ADONIS OLIVEIRA - LÍNGUA FERINA
CASO 01 – Polícia Federal.
Quando cheguei na China, na fábrica do exportador, para fazer a inspeção final de embarque, qual não foi a minha surpresa ao ser informado de que estes não haviam recebido o pagamento do sinal. Comparamos as nossas correspondências e vimos imediatamente a fraude que havia sido feita conosco. A consequência? Como dizem os advogados: “Quem paga errado paga duas vezes! ”
Ao retornar ao Brasil, fui à Polícia Federal dar queixa, a fim de justificar o envio de uma grande quantia em dólares para o exterior sem que tivesse uma contrapartida na importação de algum bem. Na mesma ocasião, solicitei ao Delegado que nos disponibilizasse o acesso ao departamento daquele órgão com competência para rastrear as mensagens e saber de onde haviam partido, de modo a poder ir atrás do “Hacker” e dar-lhe alguns “conselhos” e admoestações. Que dizer: uma surra muito bem dada.
Qual não foi minha surpresa ao ser advertido pelo brioso delegado de que (sic) “A função da Polícia Federal é proteger o Estado, e não um cidadão qualquer”. Fiquei perplexo, atônito, estupefato, boquiaberto, embasbacado, abilolado, e o mais que não consigo encontrar palavras para expressar. Perguntei aos meus botões:
– Ué! E essa porra não é para proteger os cidadãos não, é?
Tornei a perguntar:
– É para isso que sustentamos essa cambada imensa a pão de ló e com toda as mordomias possíveis e imagináveis?
E o exemplar funcionário “público” respondeu candidamente: – SIM!
Foi só aí que me dei conta de que a única função do público pagante, nesta festa pobre, é entrar fantasiado de bunda numa festa de bilôla, gerenciada pelos donos do aparato estatal.
CASO 02 – Procuradoria do meio ambiente do Piauí.
Nas andanças pelo mundo, mantive contato com empresas da China e da Índia que desenvolveram uma tecnologia fantástica para a reciclagem de lixo urbano. A principal característica é a produção de energia, com uma parte do lixo, e óleo diesel com a outra parte. Tudo isso de forma altamente limpa, sem odores desagradáveis no entorno das instalações de tratamento e, altamente viável em termos econômicos. Nosso país sofre cronicamente com os famigerados “lixões”. Fazem uns 30 anos que tentam erradica-los. São lugares, nas periferias das cidades, onde o lixo é amontoado. A esperança é que o tempo lhe dê um tratamento adequado. São locais dantescos: Urubus voando, uma catinga desgraçada, lençol freático contaminado com o chorume (aquela gosma que escorre), alta produção de metano (efeito estufa), dezenas de miseráveis, inclusive crianças, catando algo que os ajude a sobreviver, e por aí segue.
– O senhor está querendo que eu faça advocacia administrativa para sua empresa?!?!?!
Só acertei dizer:
– Doutor, o senhor não entendeu a minha proposta.
Foi quando ele disse:
– Pois passe outro dia e explique em mais detalhes. Veja com a minha secretária.
Contatada, esta afirmou que só teria espaço na agenda para daí a alguns dias. Fui embora e não voltei até hoje!
MINHA CONCLUSÃO:
Poderia continuar relatando casos e mais casos em que o imenso e custoso aparato estatal mostrou que só serve para proteger seus apaniguados. Seria redundante!
As conclusões a que chego são:
1- Todas as vezes em que algum crápula asqueroso vem com a conversa sebosa de que “Está defendendo a democracia; ou defendendo o Estado” e coisas que tais, o que está defendendo na realidade é a integridade do próprio orifício corrugado póstero lombar. Está defendo suas mordomias, privilégios, seu poder de cometer arbítrios, prender, perseguir, arrebentar, desmonetizar, extorquir financeiramente, e por aí segue.
O ESTADO É ABSOLUTO!
KGB – Komitet Gosudarstvennoy Bezopasnosti, ou Comitê para a Segurança do Estado. Polícia secreta da antiga União Soviética.
STASI – Ministerium für Staatssicherheit ou Ministério para a Segurança do Estado. Principal organização de polícia secreta e inteligência da Alemanha Oriental (RDA).
GESTAPO – Geheim Staatspolizei ou Polícia Secreta do Estado – Nazista
PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado – Polícia política portuguesa.
SECURITATE – Departamentul Securităţii Statului ou Departamento de Segurança do Estado. Foi a agência de Polícia Secreta da República Socialista da Romênia.
3- O povo brasileiro vive com medo do aparato estatal. Vivemos numa tirania absoluta.
Michael Foucault (Comunista de carteirinha), em sua obra VIGIAR E PUNIR, descreveu brilhantemente o estado de selvageria a que a humanidade regrediu nas mãos de ditaduras socialistas:
“De acordo com a ordenação de 1670, …, era impossível ao acusado ter acesso às peças do processo, impossível conhecer a identidade dos denunciadores, impossível saber o sentido dos depoimentos antes de recusar as testemunhas, impossível fazer valer, até os últimos momentos do processo, os fatos justificativos, impossível ter um advogado, seja para verificar a regularidade do processo, seja para participar da defesa. Por seu lado, o magistrado tinha o direito de receber denúncias anônimas, de esconder ao acusado a natureza da causa, de interrogá-lo de maneira capciosa, de usar insinuações. Ele constituía, sozinho e com pleno poder, uma verdade com a qual investia o acusado; e essa verdade, os juízes a recebiam pronta, sob a forma de peças e relatórios escritos; para eles, esses documentos sozinhos comprovavam; só encontravam o acusado uma vez para interrogá-lo antes de dar a sentença. A forma secreta e escrita do processo confere com o princípio de que em matéria criminal o estabelecimento da verdade era, para o soberano e seus juízes, um direito. ”
Tudo isto era coerente para Luiz XIV, quando o princípio básico era: “L’état c’est moi!”
Hoje, no Brasil, em que vivemos uma situação de proto-comunismo instalado, e onde o estado é tudo, temos um STF amaldiçoado e execrado pela maioria acachapante da população, e que se arvorou no papel do rei absolutista. Dizendo ser o “Defensor da Democracia” e do “Estado”, transformou-se numa KGB ou numa GESTAPO. [em situações especiais - classificação que cabe ao STF - o STF acumula funções de Vítima (por autodeclaração) Polícia (investigando) MP (denunciando) Juiz de 1º Grau (julgando). Por óbvio, se o condenado decidir recorrer, o STF analisa o recurso como Instância máxima do Poder Judiciário.] As policias políticas das ditaduras comunistas, ou os tribunais absolutistas de Luiz XIV, não fariam melhor.
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Jornal da Besta Fubana - Adonis Oliveira - Língua Ferina