Intervir na Ancine é parte da cultura do ódio
[realmente é errado apenas intervir na Ancine, tem que extinguir - nada de trocar de nome, de sede, e funcionários que eventualmente tenham estabilidade devem ser distribuídos por diversos órgãos da administração pública e os porventura insatisfeitos, peçam demissão.
A Ancine é apenas um cabide de empregos, sem nenhum utilidade prática, sem valia nenhuma.
É mais um sorvedouro de recursos públicos, seja por excesso de servidores, má administração dos recursos públicos sob sua responsabilidade e outras coisas mais, que precisam ser extirpadas.
Presidente Bolsonaro! por favor, cumpra seu dever de funcionário público número 1 EXTINGA A ANCINE.
Saiba mais sobre a inutilidade da Ancine, clicando aqui]
Da mesma maneira que o presidente Bolsonaro disse a jornalistas
estrangeiros que Míriam era terrorista, e mente quando denuncia que foi
torturada, os petistas do voo a chamaram de terrorista. O ex-presidente Lula também tinha o hábito de anunciar a seu público os
“inimigos” jornalistas, a mesma Míriam Leitão, William Bonner e, como
diz o Gaspari, o signatário desta, entre outros.
Assim como a blogueira cubana Yoani Sánchez foi impedida de participar
de um debate em 2013 na Livraria Cultura por esquerdistas, direitistas
impedem autores e jornalistas vistos como de esquerda de participar de
eventos públicos. Diante do alastramento dessa cultura do ódio, a Academia Brasileira de
Letras (ABL), em memorável solenidade de comemoração de seu 122º
aniversário na quinta-feira, posicionou-se através da seguinte nota lida
por seu presidente Marco Lucchesi: “A ABL, sempre atenta à defesa da liberdade de expressão e condenando
qualquer forma de censura, venha de onde vier, manifesta sua preocupação
com recentes episódios de intolerância no âmbito de feiras de livros e
festas literárias.
“Eventos desse tipo desempenham papel importante no estímulo à leitura
no país, propiciando oportunidades de contato entre autores e leitores,
além de expor as pessoas a uma salutar e desejada diversidade de
pensamentos, experiências e pontos de vista — algo fundamental numa
democracia e numa cultura de paz.
“Qualquer ameaça à livre expressão e à pluralidade de manifestações
culturais constitui um lamentável retrocesso a um obscurantismo que não
deve ser tolerado”.
A tomada de posição foi aplaudida de pé pela plateia, que contava, entre
outros, com as atrizes Fernanda Montenegro e Beth Goulart. Faz parte dessa “cultura do ódio” a decisão do presidente Bolsonaro de
intervir na Agência Nacional de Cinema (Ancine), por motivos errados. Quando ele se refere a “Bruna Surfistinha” como pornografia, e diz que
um filme desses não pode ser financiado por dinheiro público, está se
intrometendo na produção da cultura nacional, tentando direcioná-la para
seu ponto de vista ideológico. Da mesma maneira que no governo Lula, em 2004, o Ministério da Cultura
tentou controlar a produção audiovisual do cinema e da televisão com a
criação da Agência Nacional do Cinema e o Audiovisual (Ancinav).
Se não houvesse uma reação imediata e forte da sociedade, a proposta
intervencionista teria vingado. A legislação falava também na proteção
dos “valores éticos e sociais da pessoa e da família”, e exigia
“contrapartidas sociais” para financiamento de obras audiovisuais. O cineasta Cacá Diegues, que viu na ocasião “uma vitória jdanovista”
(Andrei Aleksandrovich Jdanov, stalinista ideólogo do realismo
socialista), hoje, sem fazer comparações, diz que todo governante
autoritário tem mania de dirigir a produção cultural do país.
Nem todas as decisões com relação à Ancine estão erradas, na avaliação
dos produtores e cineastas nacionais. A transferência do Conselho
Superior de Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual,
do Ministério da Cidadania para a Casa Civil, foi uma decisão correta,
desde que objetivo seja mesmo o de “fortalecer a articulação e fomentar
políticas públicas necessárias à implantação de empreendimentos
estratégicos para a área”. Já a Ancine, que é uma agência reguladora que não pode ser privatizada,
como disse Bolsonaro, apenas extinta, como também está sendo cogitado,
será transferida do Rio para Brasília para acabar com as festas à
beira-mar e “ter um filtro, sim. Já que é um órgão federal”.
Esse filtro não há em nenhum país do mundo que se preze, e preze a
cultura como manifestação da diversidade. O que não pode é só financiar
filmes “terrivelmente evangélicos”, como “Nada a Perder”, a
cinebiografia de Edir Macedo que vendeu milhões de ingressos para salas
de cinema vazias. É preciso ser “terrivelmente democrata” para resistir a esses ataques à liberdade de expressão. [se deixar essa turma da 'cultura' à vontade eles são capazes de gravar cenas de incesto com censura livre.]
Merval Pereira - O Globo