimo no ano que
vem seria R$ 102,4 bilhões e vamos para R$ 113,7 bilhões — diz Mansueto.
A
partir de 2018, esse limite será corrigido sempre pela inflação de 12
meses. E se houver aumento de receita além do projetado? Mansueto diz
que serão quitados os restos a pagar que estavam, no começo deste ano,
em R$ 180 bilhões. A aprovação de medidas de ajuste fiscal
ajudaria a manter a confiança que vinha subindo em vários setores
empresariais, como a indústria. Mas não será fácil. São duas votações na
Câmara, a primeira deve ser dia 11 de outubro. Depois, duas no Senado.
Só poderá ser considerada aprovada se não houver alteração no texto no
Senado. E isso é difícil de garantir.
A queda em agosto foi maior
na indústria automotiva e na de alimentos, mas a retração foi
disseminada: atingiu 21 dos 24 setores industriais. O diretor-geral para
América Latina da Makino, Carlos Eduardo Ibrahim, empresa japonesa de
máquinas com filial no Brasil, explica que a melhora será em ritmo muito
lento, com altos e baixos. — O motor da economia estava girando
no sentido contrário. Agora, está parando, para só depois ir no sentido
certo. Há uma inércia que precisa ser superada, e isso leva tempo —
afirmou.
Muitas pequenas e médias empresas fecharam nos últimos
meses e colocaram à venda suas máquinas. O mercado de usados foi
inundado e máquinas novas deixaram de ser produzidas. Fernando
Figueiredo, presidente da Associação Brasileira da Indústria Química
(Abiquim) não esperava a forte queda da indústria. Os números do seu
setor, que é considerado um termômetro do nível de atividade, vinham
mostrando melhora. — A indicação generalizada é de que o fundo do
poço foi atingido em junho. Julho e agosto melhoraram. Estamos com
dados positivos no acumulado de 12 meses. Quem puxa a indústria química
são os outros setores, e podemos dizer que todos os nossos clientes
estão comprando mais — afirmou.
Não é fácil sair de um poço tão
fundo quanto o que a economia brasileira entrou. Mas é certo que o que
acontecer em Brasília vai se refletir em maior ou menor confiança na
capacidade de recuperação do país.
Fonte: Blog da Míriam Leitão
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador PEC do teto de gastos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PEC do teto de gastos. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
O teto e a queda
Marcadores:
inflação,
máquinas,
PEC do teto de gastos,
pequenas e médias empresas,
recessão
Assinar:
Postagens (Atom)