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sábado, 24 de março de 2018

O STF no banco dos réus e o descanso das excelências

Ao se misturar ao jogo político, no que tem de pior, o STF sujeita-se a trocar de assento e postar-se no banco dos réus. 

A política é feita de símbolos. Ao mandar prender Paulo Maluf, no final do ano passado, por um crime cometido 17 anos antes, o STF parecia sinalizar que a festa havia acabado para os maus políticos.  Aos 86 anos, doente, sem condições sequer de andar sozinho, Maluf teve todos os seus apelos e habeas corpus rejeitados liminarmente pela Corte Suprema. Passou natal, ano novo e carnaval na cadeia. E continua lá. Dura lex, sed lex.  Mas não era uma sinalização para valer, senão uma cortina de fumaça para iludir os incautos e promover uma catarse de meia tigela, enquanto a Corte cuidava de preservar o status quo.

Às vezes, dizia Lampedusa, é preciso que as coisas mudem para que fiquem exatamente como sempre estiveram.  Essa é a mudança admissível. Maluf é um leão sem dentes; já não simboliza nada. O poder mudou de CEP e de mãos; está agora do outro lado, onde Lula é o símbolo, a bola da vez. E é ali que nada deve e nada pode mudar, sob pena de que mude mesmo.  O próprio Lula repete que ele não é apenas ele, senão “uma ideia”, uma velhíssima ideia: a de que o poder, por ser uma vasta rede de cumplicidades, em que não há inocentes a bordo, é intocável.

Lula não é apenas Lula. Por trás dele, há uma vasta galeria de personagens, espalhados por todos os partidos, inclusive aqueles que, em tese, a ele se opunham. Daí o silêncio cúmplice dos adversários, que, em circunstâncias normais, celebrariam sua prisão.  Por ser o símbolo que presentemente condensa, em seu aspecto subterrâneo, a ideia de poder, Lula, se preso, sinalizará, de fato, o fim da farra. Daí o cinturão protetor que o cerca; daí o próprio presidente Temer revelar a amigos estar torcendo por ele.

E não apenas Temer. A Lava Jato, como já o disse o ministro Luís Roberto Barroso, recentemente convertido em herói na luta contra a corrupção, “é um ponto fora da curva”. É preciso removê-lo.  E na quarta-feira, ao interromper a sessão que examinaria um habeas corpus preventivo em favor de Lula, adiá-la por duas semanas e impedir que o TRF-4 o prenda antes, o STF começou a recolocar o ponto na curva, em defesa da geometria do poder.  A sessão foi uma pantomima, como têm sido as do STF, em que até as divergências parecem combinadas. Barroso, na véspera, havia encenado um pugilato verbal com Gilmar Mendes, acusando-o de “não ter ideias”, no sentido de não defender causas.

Ora, juiz não tem causas, agendas ou projetos, como Barroso se gaba de ter. Cabe-lhe julgar segundo a lei – e não mudá-la em nome de “ideias”, como não apenas ele, mas todo o STF o tem feito.  O lugar disso é o Parlamento. Gilmar, por sua vez, para enfatizar sua neutralidade em relação a Lula, confessou-se anti-PT, o que também não cabe a um juiz – e, inclusive, o sujeita à arguição de suspeição pelo partido em causas que o envolvam. Essas distorções indicam, para além da judicialização da política, a politização do Judiciário – ambas pontos fora da curva.

Ao se misturar ao jogo político, no que tem de pior, o STF sujeita-se a trocar de assento e postar-se no banco dos réus.
É onde, desde quarta-feira, a população já o colocou.

Ruy Fabiano é jornalista  - Blog do Noblat - VEJA

[NOTA: apenas para que não pairem dúvidas.
O Blog Prontidão Total e todos os que de alguma forma colaboram com ele, são, foram e sempre serão RADICAL e TOTALMENTE contra o PT, contra o condenado Lula, contra toda a corja lulopetista, contra a esquerda e torcemos pela morte política de Lula e sua corja e a implosão, seguida de desmaterialização, do maldito PT.] 

O descanso das excelências

As justificativas para o adiamento do exame do HC de Lula foram piores que a indecisão

Sinceramente? Discordo das manifestações de “decepção” com o Supremo Tribunal Federal, assim como não concordo com as interpretações de que houve uma “vitória” de Lula com o adiamento do julgamento do habeas corpus preventivo impetrado pela defesa para impedir a prisão do ex-presidente após o trânsito em julgado na segunda instância.

O advogado José Roberto Batochio fez com muita competência o papel dele e conseguiu um salvo-conduto temporário para seu cliente, enrolado em outros tantos processos ainda pendentes de conclusão. Quem não cumpriu com o dever foi o STF e não me refiro aqui só à indecisão. Esta é uma questão que será dirimida de qualquer forma. Ruim mesmo foram as justificativas apresentadas por ministros que alegaram cansaço e compromissos outros para pedir a suspensão da sessão.

As excelências estavam cansadas? Ora, mas com um feriadão de exclusiva prerrogativa da Justiça pela frente, teriam tempo suficiente para se recuperar da estafa. Compromissos outros? E há compromisso maior do que o exercício da função de julgar?

Se alguém ali estava preocupado em preservar a figura de um ex-presidente dando a ele tratamento especial (o que, particularmente, não acredito), com a generosa concessão subtraíram de Lula e do PT qualquer fundamento para o discurso da perseguição judicial.

Dora Kramer - VEJA