O presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, não demonstrou
ansiedade na conversa de terça-feira com a ministra Cármen Lúcia. Apenas
relatou que o tribunal tem tido todo o apoio das forças de segurança do
Estado e avisou que comunicaria se houvesse qualquer anormalidade. Nos
meios jurídicos, o que se diz é que a Justiça está em estado de atenção,
mas não de tensão.
Thompson Flores não pediu reforços de segurança, apenas relatou todos
os fatos da perspectiva do Tribunal. Explicou o trabalho da segurança
do próprio Tribunal, e das forças do Estado. Disse que não seria
conveniente que o TRF-4 sofresse qualquer tipo de ameaça indevida. A
Constituição prevê a liberdade de manifestação, mas ela precisa ser
comunicada pelos organizadores. Ele ficou de avisar ao Conselho Nacional
de Justiça sobre qualquer anormalidade.
De qualquer maneira, o país vive entre esses dois estados, atenção e
tensão, nestes dias prévios do julgamento do ex-presidente Lula. O que o
país está vendo é a proximidade de um acontecimento inédito: o
julgamento em segunda instância de um ex-presidente da República
condenado por corrupção. O PT recorre à militância e à retórica porque
isso é parte do jogo político, mas na Justiça o que se diz é que o
Judiciário não é um poder político, portanto essa estratégia não
funciona para o fim desejado pelo partido.
A afirmação feita ontem pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao
site Poder 360, de que para prender Lula terá que “matar gente” está
sendo relativizada e não vista como ameaça concreta. Ela própria refez
um pouco o que havia dito, mas fica claro que a intenção é a politização
extrema como estratégia de defesa, o que juridicamente não tem valor.
Não é a capacidade de mobilização do PT que está em julgamento, mas os
autos do processo nos quais Lula foi condenado em Curitiba e que foram
para a revisão da segunda instância.
Há muitas incógnitas, como em qualquer julgamento. Pode até, apesar
de pouco provável, que alguém peça vistas do processo. Mas o que fontes
do Judiciário explicam é que o mais provável é que haja uma decisão. Se
ele for condenado, seja por unanimidade, seja por dois votos a um,
recursos só serão aceitos se couberem. O direito a recorrer não é
automático, é preciso verificar se existe a possibilidade do embargo.
Se os embargos forem declaratórios, no caso de uma decisão unânime,
não haverá mudança de resultado, apenas o pedido de esclarecimento de
algo eventualmente confuso no acórdão. Se forem embargos infringentes,
no caso uma divergência entre os juízes sobre condenar ou não, pode-se
pedir até um novo julgamento. Mas será preciso a defesa encontrar os
caminhos jurídicos cabíveis. É preciso cumprir as exigências
processuais. Não adianta nada a agitação da militância.
O discurso de que Lula está sendo perseguido juridicamente perde
muito a força na hipótese de ele ser condenado em segunda instância. Até
agora, os advogados sustentaram que ele era um perseguido de Sérgio
Moro. Se o TRF-4 confirmar a sentença, ficará mais difícil sustentar a
mesma tese. Se Lula for condenado, não vai ser preso imediatamente porque será
preciso publicar o acórdão. E aí serão feitos os recursos ao próprio
tribunal, através dos embargos, se forem encontrados os elementos para
isso. Se, esgotados os recursos, permanecer a condenação em segunda
instância, o ex-presidente poderá recorrer ao STJ, mas já sem qualquer
efeito suspensivo da pena. Ou seja, o tribunal pode decretar a prisão do
ex-presidente.
A visão na Justiça é que seria um erro deixar-se contaminar pela
retórica política. Ela tem que ficar num pêndulo: não acender alertas
desnecessários, mas não desconhecer os riscos que forem reais. Não agir
de forma açodada, mas prevenir-se para o risco de os manifestantes
saírem da retórica para a ação física contra o Tribunal. Serão dias de tensão na política e no Brasil neste fim de janeiro,
mas no mundo jurídico a palavra que preferem usar é “atenção”. Julgar é
parte inerente ao trabalho e é isso que está sendo feito. Nada termina
no dia 24, mas muito se define a partir da decisão do tribunal.
Coluna da Miriam Leitão
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador Tempo de atenção. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tempo de atenção. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
Tempo de atenção
Marcadores:
condenação em segunda instância,
decisão unânime,
embargos infringentes,
prisão do ex-presidente,
Tempo de atenção
Assinar:
Postagens (Atom)