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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Hipocrisia - Lula e as “vidas inocentes” - Gazeta do Povo

 Rodrigo Constantino

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou o embaixador do Brasil em Israel para reunião de “repreensão severa”. [repreensão severa? aquela foi a famosa 'comida de ... .]

"E não deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco. É disso que se trata". Diz trecho em destaque no comunicado da página da Presidência da República do Brasil no antigo Twitter. "O embaixador de Israel em Brasília e o governo Netanyahu foram informados de que o Brasil reagirá com diplomacia, mas com toda a firmeza, a qualquer ataque que receber, agora e sempre", diz o restante.

A vitimização sempre foi a arma preferida da esquerda radical. 
Ela destila ódio, promove ataques pérfidos, faz comparações absurdos e prega ideias abjetas, mas quando alguém reage de forma dura, a esquerda sempre banca a vítima. 
No caso, Lula tenta se sair como o humanitário que "talvez" tenha se excedido na forma, mas tinha belas intenções no conteúdo. É o antissemita "do bem", digamos.

O presidente nunca se manifestou solidário às milhares de vítimas fuziladas no paredão cubano, para dar o exemplo mais óbvio.

Vamos checar se há mesmo certa coerência nessa incrível preocupação com vidas inocentes – ignorando os números incríveis que os petistas repetem com base em dados do próprio Hamas, que controla a Faixa de Gaza há duas décadas. 
Se tudo se resume a uma consternação com a quantidade de palestinos mortos – e deixando de lado que o único culpado por isso é o próprio Hamas, cabe questionar por onde anda Lula além do Oriente Médio (ou mesmo por lá).
 
O presidente nunca se manifestou solidário às milhares de vítimas fuziladas no paredão cubano, para dar o exemplo mais óbvio. Ao contrário: Lula sempre enalteceu Fidel Castro, o maior assassino do continente.  
Lula tampouco demonstrou sequer preocupação com milhões de venezuelanos mortos, presos ou exilados pela ditadora companheira de Chávez e depois Maduro
Quem foge para Roraima em busca de liberdade e oportunidade está mesmo em desespero. Lula não liga.
 
Daniel Ortega persegue inocentes na Nicarágua, mas Lula defende seu companheiro. 
O Irã, dos aiatolás xiitas que financiam o Hamas, pune minorias, prende inocentes, mas Lula jamais se mostrou preocupado
Isso sem falar da China, cujo Partido Comunista controla o povo a mão de ferro tem sete décadas, chegando a promover uma chacina em 1989 de milhares. Lula não se manifesta.
 
Agora mesmo morreu mais um crítico de Putin na Rússia, preso, depois de clara tentativa de envenenamento. Todos sabem que foi o Kremlin. 
Lula alega desconhecer os detalhes e faz pouco caso, banalizando mais esta morte. 
Milhares morrem na Ucrânia invadida por Putin, mas Lula quer, no máximo, resolver tudo numa conversa de bar, enquanto no fundo passa pano para as atrocidades do ditador russo.
 
Lula liga mesmo para as vidas de milhares de mulheres e crianças palestinas? 
Ele adquiriu de repente, do nada, uma sensibilidade ausente desde sempre? 
Se fosse o caso, ele estaria condenando, repito, o Hamas, não Israel por se defender. 
É o Hamas que mantém as próprias mulheres e crianças como escudo humano, escravizadas, reféns.
Mas Lula não dá a mínima para essas pessoas, claro. 
Ele só liga para seu projeto de poder. 
E por isso fez o cálculo de que era hora de dobrar a aposta e aproximar o Brasil da China, da Rússia e do Irã, demonizando Israel. 
As mulheres e crianças palestinas não têm nada com isso. São apenas instrumentos de retórica.
 
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos
 
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo
 

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

A esquerda e a direita contra Sergio Moro - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo 
 

 

Cassação


O senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR).| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Se Sergio Moro for cassado, e muita gente está dando isso como certo, haverá nova eleição para o Senado no Paraná. E os jornais estão especulando que as candidatas à vaga de Moro seriam Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Michelle Bolsonaro. Creio que ela não é eleitora lá, mas não sei quais são os prazos para fazer a mudança.

Moro está sendo acusado de excesso de gastos na pré-campanha, porque todo mundo ajudou. 
A defesa diz que não eram gastos propriamente de campanha, que incluíram gastos em São Paulo quando a campanha foi no Paraná, que eram gastos para a proteção de Moro contra atentados; mas a Procuradoria Eleitoral do Paraná argumentou que foram gastos R$ 2 milhões e que isso é abuso do poder econômico. 
O caso vai ao Tribunal Regional Eleitoral, e depois Moro pode recorrer ao TSE, onde não há um ambiente muito favorável ao senador, pelo que se fala também por aqui.
 
