Ao garantir que o ex-presidente presidiário não é dono do sítio em Atibaia, Roberto Teixeira deixou claro que é
Em
qualquer país que saiba tratar como se deve delinquentes irrecuperáveis, o
advogado Roberto Teixeira só frequentaria audiências judiciais no papel de réu
─ e delas sairia condenado a uma temporada na prisão. O Brasil modernizado pela
Lava Jato já deixou de ser o paraíso da bandidagem cinco estrelas, mas os
avanços das operações anticorrupção ainda não foram tão longe a ponto de
impedirem aparições em tribunais de um Roberto Teixeira fantasiado de
testemunha. [detalhe: quase todas as testemunhas de defesa do presidiário Lula também são réus no mesmo processo - caso do Roberto Teixeira, dos dois laranjas de Lula e praticamente todo o rol de depoentes pró Lula.]
Foi o que
aconteceu mais uma vez nesta segunda-feira. Arrolado pelo genro Cristiano Zanin
como testemunha de defesa no caso do sítio de Atibaia, o amigo íntimo do
ex-presidente garantiu, sem ficar ruborizado, que o dono da propriedade rural
de Lula não é Lula, mas sim Fernando Bittar. Para atestar a veracidade da
fantasia, o depoente confirmou que foi ele quem cuidou da papelada forjada para
transformar a negociata numa transação legal.
Incompatibilizado
com a verdade desde o berçário, Teixeira mente mais do que respira. Ao afirmar
que Lula é inocente, confirmou que é culpado. Com testemunhas assim, o mais
famoso presidiário do país viverá em 31 de dezembro apenas a primeira de muitas
viradas de ano na cadeia. Vem aí a segunda condenação. Não será a última.
Blog do Augusto Nunes - Veja