Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador argentino Mauricio Macri. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador argentino Mauricio Macri. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Ideias fora de lugar

O Santo Guerreiro precisa do Dragão da Maldade: a ausência de Lula tende a esvaziar o discurso de Jair Bolsonaro

As ideias já estavam fora de lugar antes da condenação de Lula pelo TRF-4 e sua consequente inelegibilidade. O voto unânime dos três magistrados mudou radicalmente o panorama político-eleitoral. As ideias moveram-se junto com os votos, girando 180 graus — e continuaram fora de lugar. Não era verdade, antes, que as eleições presidenciais necessariamente ficariam reféns da polarização entre populistas de esquerda e de direita. Não é verdade, agora, que o espectro dos populismos simétricos tenha sido conjurado. 

Agora, como antes, o enigma situa-se em outro lugar: a crise do centro político no Brasil.
Antes da sentença do TRF-4, as sondagens atribuíam a Lula algo em torno de 35% das intenções de voto, enquanto Jair Bolsonaro atingia cerca de 15%. [ledo engano: Lula  representava apenas uma das coisas que o Governo JAIR MESSIAS BOLSONARO precisava remover.
Outras coisas precisam ser removidas, extintas, corrigidas pelo Governo Bolsonaro e com certeza não haverá falta de dragões da maldade para eliminação durante o Governo que vai consertar o Brasil;
ALGUNS EXEMPLOS de coisas que precisam ser corrigidas seja por ajustes severos ou extinção:
- as cotas disso e daquilo, começando pelas raciais que mais afrontam o mérito;
- acabar com esse negócio de 'ditadura de minorias';
- acabar com aberrações que ofendem a FAMÍLIA, a MORAL, os BONS COSTUMES, os VALORES CRISTÃOS e tudo que representa o BEM e é visto como mal;
- revogar o Estatuto do Desarmamento; 
uma série de providências buscando o combate ferrenho à criminalidade com aumento de penas, revogação de absurdos inseridos na Constituição vigente e que impedem que bandidos sejam condenados à pena de morte, à pena de prisão perpétua, a pena com trabalhos forçados, absurdos que impedem que um bandido fique encarcerado por mais de 30 anos consecutivos.
Defendemos todas essas medidas e muitas outras e confiamos que serão também defendidas pelo futuro presidente.
DETALHE: não somos favoráveis a um Governo Plebiscitário, mas, em alguns casos que impõem a necessidade de urgentes correções no texto constitucional, a realização de um Plebiscito é, a nosso ver, inteiramente válida.
Mas, lembrando que PLEBISCITO é, e sempre será, a exceção.
Um aviso que entendemos oportuno: não representamos, nem pretendemos representar,  o deputado JAIR MESSIAS BOLSONARO.
Quando expomos o que entendemos será feito pelo futuro presidente, cuja candidatura defendemos e apoiamos dentro das nossas possibilidades, não estamos falando em nome do futuro presidente e sim em NOSSO NOME, defendendo ideias nossas e que são compartilhadas - qualquer comparação entre o que defendemos e as ações e posições de deputado Bolsonaro comprova tal compartilhamento entre o quye desejamos e o futuro presidente apoia.] 

O número relevante, que passava quase imperceptível, era 50% — não a soma dos potenciais eleitores de ambos, mas a metade do eleitorado avesso às duas alternativas populistas. Num cenário em que a massa menos informada dos cidadãos só sabia da existência daquelas duas candidaturas, 50% declaravam rejeitá-los. O espaço para uma candidatura vitoriosa de centro ampliou-se, obviamente, com a virtual destruição da postulação de Lula. Mas o centro não triunfará se persistir na sua crônica incapacidade de formular um discurso político popular.

