J. R. Guzzo
A justiça de São Paulo tomou uma decisão exemplar: autorizou a Prefeitura da capital a
remover para abrigos municipais moradores de rua que ocupam calçadas
destinadas ao trânsito das pessoas, jardins, praças e outros lugares
públicos. É uma questão de decência elementar.
As pessoas que montam
suas barracas de plástico na rua vivem em condições abjetas.
Não têm
água corrente, nem luz, nem proteção de qualquer tipo. Produzem lixo e
vivem no meio dele. Não têm banheiros, nem higiene. Têm problemas de
saúde.
Estão sujeitos, o tempo todo, ao crime e à violência.
Impedem,
direta ou indiretamente, que a população paulistana exerça o seu direito
de frequentar áreas inteiras da cidade.
Não há nenhuma hipótese de se
encontrar qualquer coisa de positivo nisso tudo.
Também
não é inevitável que seja assim. A Prefeitura, para surpresa de quem
está habituado à qualidade do serviço público em geral, tem meios
concretos para lidar com o problema – uma rede de abrigos, extensa e de
boa qualidade, onde os moradores de rua podem viver, com certeza, em
condições incomparavelmente melhores às que têm nas suas barracas.
Existem a alternativa de moradia, portanto, e os meios para devolver as
calçadas públicas à população – mas para isso é indispensável que as
autoridades municipais e estaduais tenham a autorização legal de remover
quem não quer liberar os espaços que pertencem a todos.
A justiça acaba
de dar essa autorização – só que há uma enfurecida ofensiva para
sabotar a decisão judicial. E quem está fazendo isso?
A extrema
esquerda, padres que se profissionalizaram na promoção da miséria
pública e aproveitadores do “problema social”.
O que os políticos do PSOL
e seus parceiros estão fazendo é indecente. Estão exigindo, pura e
simplesmente, que os miseráveis que moram nas ruas continuem ali, em
condições cada vez mais sórdidas;
- querem impedir sua ida para o ambiente
muito mais saudável, mais seguro e mais humano dos abrigos municipais.
É
a depravação, na frente de todos, da ideia de trabalho social – o
propósito do partido, no mundo das realidades concretas, é manter as
pessoas na miséria, e não aliviar o seu sofrimento. Estão pouco ligando
para os pobres e sua tragédia diária.
Querem que eles continuem na rua
para servir de manequins na vitrine da miséria que a esquerda insiste em
impor à cidade – para mostrar que “o sistema atual”, o “capitalismo”,
etc. etc. etc. produzem moradores de rua, desigualdade e injustiça
social.
É uma
fraude maciça, o tempo todo, e agora ela fica provada mais uma vez. Os
fabricantes de desgraça do PSOL e das organizações que vivem ao seu
redor não só brigam para impedir que as pessoas deixem de morar no meio
do lixo;
- chegam a dar barracas de graça a quem queira viver na rua, e
fornecem todo o apoio material que podem para que ninguém saia de lá.
Seu objetivo é aumentar, e não diminuir, a quantidade de gente em
situação de miséria pública.
É esse o tipo de trapaceiros que pretendem
ser eleitos para a Prefeitura de São Paulo nas eleições do próximo ano.
Em matéria de hipocrisia, já estão disparados na frente.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo