Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Se tiver chance - e poder - última ação de Rodrigo Janot na PGR deve ser denúncia contra Temer

Última ação de Rodrigo Janot na PGR deve ser denúncia contra Temer

As prisões de Joesley Batista e Ricardo foram os penúltimos atos de Rodrigo Janot à frente do cargo de procurador-geral

 [prisões temporárias, destaque-se, quando Andreia Neves, por muito menos e com base em denúncia sem provas, teve prisão preventiva decretada.]

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chega ao fim do mandato com a credibilidade abalada e uma promessa ainda por cumprir: oferecer a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, com base na delação premiada do doleiro Lúcio Funaro, que havia anunciado antes da divulgação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o executivo Ricardo Saud. A imagem foi arranhada mais uma vez no último sábado, depois de Janot ser flagrado com o advogado da JBS, Pierpaolo Bottini, que defende Joesley Batista, num boteco de Brasília.
 
Janot tem apenas mais sete dias de mandato, que prometem ser bastante turbulentos. Ontem, a Polícia Federal prendeu Joesley e Saud em São Paulo, por determinação do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que acolheu o pedido de prisão de ambos, mas deixou em liberdade o ex-procurador Marcelo Paranhos Miller, contratado pelo escritório Watanabe e Associados, até então responsável pelo acordo de leniência da JBS, supostamente antes de deixar o Ministério Público Federal. Segundo Fachin, apesar da gravação, as provas de que Miller atuava a favor da empresa de Joesley quando era procurador do MP não eram robustas o suficiente para a decretar a prisão. 

Joesley e Saud se entregaram à Polícia Federal em São Paulo, onde passaram a noite na carceragem. Hoje, serão transferidos para Brasília, para ser interrogados. A reação dos ministros do Supremo contra ambos na semana passada foi duríssima, resultando no pedido de prisão apresentado por Janot e acolhido por Fachin. Mas o assunto não está resolvido. As sessões da Segunda Turma, presidida pelo ministro Gilmar Mendes, e do plenário do Supremo, que também deverá tratar do caso, podem se transformar num verdadeiro pelourinho para Janot.

O encontro com Bottini acabou por lançar mais suspeitas de envolvimento de Janot nas negociações da JBS, embora o advogado tenha afirmado que cruzou “casualmente” com o procurador-geral na capital. “Por uma questão de gentileza, nos cumprimentamos e trocamos algumas palavras, de forma cordial. Não tratamos de qualquer questão outra ou afeta a temas jurídicos.” Ambos foram fotografados sentados numa mesa de fundos, ao lado de uma caixa de cerveja. Conversaram por mais de 20 minutos.
 
Suspeitas
O pedido de prisão de Miller era inevitável, uma vez que Janot precisava desfazer as suspeitas de conluio com o ex-procurador, mas, aparentemente, foi precipitado. É o que dá a entender a decisão de Fachin: “Ainda que sejam consistentes os indícios de que pode ter praticado o delito, de exploração de prestígio e até mesmo de obstrução às investigações, não há, por ora, elemento indiciário com a consistência necessária à decretação da prisão temporária, de que tenha, tal qual sustentado pelo Procurador-Geral da República, sido cooptado pela organização criminosa”, afirmou o ministro.

Fachin considerou que há indícios de que Joesley e Saud, na conversa em 17 de março de 2017, tenham omitido informações sobre a participação de Miller nas negociações do acordo de delação. Para o ministro, pode haver justa causa para a rescisão dos acordos de delação premiada que tinham dado, até agora, imunidade completa a Joesley e a outros colaboradores da JBS no processo da Lava-Jato. Por ordem de Fachin, as prisões foram feitas com “a máxima discrição e com a menor ostensividade” para preservar as imagens dos presos, evitando expô-los.
 
Informações
A grande incógnita no caso é a situação de Miller, cuja defesa divulgou nota na qual afirma: “Não tinha contato algum com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem atuação na Operação Lava-Jato desde, pelo menos, outubro de 2016. Nunca atuou na Operação Greenfield, nem na Procuradoria da República no Distrito Federal”. Miller alega que pediu exoneração em 23/2/2017, tendo essa informação circulado imediatamente no MPF.

O bombardeio contra Janot ontem ganhou mais um personagem. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, foi contratado pela JBS e assumiu a defesa atirando contra Janot: “Entendo que os delatores, ao assinarem a delação, cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto. Não pode o Dr. Janot agir com falta de lealdade e insinuar que o acordo de delação foi descumprido. Os clientes prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça. Este é mais um elemento forte que levará à descrença e à falta de credibilidade do instituto da delação”.

Mas o grande desafeto de Janot é Gilmar Mendes. A defesa do presidente Michel Temer pediu para que Fachin determine a suspensão da nova denúncia e de outros inquéritos contra ele, até que terminem as investigações sobre a omissão de fatos na delação premiada. “O presente caso, ou nos demais que eventualmente possam surgir, a atuação parcial, conflitante e passional de autoridades e o descrédito de colaboradores comprometerão a rigidez de qualquer processo, em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito”, argumenta o criminalista Antônio Mariz.

Fachin já anunciou que o assunto será decidido pelo plenário da Corte, o que deixará frente a frente Janot e Gilmar. Na semana passada, o ministro fez um duro ataque a Janot: “O procurador-geral da República, mais uma vez, deu curso à sua estratégia de delinquente e fez uma chantagem com o Supremo Tribunal Federal”. A semana está apenas começando.

Fonte: Correio Braziliense