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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Homenagem ao coronel Ustra



Companheiros de Arma, veteranos defensores da lei e da ordem, amigos e admiradores, reconhecidos da missão cumprida pelo Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra, perante o altar da Pátria, guardam o merecido respeito à sua vida de soldado.

"Bem aventurado o homem que teme ao Senhor e se compraz nos seus ensinamentos. Salmo 112:1

Na enciclopédia da humanidade, haverá sempre um capítulo de destaque ao nosso Brasil, nascido sob a paisagem celestial do cruzeiro do sul e única nação que se fundou a partir de uma primeira missa, celebrada por um frade, assistida por brancos e nativos. 

Contribuíram para chegarmos à hora presente, os fundamentos cristãos da nossa cultura, a unidade nacional pela língua lusa, a integridade do território pelo seu Exercito e o gosto pela liberdade do povo tropical.

Vimos vindos, somos uma Nação multirracial, índole pacífica , sem ambições de conquistas ou de poder fora de nossas fronteiras. Há mais de quarenta e cinco anos, interesses ideológicos externos manipularam desavisados e românticos idealistas brasileiros, semeando em seus espíritos nocivos vírus ideológicos, contrários à natureza de sociedades livres, e que tentaram encrustar na nacionalidade, turbando tradições costumes e religiosidade de nossa gente.

O país passou por sucessivos períodos em que responsáveis pela República exerceram governos fortes, vigilantes em defesa do povo e da Pátria para garantir um futuro com desenvolvimento, segurança e liberdades democráticas às futuras gerações.  

 Brasileiros embriagados por ideologia ateísta e alienígena, tentaram turbar a normalidade da vida social, gerando a intranquilidade e perpetrando métodos de violência intimidatória sobre indefesos patrícios.

Coube ao Estado, por intermédio de seus servidores cumprirem a difícil missão de resistir e dar combate àqueles que travestidos de idealista, pretendiam uma insurreição visando lograr a escravidão dos brasileiros.  Dentre os inúmeros defensores da honra e da vida dos cidadãos, encontramos um soldado, temente em Deus, Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do invicto exercito brasileiro, que em sua desprendida coragem jurada na Academia Militar das Agulhas Negras, orientando e liderando servidores assalariados pelo povo trabalhador, logrou barrar a investida de armados profanadores da ordem e da segurança da sociedade, sistematizando ações de enfrentamento que se tornou modelo no território brasileiro e em outros países sulamericanos, vítimas de sanha ideológica e sangrenta.

Apaziguada a Nação, pela Lei da Anistia, Ustra, o bravo soldado de Caxias, desfrutou de merecida vida retirada do serviço ativo, ao lado da sua família.  O indormido e brilhante comandante, reconhecido por uma legião de brasileiros, inclusive pelo seu calado Exército, pois, se não fosse missionário na tarefa hercúlea de dissuadir a aventura de cidadãos de impróprias insanidades de violência, agentes da destruição do patrimônio moral e material, teríamos a mancha de infindável história de um conflito fratricida como milhares de mortos que macularam países vizinhos e amigos da América Latina.

Sem dúvidas, Cel USTRA, "Bem aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação". Thiago 1, versículo 12.

A história, isenta de ódios e paixões, deverá fazer justiça e entender que o Cel USTRA, na conjuntura do seu tempo, foi o artífice que salvou milhares de brasileiros de se entorpecerem e perderem suas preciosas vidas, sustando-os da aventura política e anticristã, diante da defesa dos postulados da segurança constitucional da nação.
Resta o conforto e a certeza de que o Senhor dos Exércitos acolherá o soldado que cumpriu os deveres para com a sua Pátria e os Mandamentos da Lei Deus, lamentando os que perderam as suas vidas a serviço do Estado e os que pereceram em seus sonhos que se tornaram intangíveis em meio à violência de confrontos,  próprio do animus beligerante e da intemperança, hoje, repousando em Deus.

"Não julgueis, pois, para não serdes julgados; pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros; igualmente medirão a vós... Mateus VII -1-1

 Fonte: A Verdade sufocada – Por: *pentaneto de Barbara de Alencar, primeira presa política e heroina do Brasil

Ney de Araripe Sucupira é Relações Públicas e membro da ADESG-SP.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

"Tenho certeza de que o cidadão morto não estava ajoelhado rezando."


No Brasil, a cultura da matança persiste, com apoio da sociedade

Câmeras flagram policiais das duas maiores cidades brasileiras que executaram suspeitos rendidos. A regra nesses casos é a impunidade – e muita gente está de acordo com desmandos desse tipo


Um rapaz recebe um tiro no peito e cai. Uma poça de sangue rapidamente se espalha em torno do seu corpo, já sem vida. A presença de três policiais na cena faz supor que estão atrás do autor do disparo. Não: a bala que matou o rapaz saiu do fuzil de um deles. Com a precisão de uma ação ensaiada, o trio de farda pega a pistola do morto e posiciona-a em sua mão inerte. Um dos policiais aperta duas vezes o gatilho.

