Especialista
informou que o grupo está aproveitando o momento para espalhar a ideologia
extremista antes da competição esportiva
Um grupo extremista no
Brasil declarou lealdade ao Estado Islâmico (EI) e criou um canal chamado Ansar
al-Khilafah Brazil no aplicativo Telegram, que se assemelha ao popular WhatsApp. A informação foi divulgada pela especialista
americana em monitoramento de atividades terroristas na web Rita Katz, do SITE
Intelligence Group, nesta segunda-feira.
Em um post no Twitter, Katz ressaltou que o grupo está aproveitando o momento para espalhar a ideologia extremista antes da competição esportiva. No fim de maio, o EI criou o primeiro canal em português da organização, também dentro do Telegram. A página, para propaganda do califado, é uma versão em português do já existente Nashir Channel.
Procurada pela ANSA, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ainda não retornou ao contato sobre a suposta aliança de um grupo no Brasil ao Estado Islâmico. O cientista político Heni Ozi Cukier, professor de Relações Internacionais da ESPM, disse que qualquer ameaça precisa ser verificada para se constatar se é falsa ou real. “Pode ser só uma oportunidade de aterrorizar antes dos Jogos”, afirmou, destacando, porém, que, caso seja verdadeira, o Brasil precisa aumentar sua vigilância. Na semana passada, a Assembleia Nacional da França publicou o relatório de uma audição com o chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM), general Christophe Gomart, no qual o especialista admitia ter informações de que o Estado Islâmico planejara um atentado contra a delegação francesa durante os Jogos. As Olimpíadas do Rio de Janeiro ocorrerão entre os dias 5 e 21 de agosto.
Devido ao massacre em Nice há quatro dias, quando Mohamed Bouhlel atropelou uma multidão e matou 84 pessoas, o governo brasileiro adotou medidas extras de segurança para os Jogos. Neste domingo foi realizado o terceiro treinamento de forças conjuntas para simular a cerimônia de abertura, que ocorrerá no Maracanã. A estimativa é de que cinco mil homens da Força Nacional de Segurança Pública e 21 mil oficiais das Forças Armadas, além do contingente fixo do Rio de Janeiro, façam a segurança durante os Jogos Olímpicos.
Fonte: ANSA