O outono do lulismo reflete-se na fragmentação do campo do populismo de esquerda. Ciro Gomes (PDT), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos, presumível candidato pelo PSOL, já disputam seu espólio eleitoral, enquanto o PSB tenta atrair o interesse de Joaquim Barbosa.  [os nomes acima, destacados  em vermelho, representam tudo que não serve para o Brasil.]  Tudo indica, porém, que o PT erguerá uma candidatura própria. Nutrido a partir da campanha fantasmagórica de Lula, que promete a restauração de uma mítica “idade de ouro” e exibe-se como vítima da “perseguição das elites”, mister X, o candidato do PT, tem chances apreciáveis de ultrapassar a barreira do primeiro turno. [o codinome do pretenso substituto do condenado Lula, deixa claro que se trata de prestidigitação eleitoral.
Oficializar os eleitores de Lula na categoria de palhaços.] Nessa hipótese, uma imagem holográfica de Lula reunificaria, no segundo turno, o bloco do capitalismo de compadrio, do corporativismo e do paternalismo estatal.

Na ponta oposta (ao menos, aparentemente), o populismo de direita apresenta-se unificado desde o início. Bolsonaro investiu no promissor mercado eleitoral do ódio ao lulismo, mesclando sua alma original ultranacionalista a uma agenda ultraliberal fornecida por seitas ideológicas das catacumbas da internet. O Santo Guerreiro precisa do Dragão da Maldade: a ausência de Lula tende a esvaziar o discurso de Bolsonaro. 

Contudo, por enquanto, sua candidatura progride, alimentada pela ilusória candidatura de Lula. Dias atrás, num evento patrocinado pelo BTG Pactual, o sombrio deputado [deputado JAIR MESSIAS BOLSONARO, o mais votado no Rio de Janeiro e que se encontra no sétimo mandato] foi ovacionado por mais de dois mil investidores, uma reiterada comprovação de que a idiotia política e a habilidade para ganhar dinheiro não são mutuamente excludentes.

Mister X (Lula em holografia ou Ciro Gomes, ou mesmo Boulos) versus Bolsonaro? Mesmo agora, não pode ser descartada a hipótese de um tóxico segundo turno, uma “escolha de Sofia” entre a tradição varguista e a nostalgia da ditadura militar, uma recusa absoluta a encarar os dilemas do presente. Contudo, só seremos arrastados a essa encruzilhada impossível se o centro político concluir sua trajetória de implosão.

O PSDB avançou, de olhos abertos, rumo ao abismo engalfinhando-se durante 15 anos nas estéreis lutas intestinas entre seus caciques, firmando um pacto faustiano com Eduardo Cunha em nome do impeachment e, finalmente, perfilando-se com o Aécio Neves do malote de dinheiro da JBS. Mas o colapso tem raízes mais profundas: desenhou-se lá atrás, quando o partido de FHC não soube formular uma política social alternativa ao programa paternalista de estímulo ao consumo privado conduzido pelo lulismo triunfante. O vazio de ideias da candidatura de Geraldo Alckmin espelha um impasse antigo, que se manifesta agonicamente nas periódicas celebrações tucanas dos aniversários do Plano Real.

“Exemplo de lealdade no ninho: enquanto Alckmin tenta consolidar sua candidatura, FHC busca um Macron para chamar de seu”, disparou um obscuro deputado petista, acertando o alvo. Duvidando do candidato tucano, FHC descreve círculos especulativos ao redor da potencial candidatura de Luciano Huck, qualificando-a como “boa para o Brasil”, capaz de “arejar” o cenário e “botar em perigo a política tradicional”. O Macron da França surgiu no vórtice de uma crise dramática, criou um partido centrista viável e ofereceu à nação um ousado projeto de reformas econômicas, sociais e institucionais. Já o Macron de FHC emerge como fenômeno exclusivamente midiático: uma estrela brilhante na constelação das celebridades.

Macron — como, em circunstâncias nacionais diferentes, o argentino Mauricio Macri e o partido espanhol Cidadãos — evidencia que o centro político é capaz de se reinventar diante do desafio populista. O Macron de FHC é o exato oposto disso: um atestado de falência do nosso centro político.

Demétrio Magnoli

 

sábado, 18 de novembro de 2017

Para onde caminha a sucessão


O quadro sucessório brasileiro, a um ano da eleição, apresenta sinais de esquizofrenia latente por obra e força das circunstâncias. Do ambiente de degradação econômica, ainda predominante, ao vendaval de mazelas políticas, passando pela falta de melhores opções disponíveis, tudo é motivo para o flerte com alternativas radicais. Seja à esquerda, através do populista encalacrado Lula, ou à direita, com as aberrações ideológicas de Bolsonaro. 

Naturalmente, a pré-campanha ilegal, acionada por ambos, e o recall de seus nomes os ajudaram a despontar nas pesquisas. Mas é difícil, e temerário aos desígnios do País, imaginar uma polarização entre eles ao final da contenda. Nenhum dos dois superaria uma avaliação mais criteriosa e racional de eleitores. Afinal, quem em sã consciência e zeloso da índole e caráter como qualidades essenciais a um candidato irá colaborar para colocar no Planalto alguém acusado de chefiar quadrilhas, desviar milhões em recursos e mentir sem limites como faz Lula? [e se tiver oportunidade fará outra vez e irá com mais sede ao pote e levando mais cúmplices lulopetistas.]  E o que dizer de Bolsonaro? [Bolsonaro há mais de vinte anos de vida pública, vários mandatos parlamentares sucessivos e sempre com votação crescente, é a prova incontestável da honestidade e da disposição de consertar o Brasil, cuja luta começa com a VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA, o COMBATE A CRIMINALIDADE, trazer de volta VALORES que hoje estão esquecidos pelo maldito 'politicamente correto', classificação sob a qual se abriga tudo que não presta, tudo que destrói os BONS VALORES.] A democracia vive dias de reviravolta, é verdade, e os eleitores anseiam por renovação. 

Bolsonaro, no entanto, representa o que há de mais retrógado e preconceituoso em termos de pensamento. É contra as liberdades individuais, defensor da ditadura e de métodos violentos de repressão àqueles que se opõem ao sistema. Prega o fechamento de fronteiras – inclusive a imigrantes – advoga a misoginia, o racismo, a pena de morte e o intervencionismo. [o Brasil tem 13.000.000 de desempregados, o que motiva a pergunta: para que aceitar mais emigrantes? para dividir a miséria em que vive milhões de brasileiros com estrangeiros.
Qualquer País pode, e até deve, receber emigrantes quando tem alguma coisa de bom a dividir com eles.
A PENA DE MORTE é a forma essencial, indispensável, para que a SEGURANÇA PÚBLICA volte a ficar disponível aos milhões de brasileiros que hoje estão sob o jugo de bandidos; e deve ser acompanhada com pena de prisão perpétua e prisão com trabalhos forçados.
Não é aceitável que os homossexuais queiram impor suas preferências aos brasileiros, inclusive a crianças.
O homem ou mulher podem ser homossexuais - vale o raciocínio: o corpo é deles, são maiores de idade e tem direito a dar o que é seu para quem quiser e comer o que quiser, desde que o alguém a ser comigo, queira dar.
Mas, JAMAIS podemos aceitar que imponham nas ruas, nas escolas e em outros locais públicos suas preferências.] Afronta vários direitos fundamentais do cidadão e abomina homossexuais. São célebres seus rompantes de ataques e grosserias que descarrega sobre os opositores. No que deixa transparecer, em atitudes e declarações, lhe falta equilíbrio emocional como postulante ao comando da Nação. Para dizer o mínimo! 

A revista inglesa “The Economist”, no breve perfil que fez desse aspirante presidencial de coturno, disse que Bolsonaro tem discurso “mais indecoroso que Trump”. [os ingleses cuidem da Inglaterra; a revista The Economist tem o direito de pensar o que quiser do Bolsonaro, do Trump, do Putin - só que Trump foi eleito e está fazendo um bom Governo.
Será uma felicidade se no futuro o Brasil tiver a oferecer aos seus habitantes o mesmo que Trump tem a oferecer aos cidadãos americanos.] Com tais credenciais, dá para se ter uma ideia da encrenca que ele representa. O presidente Temer, em cerimônia na quarta 15, em plena data de comemoração da Proclamação da República, chegou a afirmar que o brasileiro tem tendência ao autoritarismo. Lembrou de Getúlio Vargas – que impôs por aqui uma ditadura – ao golpe militar de 64, que inicialmente recebeu a simpatia de setores da sociedade. O presidente colocou um dedo na ferida ao citar eventos tristes da história nacional, mas seria por demais injusto acreditar numa propensão inata do povo ao radicalismo. Vale registrar que entre os emergentes – da Rússia à China e Índia, que compõem o bloco dos BRICs – o Brasil foi de longe o que construiu e agora exibe, mesmo aos trancos e barrancos, a democracia mais plena e madura. [só que os milhões de famintos - produção genuína mente nacional  que o Brasil exibe e que muitos querem dividir com emigrantes - não necessitam só de democracia.
Aliás, para eles, é bem mais urgente ter o que comer (e brasileiro faminto, democrata, tem o a necessidade de  se alimentar diariamente e pelo menos três vezes/dia) um teto e um emprego do que de democracia.
DEMOCRACIA é IMPORTANTE? SIM - só que alimento, teto e emprego para quem está com fome, ao relento e desemprego é BEM MAIS IMPORTANTE.]
Dentro do tabuleiro sucessório, o fenômeno que coloca Bolsonaro na dianteira e que, ao mesmo tempo, faz surgir uma simpatia avassaladora por eventuais candidatos como o apresentador Luciano Huck e o jurista Joaquim Barbosa, [felizmente para o Brasil nem Huck nem Barbosa tem a menor chance de vencerem (muito provavelmente sequer serão candidatos). Se fossem eleitos o Brasil teria mais quatro anos de desastres, de atrasos, de desemprego, de miséria - governar o País não é conduzir o quadro 'lata velha' nem tão pouco presidir o Supremo.] além de animar as pretensões de outsiders como o ministro Henrique Meirelles, é facilmente explicável. O público eleitor definitivamente quer algo novo. Está decidido nesse sentido e deve correr atrás de tal objetivo. Parece sedento por propostas e protagonistas de fora do eixo tradicional.

 Não apenas as pesquisas mostram. Os últimos movimentos nas urnas, nas eleições municipais de 2016, foram ricos de demonstrações nesse sentido. O novo prevaleceu em São Paulo, com a vitória avassaladora de João Doria. Prevaleceu no Rio, com a disputa final entre dois outsiders e a conquista da prefeitura pelo evangélico Marcelo Crivella. Arrebatou Porto Alegre com o triunfo do estreante Nelson Marchezan Júnior. E tem sido uma tendência mundo afora. O Francês Emmanuel Macron virou expoente dessa nova era. O argentino Mauricio Macri, aqui do lado, idem. Trump, nos EUA. Thereza May, na Inglaterra. A política global está fugindo do convencional. É fato. Os partidos, que teimam em idealizar o confronto nas urnas como um torneio de cartas marcadas, estão experimentando fragorosas derrotas, talvez por não enxergarem o óbvio. Na disputa local, além do PT, o PSDB, que divide com ele a hegemonia na corrida presidencial, vem cometendo erros em profusão. Agremiações costumam ensimesmar-se, afundadas nos próprios dilemas, e buscam soluções que agradam mais ao jogo de forças interno que ao interesse final do eleitor, numa composição poucas vezes eficaz. 

Talvez esteja aí a explicação para que os tucanos, que seguem às turras, tenham levado sovas seguidas nas majoritárias, desde que FHC ascendeu ao poder com o Plano Real. De lá para cá, nos últimos quatro escrutínios presidenciais, não apresentaram nada de novo e perderam inapelavelmente. Como numa constelação de imperadores que ditam as próprias regras, meia dúzia de caciques tucanos faz valer o que querem, a despeito dos demais. O ungido do colegiado sai autoproclamado como que por um direito divino: “É a minha vez”, estabelece, numa mal velada hierarquia acertada na patota. Bobagem que custa caro. Foi assim com José Serra, que impôs sua candidatura presidencial duas vezes. 

Quase voltou a acontecer com Matarazzo, que saiu emburrado porque não foi o escolhido para disputar a prefeitura – num raro lampejo de lucidez dos tucanos – e, para não contrariar a escrita, deve se repetir agora, facilitando o caminho daquelas siglas menores que saibam entender o que deseja sua majestade, o eleitor.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - Revista Isto É