A história, ocorrida na terça-­feira em uma favela no Centro do Rio de Janeiro, estaria destinada a engrossar o silencioso rol de atrocidades esquecidas pela lei não fosse por um detalhe: uma moradora do Morro da Providência registrou e narrou toda a cena em um vídeo gravado no celular. No filme, ela diz que Eduardo Felipe Santos, de 17 anos, integrante do tráfico local, foi abordado pela polícia e se rendeu, mas mesmo assim foi executado. 

Em São Paulo, no dia 11 de setembro, cinco policiais foram presos depois de flagrados em um vídeo de roteiro assustadoramente semelhante: eles cercam, rendem, revistam e algemam o suspeito de um assalto, para, em seguida, desalgemá-lo e matá-lo a tiros. Depois, põem uma arma em sua mão e disparam. Nos dois episódios, PMs tentam forjar confrontos com os marginais para esconder o que não passou de crime de execução sumária.

Os PMs estão presos e devem ser punidos com rigor, como costuma acontecer sempre que as provas são gritantes. Ocorre que apenas raramente os investigadores dispõem de elementos tão contundentes quanto imagens de vídeos captadas por testemunhas corajosas ou por câmeras instaladas em ruas e carros de polícia. Essas situações configuram exceção. A regra é a impunidade. De 510 acusações do gênero registradas contra PMs do Rio entre 2001 e 2011, apenas três viraram ações penais, apontam dados do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Parte da falta de interesse em investigar execuções de bandidos cometidas por agentes da lei deve-se ao apoio que grande parcela da população confere à prática. Na semana passada, diante da notícia sobre a cena de crime forjada no Rio de Janeiro, constatou-se que seis em cada dez comentários postados por leitores em uma rede social eram de aprovação à conduta dos policiais. "PM que mata vagabundo deveria ser condecorado", dizia um deles. "E daí que a cena foi forjada?", opinava outro. "Tenho certeza de que o cidadão morto não estava ajoelhado rezando." Apenas 28% dos que comentaram a notícia condenaram o crime.   

O apoio massivo das pessoas aos desmandos policiais não surpreende especialistas. Diz o psicanalista Contardo Calligaris: "Numa cidade como o Rio de Janeiro, é muito forte a impressão de viver em uma guerra, em que os policiais representam os bons e os bandidos, os maus. Como quase todo mundo já foi vítima da violência ou ouviu relato de pessoa próxima que viveu episódio assim, é fácil iden­tificar-­se com a situação de perigo por que o policial passa no combate aos bandidos e mesmo apoiar uma reação brutal".

A cultura da matança está entranhada na polícia brasileira. O Rio de Janeiro é o estado em que mais se mata. Com traficantes munidos de portentoso arsenal bélico, os PMs saem às ruas preparados para ver sangue correr. O confronto já foi até oficialmente incentivado pelo Estado, durante o governo Marcello Alencar, nos anos 90. Havia então a "gratificação faroeste", um bônus incorporado ao salário do policial que capturasse ou matasse bandidos.

Na semana passada, a juíza Daniela Assumpção, da Vara de Execuções Penais do Rio, saiu de uma visita ao Batalhão Especial Prisional - onde há 221 policiais detidos - sem os óculos, um dos sapatos e com a blusa rasgada. Alguns detentos - muitos presos por integrarem milícias - usaram a força para impedi-la de entrar numa das alas do presídio, como represália pela supressão de regalias. [muitos policiais  recolhidos ao BEP merecem estar presos; mas, com a regra, ainda que informal, que todo policial é culpado até que prove inocência, a maioria dos lá confinados respondem por crimes que sequer ocorreram – caso dos que estão presos pela suposta possível morte do servente Amarildo – para ficar só em um exemplo.]

Nos Estados Unidos, vigora um protocolo para confrontos com bandidos esmiuçado em catorze passos: primeiro, o aviso é dado em determinado tom de voz, vai subindo, vira ameaça e segue engrossando até resultar em um tiro, o último recurso. Já no Rio, não há protocolo formal. A academia informa que "a força utilizada deve ser proporcional à ameaça". A superação da cultura da matança exige maior rigor e clareza nas regras de conduta dos policiais, maior vigilância sobre as suas ações e um esforço coletivo para reduzir a impunidade dos culpados. Sem isso, a sociedade já terá perdido a guerra contra o crime.

Fonte: Revista VEJA