O presidente do Tribunal Superior Eleitoral ressaltou a
'segurança' das urnas eletrônicas brasileiras
A fala do magistrado veio um dia depois de a Câmara dos Deputados criar a comissão que vai analisar a PEC que trata do dispositivo. De autoria da presidente da Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania, Bia Kicis (PSL-DF), o texto estabelece que as urnas eletrônicas imprimam o comprovante do voto.
Dessa forma, o eleitor pode ver em quem escolheu para ocupar determinado cargo e, futuramente, as autoridades conseguem checar se houve fraude no processo. Além disso, no fim de semana passado, milhares de pessoas saíram às ruas em defesa do mecanismo.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a atacar o voto auditável. “Nós vamos criar o caos em um sistema que funciona muitíssimo bem”, declarou, em entrevista à GloboNews, na quarta-feira 5, ao mencionar que o processo democrático no Brasil é seguro. “O nosso sistema de voto em urna eletrônica é totalmente confiável”, acrescentou o juiz do TSE. Ainda segundo Barroso, caso seja aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que viabiliza a medida, o país terá “um desejo imenso de judicialização” do resultado eleitoral.
A fala do magistrado veio um dia depois de a Câmara dos Deputados criar a comissão que vai analisar a PEC que trata do dispositivo. De autoria da presidente da Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania, Bia Kicis (PSL-DF), o texto estabelece que as urnas eletrônicas imprimam o comprovante do voto. Dessa forma, o eleitor pode ver em quem escolheu para ocupar determinado cargo e, futuramente, as autoridades conseguem checar se houve fraude no processo. Além disso, no fim de semana passado, milhares de pessoas saíram às ruas em defesa do mecanismo.
Leia também: “O que você precisa saber sobre o voto impresso”, reportagem publicada na Edição 54 da Revista Oeste
Em derrota do governo e de Bia Kicis, deputados rejeitam projeto sobre impeachment de ministros STF
[os deputados se acovardaram - da mesma forma que por medo do STF abriram mão da competência constitucional de decidirem sobre a prisão do deputado fluminense Daniel Silveira - e desistiram de conter intromissões do STF na competência dos demais Poderes - o projeto continua em discussão e se aprovado poderá punir até com o 'impeachment', ministros do STF que desrespeitem a independência dos
Em paralelo, Bia Kicis continua com chances de aprovar o voto impresso.]
Durante a discussão da matéria, Bia Kicis se afastou da cadeira de presidente da comissão para discursar a favor do projeto e criticar o "ativismo judicial" de ministros do STF. Oposição e deputados do Centrão, entretanto, se posicionaram de forma contrária. Com a derrota, o deputado Pompeo de Mattos (PDT), que votou contra o relatório, foi indicado para elaborar relatório pela rejeição da proposição.
Desde que assumiu a presidência, o presidente Jair Bolsonaro estimula e apoia a participação de apoiadores em manifestações contrárias ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. Em diversas ocasiões, já indicou também que os ministros do Supremo abusam de suas prerrogativas. Entre bolsonaristas, há a pressão para que o Senado dê prosseguimento a processos de impeachment contra os ministros da Corte. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, inclusive comemorou recentemente a destituição de todos os integrantes da Suprema Corte de El Salvador. — Estamos lutando para resgatar a autoridade do parlamento contra o ativismo do Supremo. Quando dizem que o Judiciário age por provocação, isso é verdade. Mas ele pode responder dizendo: "não podemos nos imiscuir em assuntos privativos do Legislativo" — defendeu Bia Kicis, antes da votação.
Kicis, porém, foi derrotada. Parlamentares contrários argumentaram que o termo "usurpar competência do Congresso" era vago e poderia suscitar o impeachment de ministros do STF que apenas exercem o controle de constitucionalidade. Avaliaram que um magistrado poderia ser perseguido apenas por determinar a inconstitucionalidade de uma lei.
Aliada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Margarete Coelho
Parlamentares do PSL, por sua vez, afirmaram que a proposta era uma resposta à altura ao ativismo judicial. — O Supremo, na verdade, se tornou um poder moderador, [moderador??? age mais como um poder absoluto = acima de tudo e de todos e dono da palavra final. Só o Supremo pode modificar suas decisões.] um poder que se acha Supremo não na estrutura do Poder Judiciário, mas se julga Supremo na estrutura dos três poderes. É preciso ter um basta nessa exacerbação de poderes e competências que foram dadas aos ministros do Supremo — discursou Carlos Jordy (PSL-RJ).
Autor do texto original, Sóstenes Cavalcante disse que os deputados estavam se "agachando" a outro poder. Ao orientar pelo governo, o deputado Giovani Cherini (PL-RS) afirmou que a proposta era uma demanda da população. — Achei que fosse um projeto de unanimidade. Meu celular está cheio de mensagem. O clamor da população pede esse projeto — disse Cherini.
Brasil - O Globo