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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Dilma vai ao Senado, mas evidencia o desprezo que tem pelos senadores. Ou: A melhor propaganda anti-Dilma é deixá-la falar. Sozinha



Presidente afastada decidiu falar em sua defesa e aposta que vai conseguir encenar a farsa da mulher destemida contra uma tropa machista

 Vai, Macunaíma, baixe aí: “Ai, que preguiça!”. Dilma é arrogante até quando tenta ser humilde. É truculenta até quando pretende posar de vítima. Que coisa mais sem jeito! Que coisa mais sem solução! Em conversa com Natuza Ney, do Painel da Folha, ela diz que vai, sim, ao Senado se defender. E, segundo entendi, não vai impor como condição o silêncio dos senadores.

Quanta bondade! Indagada se não teme a reação dura dos senadores, a Afastada deu a seguinte resposta:
“Se eles quiserem que o Brasil veja um show do tipo de 17 de abril (data da votação do processo de impeachment na Câmara)…

O que ela quis dizer com a frase? Naquele dia, parte considerável da Câmara votou a favor do envio da denúncia para o Senado em nome da família, do papagaio, do sua categoria profissional etc. Houve, sim, momentos constrangedores.

Dilma, assim, diz o que pensa do Senado da República. É esta senhora que pretende voltar à Presidência. Isso explica muita coisa. Também está claro que a Afastada pretende levar para o Senado a figura da militante política, da ex-torturada, daquela que teria lutado pela democracia. Não custa lembrar: os grupos aos quais ela pertenceu matavam inocentes em nome da causa.

Os petistas citam como referência uma ida sua ao Senado, ainda ministra, quando teria “destruído” o senador José Agripino (DEM-RN). O democrata fez então uma referência realmente infeliz ao tempo em que Dilma foi prisioneira política, que deu a ela a chance de posar de heroína.

Os tempos são outros. Tudo indica que Dilma pretende desempenhar o papel da mulher destemida e mártir, obrigada a enfrentar o suposto machismo do Senado. Meu conselho aos senadores? Lembrar o Paulo Francis sobre os comunistas: “A melhor propaganda anticomunista é deixar um comunista falar”.

Assim, a melhor propaganda anti-Dilma é deixar Dilma falar. Sozinha!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


domingo, 30 de novembro de 2014

Mais um escândalo no governo Dilma: desta vez envolve o ENEM

O Enem na rota do escândalo

Comparar as fraudes do Enem com as petrorroubalheiras é um exagero do ponto de vista financeiro, mas no efeito o dano é maior.

Quando Paulo Francis denunciou as petrorroubalheiras do tucanato, ganhou um processo. Quando o senador Tasso Jereissati denunciou as petrorroubalheiras do comissariado, o assunto foi varrido para baixo do tapete. Agora, diante da captura de 33 pessoas de uma quadrilha mineira que fraudava exames vestibulares e que neste ano vendeu para 15 ou 20 candidatos os gabaritos da prova do Enem, o Inep, responsável pela lisura do exame, informou o seguinte: “qualquer pessoa que tenha utilizado métodos ilícitos para obter vantagens no Enem será sumariamente eliminada do exame”.

Bingo. Seria mais divertido se o Inep dissesse o contrário. O problema está na outra ponta, nos 8,7 milhões de candidatos que se inscrevem para o exame e ficam sabendo que competem com gente que comprou a prova. O Enem tem uma tradição de vazamentos. Em 2009, os cadernos do exame foram furtados na gráfica, e o MEC suspendeu o exame. Em 2010, achou-se um vazamento de questões na Bahia. No ano seguinte, outro, no Ceará.

Neste ano, houve denúncias em Teresina e em Fortaleza. Além delas, a Polícia Federal chegou à quadrilha mineira que teria vendido as provas a 15 pessoas de Mato Grosso. Coisa de profissionais com 20 anos de experiência e intercâmbio tecnológico com chineses. A turma operava com exames antes da criação do Enem.  As provas podem vazar de duas maneiras, pelo furto das questões antes da prova ou pela transmissão das respostas durante sua realização.

Pelo primeiro método, o comprador não corre riscos imediatos. Na fraude eletrônica, arrisca ser apanhado em flagrante. Desde 2010, quando acontecem os casos de vazamento de questões, o Inep argumenta que eles foram pontuais. Claro, o segredo do negócio está na sua pontualidade. A polícia americana levou dez anos para achar, por acaso, um falsário que imprimia notas de US$ 1 e as usava, com cuidado, só para pagar suas modestas despesas.

A onipotência do MEC diante dos vazamentos do Enem cria nos milhões de jovens que fazem o exame a sensação de que, se tivessem conhecido a pessoa certa, com a quantia certa, poderiam comprar a prova. Sabendo-se que a doutora Dilma já prometeu a realização de dois Enems a cada ano e não cumpriu, a credibilidade do governo é duvidosa. Nos Estados Unidos, os jovens têm sete oportunidades anuais para fazer esse teste.

Comparar as fraudes do Enem com as petrorroubalheiras é um exagero do ponto de vista financeiro, mas no efeito o dano é maior. Não só porque atingem diretamente mais gente, mas porque o governo reage aos problemas de forma ofensiva, fazendo de conta que ele é da Polícia Federal.  (As petrorroubalheiras também eram, afinal, tudo ia às maravilhas na empresa.)

Se Paulo Francis e Tasso Jereissati tivessem ao menos sido ouvidos, a doutora Dilma não estaria na encrenca em que está. Ouvidos eles foram, mas achou-se que o caso poderia ser varrido para baixo do tapete.

Fonte: Elio Gaspari - O Globo