Durante a pandemia de Covid-19, o total de pacientes infectados com bactérias multi-R triplicou no Brasil, segundo dados do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O número apurado em 2019 foi de aproximadamente mil casos, passando para 3,7 mil em 2021.
Assim, tivemos milhares de pessoas tomando, sem acompanhamento médico adequado, um medicamento completamente inútil para tratar a Covid-19, e cuja disponibilidade ampla no ambiente — agravada pelo uso indiscriminado [sic] — favorece a proliferação de bactérias resistentes.
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Outro problema que apareceu durante a pandemia foi a prescrição exagerada em ambiente hospitalar, para casos de Covid-19. Ainda existe um mito na comunidade médica de que é melhor usar antibióticos para prevenir infecções bacterianas secundárias, ou que, na dúvida, é melhor dar. Na realidade, apenas uma pequena parcela dos pacientes internados desenvolve infecção secundária. No Brasil, mais de 90% dos pacientes internados receberam antibióticos, sendo que apenas 7% tiveram infecções bacterianas.
A pandemia não é a única causadora de bactérias multi-R. O uso em larga escala de antimicrobianos em criação animal, seja como preventivo de doenças ou como promotor de crescimento, é um fator que certamente colabora muito para o surgimento de resistência. Em países onde a criação é confinada, o problema é maior ainda.
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