Moro conseguiu que o PL e o PT apresentassem pedidos de cassação e inelegibilidade por oito anos.  
Isso porque ele foi do governo Bolsonaro; depois, pela forma como saiu do governo Bolsonaro; agora, com aquele cumprimento amistosíssimo a Flávio Dino, que tocou também nos bolsonaristas. [Moro até que começou bem, prendendo e condenando muito bandido, mas a ambição desmedida e a pressa em chegar ao topo, o levou a esquecer o conceito: "Minha Honra é Lealdade.
Moro está meio sem apoio político e da opinião pública, embora tivesse toda a opinião pública a seu favor enquanto combatia a corrupção na Lava Jato. E também há o aspecto de vingança; já pegaram Deltan Dallagnol, que foi o deputado mais votado do Paraná. Agora vão atrás do outro candidato mais votado, que venceu a disputa para o Senado.

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Discurso de Paulo Gonet dá motivos para esperança

Agora temos um novo procurador-geral da República, que também é o novo presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Paulo Gonet, 62 anos. Seu discurso de posse me impressionou. Em primeiro lugar, ele disse que seu trabalho seria técnico, sem visar a palco nem holofote – se diz algo assim, é porque sabe que existe quem faça isso, não? 
Disse que o Ministério Público passa por um momento crucial porque, afinal, o MP é o defensor das instituições, da lei e da democracia como está na Constituição, e compete a ele privativamente a ação penal pública.  
Nenhum juiz pode substituir o MP como fizeram no “inquérito do fim do mundo”, assim denominado por Marco Aurélio Mello, que aliás estava na posse de Gonet. É o Ministério Público que tem de tomar a iniciativa.  
Mais importante ainda: Gonet disse que seu trabalho não era de fazer políticas públicas, mas de defender o funcionamento das políticas públicas decididas pelos representantes eleitos
Ele estava novamente pensando em um tribunal que quer fazer política pública e substituir os representantes eleitos.
 
 
Por isso fico entusiasmado com o discurso. Esperávamos que o Supremo se retratasse desse “inquérito do fim do mundo”, mas nada fez, com medo de se enfraquecer. 
Apostamos no Senado, mas também não aconteceu nada. 
Agora acho que cabe uma boa aposta no Ministério Público para garantir o devido processo legal e o Estado Democrático de Direito, que é a obrigação constitucional do Ministério Público; apareceu um Paulo Gonet com toda a disposição de fazer isso. 
Fica aqui a esperança nesse novo procurador-geral da República, que também vai presidir o Conselho Nacional do Ministério Público.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
 
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 



sábado, 9 de dezembro de 2023

Toda vez que esquerda perde, tenta ganhar no grito ou corre para o STF - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo - VOZES

Partidos de esquerda e sindicatos prometem mais processos contra a privatização da Sabesp.

Partidos de esquerda e sindicatos prometem mais processos contra a privatização da Sabesp.| Foto: Karla Boughoff/Sintaema
 
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou por 61 votos a 1 a privatização da empresa estatal de água e saneamento
É evidente, mesmo para quem só aprendeu as quatro operações elementares, que 61 a 1 é uma maioria arrasadora, num total de 94 deputados; melhor que isso, só 61 a zero.
 
Mas o PT, o Psol e os seus satélites, que resolveram não votar quando viram que iriam levar uma surra histórica no plenário, querem anular a decisão dos representantes legítimos e livremente eleitos da população paulista – segundo mostram os registros do TSE, que contou os votos. Foram correndo pedir que o STF diga que a lei não vale
Foi aprovada após anos e mais anos de debates, pareceres técnicos, laudos de peritos e consultas populares, mas o PT e os sindicatos dizem que não vale.

A esquerda passou os últimos anos dizendo que queria salvar a democracia no Brasil, ameaçada pela “direita”.

Que raio de democracia é essa em que a decisão tomada por 61 entre 94 deputados pode ser anulada pela vontade de um grupo político, através de onze cidadãos que jamais foram eleitos por ninguém? 
A esquerda deixa claro aí, mais uma vez, que não aceita as decisões da maioria legal – todas as vezes que perde uma votação com alguma importância, simplesmente recusa-se a respeitar o resultado.

Se a aglomeração PT-Psol-etc acha errado privatizar a Sabesp, ou seja lá o que for, nenhum problema. Tem todo o direito de achar; mas precisa, nesse caso, convencer a maioria do plenário de que a sua posição está correta. Teve todo o tempo do mundo para fazer isso. Não conseguiu. Game over.

Para piorar tudo, baderneiros dos sindicatos (inclusive do sindicato dos professores estaduais) quiseram impedir a votação dos deputados, com gritos, agressões e violência. 
Antes de ganharem no STF, quiseram ganhar no grito. 
Seria um ato de defesa da democracia invadir a Assembleia com o pretexto de “assistir a sessão”, e se comportar como vândalos? 
Quer dizer, então, que a decisão dos deputados foi ilegal – mas que a baderna do PT é legal?
 
