Acabou a conversa, Cunha! Chegou a hora de decidir.
Diga “sim” ou “não” à denúncia e não ouse tentar manipular as ações dos que querem que Dilma pague pelo que fez
E os paus-mandados de João Pedro
Stedile e Guilherme Boulos, chefes, respectivamente, do MST e do MTST, as duas
milícias que atuam mais ativamente hoje contra o impeachment, voltaram aos
gramados do Congresso neste domingo para tentar rivalizar com os
brasileiros que estão lá acampados em defesa do impeachment, muito
especialmente o Movimento Brasil Livre. Cerca de 100 arruaceiros chegaram por
volta das 14h30, em cinco ônibus, e se mandaram pouco antes das 17h. Explico: a
mão de obra militante é mobilizada pelo MST; o patrocínio é do MTST. Trata-se
de uma joint-venture desses dois esbirros do PT.
Só para deixar claro: os acampados são,
é evidente, favoráveis ao impeachment. Mas o que cobram de Cunha, agora, é uma
decisão. Ou: ou admite ou rejeita a denúncia apresentada por Hélio Bicudo,
Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr. O Movimento Brasil Livre e outros não podem
ficar indefinidamente nas barracas. O que eles farão numa hipótese ou noutra,
bem, isso é com eles.
E já passou da hora. O deputado ainda
não teve tempo de ler uma denúncia de 60 páginas? Acho que sim. Já está com os
pareceres da assessoria técnica. Não há mais por que esperar, a menos que
esteja tentando usar aqueles jovens como massa de manobra, o que não vai
acontecer porque eles não são tontos. O deputado, igualmente, não é besta e
sabe que sua sorte está selada. Se não for na Câmara, será no Supremo; se não
for neste mandato, será no próximo — na hipótese de haver um.
Mas volto aos milicianos. Chegaram lá
com uma faixa enorme, lilás, a cor oficial da militância feminista, pedindo a
cabeça de Cunha e rejeitando o ajuste fiscal. Aliás, desta feita, o lilás
rivalizava com o tradicional vermelho. Tocaram bumbo, cantaram música ruim e
puseram fogo num boneco de Cunha. É a companheirada fingindo que o deputado do
PMDB é a principal figura do petrolão. São uns desavergonhados: atacam o
adversário, acusando-o de corrupto, e protegem os bandidos que pertencem à sua
própria grei.
Para Cunha, é bem feito! Enquanto fica
tendo conversinhas de pé de ouvido com Lula e colabora para livrar a cara de
petistas nas comissões, as franjas do PT se encarregam de desmoralizá-lo. Desta feita, não houve confronto porque
o local estava – e está – sendo vigiado pela Polícia Militar do Distrito
Federal. Ainda bem que alguém se deu conta do risco potencial que há ali.
Não em razão da presença dos defensores do impeachment, que são pessoas
pacíficas, mas dos milicianos trogloditas.
Arrancando sangue
Como a ostensiva presença da PM impediu o confronto —
na semana passada, os milicianos bateram nos integrantes do Brasil Livre,
sobrou aos delinquentes intelectuais (no mínimo!!!) trocar porradas entre si.
Dois deles se desentenderam e sobraram socos e voadoras no gramado. Rolou
sangue.
Espero que tenham brigado por causa de
cachaça, não por causa de Stálin…
Eduardo Cunha tem de entender o peso da
sua responsabilidade. Só ele pode desarmar o acampamento, com qualquer uma das
duas respostas. É evidente que, se disser “sim”, a mobilização será uma; se
disser “não”, outra. Hora de decidir, Cunha! A espera, a
partir de agora, exala o fedor da tentativa de acordo e do esforço para usar
pessoas decentes como massa de manobra.
E isso, ele fique certo, não vai acontecer.
TSE – Maria
Thereza de Assis Moura será a relatora no processo de cassação do mandato de
Dilma-Temer
PSDB moveu ação acusando ilegalidade no
financiamento de campanha da chapa petista
A ministra Maria Thereza de Assis Moura foi
indicada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, José Antonio Dias
Toffoli, para relatoria da ação em o PSDB pede a cassação do mandato da
presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente, Michel Temer. Os tucanos acusam
“financiamento de campanha mediante doações oficiais de empreiteiras
contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas”, suspeita
investigada na Operação Lava Jato.
Em fevereiro, por 5 x 2, Maria Thereza
foi voto vencido quando o tribunal decidiu reabrir a ação de cassação atendendo
a recurso do PSDB, e a ministra pediu para deixar o processo em outubro e
chegou a sugerir o nome de Gilmar Mendes para relator; mas, baseado em decisões
anteriores, Toffoli decidiu manter sua relatoria. A defesa de Dilma
Rousseff peticionou junto ao TSE a manutenção de Maria Thereza como relatora,
argumentando que não se trata de novo processo, mas de um recurso ao processo
original.
Toffoli fez o contrário do que
deveria.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA