As
prisões foram feitas em São Paulo e no Paraná
Dez brasileiros suspeitos de preparem atos
terroristas durante a Olimpíada do Rio foram presos, nesta quinta-feira, pela
Polícia Federal, informou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em
entrevista coletiva. Foram expedidos 12 mandados de
prisão temporária por 30 dias, em 10 estados. As prisões, feitas em São
Paulo e no Paraná, foram as primeiras com base na lei antiterror, segundo
adiantou o colunista do GLOBO, Lauro Jardim.
Um menor foi apreendido na operação.
Segundo o
ministro, o serviço de inteligência do governo detectou que o grupo preso
passou de simples comentários, via Telegram e Whatsapp, para, de fato, "atos preparatórios" de
ataques. Os nomes dos presos não serão divulgados para assegurar a eventual
realização de novas fases. Os presos
estão sob custódia da Polícia Federal e o processo tramita em segredo de
Justiça.
De acordo com o ministro, integrantes do grupo preso fizeram juramento de lealdade ao Estado
Islâmico pela internet. Um deles teria entrado em contato com um site no
Paraguai para comprar um fuzil AK 47.
O grupo também trocou mensagem comemorando os recentes atentados em Nice, na
França, e em Orlando, nos Estados Unidos. Houve um primeiro contato com o Estado
Islâmico. Houve um juramento. Na sequência, houve uma série de atos
preparatórios. Depois, esse grupo passou a entender que, com as
Olimpíadas, o Brasil poderia se tornar um alvo.
Segundo a
Justiça Federal, quebras de sigilo de dados e
telefônicos revelaram indícios de que os investigados preconizam a intolerância
racial, de gênero e religiosa, além
do uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos. Os artigos
3º e 5º da Lei 13.260, de 16 de março de 2016, que disciplina o terrorismo,
prevê que é crime promover, constituir, integrar ou
prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização
terrorista, assim como realizar atos preparatórios de terrorismo com o
propósito inequívoco de consumar o delito.
O temor por atentados terroristas
durante os Jogos Olímpicos está mobilizando o governo brasileiro e os de vários países que
participarão da Olimpíada. Nesta terça-feira, o governo francês desmentiu que
houvesse o planejamento de um ataque terrorista à delegação olímpica do seu
país, que teria a participação de um brasileiro supostamente ligado ao Estado
Islâmico.
Segundo a
França, a informação é falsa. Ela
foi publicada no site da Assembleia Nacional francesa, sendo depois divulgada
pelo jornal “Libération”, na
quarta-feira da semana passada. O desmentido foi enviado
ao Ministério da Defesa brasileiro pelo diretor de Inteligência Militar da
França. No documento, ele afirma que a conclusão vem de um trabalho
conjunto feito por órgãos de inteligência de vários países, incluindo o Brasil.
Na última quarta-feira, o governo da França solicitou ao Ministério das
Relações Exteriores do Brasil que reforce a segurança de escolas e consulados
franceses. O pedido foi enviado pelo Itamaraty a 19 secretarias estaduais de
Segurança, que determinarão como se dará o reforço.
Nesta segunda-feira,
os aeroportos começaram a utilizar as novas regras da Agência Nacional de
Aviação (Anac) para inspeção de
passageiros e bagagens de mão em voos domésticos.
Fonte: O Globo