Ou o Brasil progride, cria riquezas, ou tem o trem-bala de Lula e Dilma
A verdade, para simplificar a história, é que o país se prejudica
muito mais com as coisas que o governo faz do que com as coisas que não
faz. Eis aí: o ideal, mesmo, seria um governo que não fizesse nada do
que não precisa ser feito. O Brasil não precisa de Plano Quinquenal. Não
precisa de “obras estruturantes” nem de “políticas públicas”. Não
precisa da Refinaria Abreu e Lima, pela qual você está pagando 20
bilhões de dólares desde o início do governo Lula — dez vezes mais do
que estava orçado — e que até agora não ficou pronta. (Essa era a tal em
que fizeram a Petrobras ficar sócia da Venezuela de Hugo Chávez, que
nunca colocou um único tostão na obra.) Não precisa de PAC — um
monumento mundial à roubalheira, à incompetência e à mentira. Não
precisa de pirâmides como a Copa do Mundo, ou a Olimpíada, com estádios e
uma Vila Olímpica inteira hoje afundando no chão, porque roubaram no
material, no projeto e em tudo o que foi humanamente possível roubar —
sem que nenhuma alma em todo o majestoso Estado brasileiro ficasse
sabendo de nada. O teste mesmo é o seguinte: o Brasil estaria melhor ou
pior se não tivesse feito nada disso?Num país em que uma empresa pode gastar 2 000 horas por ano só lidando com as exigências que o governo inventa para arrecadar impostos — e quando se vê que essas 2 000 horas significam 83 dias de 24 horas, inteiramente perdidos, sem que se produza um único alfinete —, dá para se ter uma ideia da ruína em que colocaram o Brasil. Se o governo desfizer isso, simplesmente desfizer, será melhor ou pior? Fala-se aqui, singelamente, das aberrações mais estúpidas. Espere até chegarem os problemas realmente classe AAA, gold-platinum-plus — como a constatação de que 50% de todos os gastos federais vão unicamente para a Previdência Social, e que o grosso disso é engolido com o pagamento das aposentadorias dos funcionários públicos — sobretudo da elite de gatos gordos.
Publicado em VEJA de 5 de dezembro de 2018, edição nº 2611