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segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

SAÚDE PÚBLICA - As bactérias estão chegando! - O Globo

Natalia Pasternak 
 
Enquanto o mundo se preocupa com novas variantes do Sars-Cov2 que podem colocar em risco a contenção da pandemia, outro problema de saúde pública global vai passando despercebido: a surgimento de bactérias multirresistentes (multi-R).  Apontado pelo Organização Mundial de Saúde como um dos maiores desafios de saúde a serem enfrentados, o número de bactérias multi-R, ou seja, que apresentam resistência a diferentes tipos de antibióticos, é responsável em média pela morte de 700 mil pessoas no mundo, anualmente. Esse número pode chegar a 10 milhões em 2050, se nada for feito.
 
Superbactérias: total de pacientes infectados com bactérias multi-R triplicou no Brasil durante a pandemia de Covid-19

Durante a pandemia de Covid-19, o total de pacientes infectados com bactérias multi-R triplicou no Brasil, segundo dados do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O número apurado em 2019 foi de aproximadamente mil casos, passando para 3,7 mil em 2021.

O aumento não é surpresa. O uso extensivo e indiscriminado de antibióticos durante a pandemia foi um marco do chamado “tratamento precoce” no Brasil. [lembramos à colunista que o uso indiscriminado de antibióticos, tratamentos iniciados e interrompidos é rotina no Brasil deste o século passado (por favor, não tentem jogar a culpa no presidente Bolsonaro, não vai colar) por tal razão é OBRIGATÓRIO apresentar receita médica para comprar antibiótico.
O alerta é para evitar que o senador 'estridente' cruze mais uma vez a Praça dos Três Poderes para entregar uma noticia crime ao STF, acusando o nosso presidente da prática de delito fantasma.]  Os famosos kits covid traziam sempre o antibiótico azitromicina, muitas vezes entregue por mensageiro, sem a retenção de receita, prevista por lei justamente como medida para fiscalizar e acompanhar o uso deste tipo de medicamento.

Assim, tivemos milhares de pessoas tomando, sem acompanhamento médico adequado, um medicamento completamente inútil para tratar a Covid-19, e cuja disponibilidade ampla no ambiente — agravada pelo uso indiscriminado [sic]favorece a proliferação de bactérias resistentes.

(...) 

Outro problema que apareceu durante a pandemia foi a prescrição exagerada em ambiente hospitalar, para casos de Covid-19. Ainda existe um mito na comunidade médica de que é melhor usar antibióticos para prevenir infecções bacterianas secundárias, ou que, na dúvida, é melhor dar. Na realidade, apenas uma pequena parcela dos pacientes internados desenvolve infecção secundária. No Brasil, mais de 90% dos pacientes internados receberam antibióticos, sendo que apenas 7% tiveram infecções bacterianas.

A pandemia não é a única causadora de bactérias multi-R. O uso em larga escala de antimicrobianos em criação animal, seja como preventivo de doenças ou como promotor de crescimento, é um fator que certamente colabora muito para o surgimento de resistência. Em países onde a criação é confinada, o problema é maior ainda.

 (...)

MATÉRIA COMPLETA em O GLOBO
NATÁLIA PASTERNAK
 
[comentando: por praxe, não transcrevemos matéria de qualquer colunista; a acima transcrita, parcialmenteé mais para lembrar que a articulista é frequentadora assídua dos microfones e câmeras de uma determinada TV desde os primeiros sinais da covid-19.
Comentários quase diários e com duas características: ALARMISTAS e SEM FUNDAMENTAÇÃO. 
O negócio da ilustre 'colunista' senhora é alarmar, prever o já ocorrido.
Agora que, graças a DEUS, a pandemia dá sinais de arrefecimento - felizmente, a variante ômicron não tem colaborado muito com os alarmistas - a "especialista", faz um alerta dando ares atuais  a problemas antigos (uso indiscriminado de antibióticos) - prática que já vem sendo alvo de combate desde o século passado. 
Nos parece que nos tempos do Sarney já se exigia receita médica (ficando retida) para adquirir antibióticos.
A ilustre senhora já faz previsões para o ano 2050 - que só  merecem credibilidade as feitas após as 17h de hoje, prevendo o que ocorreu ontem no final da tarde. 
De passagem ainda excursiona na área de veterinária, criticando o uso de antibióticos na criação de animais (parece esquecer que tais remédios são prescritos no caso por médicos veterinários) e ainda critica o uso de antibióticos em ambiente hospitalar [dona Natália: a senhora é também inquisidora-geral do CFM?].
Registro feito, vamos em frente.
 
