Levy confirma que corte no Orçamento poderá chegar a R$ 80 bi
A jornalistas, ministro da Fazenda também disse que o bloqueio será suficiente para o cumprimento da meta fiscal, de 1,2% do PIB este ano
Dilma erra mais uma vez: julgou estar contratando um 'salvador da pátria' e na verdade contratou o seu coveiro e também o da economia brasileira.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou, na tarde desta segunda-feira, que o corte no Orçamento deve variar entre 70 bilhões e 80 bilhões de reais este ano. O número havia sido adiantado pela imprensa nesta segunda-feira e o ministro confirmou que se tratava de um contingenciamento "nesta faixa". O ministro também disse que tal bloqueio de recursos será o necessário para o cumprimento da meta fiscal de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). "Estamos analisando, não sabemos qual vai ser o resultado do Congresso. Estamos aguardando e avaliando as diferentes opções", afirmou Levy, ao ser questionado sobre ajuste fiscal e sobre uma possível nova rodada de imposto. "(O corte) será o necessário para a gente cumprir a meta", acrescentou.Levy participou nesta tarde de reunião com o vice-presidente Michel Temer e com líderes da base no Senado. O governo quer evitar perdas de economia com possíveis modificações nas medidas provisórias 665 e 664, que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, respectivamente.
Impostos - Na Fazenda, a avaliação é que quanto menor for o corte, maior será a necessidade de "complementação" com aumento de impostos. À agência Reuters, uma fonte informou que o Ministério da Fazenda acertou com Dilma que haverá aumento dos tributos PIS e Cofins a ser feito por decreto. "Esse aumento do PIS e da Cofins será anunciado após o contingenciamento de verbas (do Orçamento da União)", disse, sem dar mais detalhes. "A conta do superávit não fecha após as alterações feitas no Congresso nas MPs 664 e 665 e mesmo considerando o contingenciamento", acrescentou.
Entre os auxiliares de Dilma, a defesa de Levy por um bloqueio mais severo tem por objetivo não só acenar aos agentes financeiros, mas também proteger as contas públicas de eventuais alterações promovidas pelo Congresso no projeto de lei que revê a política de desoneração da folha de pagamento, outra medida fundamental para fechar as contas oficiais. O martelo sobre a amplitude do contingenciamento só deve ser batido após a votação desta proposta na Câmara, prevista para ocorrer às vésperas do anúncio dos cortes, nesta semana.
Com Estadão Conteúdo