O aviso foi distribuído na última terça-feira (17/1), horas após uma rebelião ser controlada no Presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte
O governo de Minas emitiu alerta para que agentes penitenciários evitem ser identificados e tomem cuidado ao circular em locais públicos, ante o risco de ser atacados por organizações criminosas. O aviso foi distribuído na última terça-feira (17/1), horas após uma rebelião ser controlada no Presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte.
Num memorando circular enviado
a assessores de inteligência do governo, a Subsecretaria de
Administração Prisional (Seap) informou que, "tendo em vista o atual
cenário do sistema prisional nacional", os agentes penitenciários não
devem transitar ou se deslocar de casa para o trabalho, e vice-versa,
usando uniforme ou qualquer peça do traje. O
documento diz que eles também devem mudar rotas de acesso
frequentemente, a fim de evitar trajetos rotineiros, além de manter
"estado de atenção elevado" em dias de folga e em eventos sociais. Outra
recomendação é evitar qualquer postagem em redes sociais que exponha ao
público dados que vinculem o profissional à sua atividade.
A
rebelião na Dutra Ladeira, segundo o governo do Estado, foi uma reação à
mudança na direção da unidade, no fim do ano. Com isso, o controle da
entrada de drogas e celulares teria ficado mais rigoroso, suscitando a
reação dos presos. Parentes de detentos afirmaram à imprensa que houve
maus tratos. Fontes ligadas à Seap divulgaram
áudios com supostas ameaças de presos da unidade a policiais e
servidores das penitenciárias mineiras. O órgão não confirmou a origem
nem autenticidade das gravações. Em nota, informou que elas estão sendo
investigadas pelo Setor de Inteligência do Sistema Prisional e serão
encaminhadas à Polícia Civil.
Os áudios
atribuídos aos presos revelam combinações para atacar agentes
penitenciários e policiais, identificados como "botas", em retaliação ao
tratamento intramuros. Numa das conversas,
dois homens planejam seguir servidores da segurança pública na saída do
trabalho para atacá-los. Em outro áudio, um dos homens fala de um
manifesto a ser iniciado na Dutra Ladeira e sugere uma mobilização de
presos em outras unidades para "meter fogo" em policiais.
A
Seap informou, em nota, que as recomendações do memorando "são antigas
e, eventualmente, reiteradas" aos agentes de segurança penitenciários.
"Não se trata de um caso excepcional", alegou. O
órgão explicou que faz monitoramento preventivo da situação nas prisões
"de forma constante, por meio do serviço de inteligência e da
integração com as forças de segurança".
Fonte: Agência Estado