Blog Prontidão Total]

quarta-feira, 8 de julho de 2020

‘Cidadão, não. Engenheiro formado’ - Elio Gaspar

Folha de S. Paulo -  O Globo

Câmeras tornaram-se um remédio eficaz para combater os demófobos - Graças aos vídeos, cenas de humilhação do outro custam caro     

A cena foi a mesma. Na Barra da Tijuca, um fiscal da Vigilância Sanitária interpelou um casal num estabelecimento onde não se respeitava o isolamento social. O marido desafiou-o, dizendo que ele não tinha uma trena para medir os espaços. O fiscal disse: “Tá, cidadão”. Até aí, seria o jogo jogado, mas a senhora foi adiante: — Cidadão, não. Engenheiro formado e melhor que você. Salvo os macacos, os bípedes passaram a usar o tratamento de “cidadão” durante a Revolução Francesa, que derrubou a hierarquia nobiliárquica.
Dias depois a engenheira química Nívea Del Maestro foi demitida da empresa de transmissão de energia onde trabalhava. Em nota, a Taesa informou: “A companhia não compactua com qualquer comportamento que coloque em risco a saúde de outras pessoas ou com atitudes que desrespeitem o trabalho e a dignidade de profissionais que atuam na prevenção e no controle da pandemia.”
Com a mesma retórica, em maio passado, o joalheiro Ivan Storel recebeu um PM que foi à sua casa em Alphaville (SP) atendendo a um chamado que denunciava violência doméstica: — Você pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Alphaville, mano. (...) Eu ganho R$ 300 mil por mês, você é um merda de um PM que ganha R$ 1 mil.
Storel viria a desculpar-se, dizendo que estava sob o efeito do álcool e dos remédios que toma por estar em tratamento psiquiátrico. Dias antes, em Nova York, um cidadão que observava passarinhos no Central Park, pediu a uma senhora que prendesse a coleira de seu cachorro. Ela se descontrolou e chamou a polícia, dizendo que “um afro-americano está ameaçando minha vida”. Ela foi demitida da firma de investimentos onde ganhava US$ 70 mil dólares anuais.
Nos três casos, a arma dos ofendidos foi a câmera de seus celulares. Postas na rede, as cenas viralizaram. É a mesma arma que registra a violência policial nas periferias das grandes cidades brasileiras. As câmeras tornaram-se um remédio eficaz para combater os demófobos prontos para aplicar carteiradas sociais no “outro”, hipoteticamente inferior. Ao “você sabe com quem está falando”, o progresso contrapôs o “você sabe que está sendo filmado?”
Mesmo dentro das suas lógicas infames, as duas senhoras estavam enganadas. O fiscal da cena carioca era doutor em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural e o afro-americano do Central Park formou-se em Harvard. O fiscal do Rio e o PM de São Paulo representavam o Estado, que, na cabeça dos demófobos, é um ente a serviço do andar de cima. “A gente paga você, filho. O seu salário sai do meu bolso”, ensinou a senhora da Barra da Tijuca.
O afro-americano do Central Park lastimou que a vida da mulher tivesse virado de cabeça para baixo por causa da notoriedade que a cena viralizada lhe deu, mas recusou-se encontrá-la para um ritual de pacificação. Em geral, essas cenas de humilhação do “outro” duram poucos segundos e, sem os vídeos, não teriam consequência. Graças a eles, custam caro. A vida dos brasileiros melhorará quando vídeos semelhantes, mostrando cenas de violência policial contra jovens do andar de baixo, tiverem algum efeito. Por enquanto, ele é nulo, até mesmo porque em muitas cidades os policiais costumam prender quem os filma.

Folha de S. PauloO Globo - Elio Gaspari, jornalista