A esquerda passou os últimos anos dizendo que queria salvar a democracia no Brasil, ameaçada pela “direita”. 
O seu tipo de democracia é esse: não admitem que uma decisão tomada por dois terços dos deputados seja respeitada, e tentam calar a maioria promovendo a desordem. Não houve nem um pio por parte do STF. “Atos antidemocráticos”, no Brasil de hoje, só podem ser cometidos pelo adversário.
 
Conteúdo editado por:Jocelaine Santos

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Flávio Dino, um dos piores inimigos da liberdade e dos direitos dos brasileiros - J. R. Guzzo

J. R. Guzzo

 

Em qual país do mundo a mulher de um chefe do crime organizado que foi condenado a 31 anos de prisão, inclusive por homicídio, é recebida duas vezes seguidas nos gabinetes superiores do Ministério da Justiça? 
Justo aí – no ministério que tem a obrigação de cuidar da aplicação da justiça e da segurança pública? 
O episódio deveria ter levado o governo a punir os assessores que receberam a “Dama do Tráfico”, pelo menos. 
Deveria, também, fazer com que o presidente da República demitisse imediatamente o ministro em cujas antessalas ocorreram as visitas. Não aconteceu nada disso. Ao contrário: o ministro da Justiça foi premiado e promovido a um cargo mais alto.

Whatsapp: entre no grupo e receba as colunas de J.R.Guzzo

Com isso o Brasil acaba de tornar-se, também, o primeiro país do mundo a ter na sua Suprema Corte de Justiça um personagem com essas credenciais. O ministro Flávio Dino era a última pessoa que qualquer presidente poderia escolher para o STF – até porque seu desempenho como ministro da Justiça foi um desastre. Com a história do traficante “Tio Patinhas” o desastre dobrou. Mas, em vez de ir para a rua, foi para o Supremo. É assim que as coisas funcionam no governo Lula: quanto pior a performance, mais alto é o emprego.

No Supremo, o ministro Dino vai encontrar o ambiente ideal para turbinar o seu combate contra a liberdade.

Flávio Dino no STF é um avanço a mais, talvez o mais truculento de todos, na escalada do governo rumo ao regime totalitário – sua principal ocupação desde foi declarado vencedor da eleição de 2022 pelo TSE.  
Dino é possivelmente o mais extremista de todos os inimigos da liberdade e dos direitos individuais no Brasil de hoje. 
 Só fala em liberdade para dizer que “o Estado” tem de controlar essa mesma liberdade; ela tem de ter “limites”, não pode beneficiar quem discorda do governo (“inimigos da democracia”) e só pode ser usada com “responsabilidade”. É a linguagem imutável de todas as ditaduras.
 
Falam essas coisas – e depois enchem as cadeias com quem “usou mal” a liberdade
Os atos públicos de Dino não deixam dúvidas da sua hostilidade fundamental ao princípio segundo o qual os seres humanos são livres e iguais entre si. 
Não admite que os cidadãos expressem livremente seus pensamentos. Quer censurar as redes sociais. 
Acha que a Polícia Federal é uma guarda privada de segurança que tem de servir os interesses políticos do governo.
 
No Supremo, o ministro Dino vai encontrar o ambiente ideal para turbinar o seu combate contra a liberdade
Eles integram hoje, junto com os extremistas da esquerda nacional, a divisão blindada que joga toda a sua capacidade de fogo na luta para transformar o Brasil num país de aiatolásonde o consórcio Lula-STF dá todas as ordens e a população trabalha, paga imposto e obedece.
 
Já abandonaram, a essa altura, qualquer preocupação com as aparências a ficção de que defendem a democracia, obedecem às leis e respeitam os princípios universais das sociedades livres.  
Apostam tudo, cada vez mais, num regime sustentado pela força armada, pela polícia e pela repressão.
 
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

sábado, 11 de novembro de 2023

A doutrinação do Enem - Carlos Alberto Sardenberg

O Globo

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem prova de interpretação de texto. Em tese, não importa o conteúdo do texto apresentado aos alunos, pois eles não são chamados a concordar ou discordar. 
Apenas a entender o que o autor quis dizer.

A prova seria neutra, portanto. Mas, sendo assim, parece razoável que os testes, principalmente quando tratam de política, sociologia, economia ou História, tragam diferentes visões teóricas. Dupla neutralidade. Não é o que se viu no último Enem. Todos os textos revelam clara orientação de esquerda, não raro de uma esquerda velha.

A questão 61 da prova branca apresenta um texto de Michel Foucault, filósofo francês, sofisticado pensador de sucesso nos anos 1970 e 1980. Difícil leitura, mesmo para universitários. Mas a frase do Enem não é das mais complicadas. Afirma que o capitalismo introduz ilegalidades em todas as camadas da sociedade. Mas as classes privilegiadas desfrutam ilegalidades mais proveitosas, digamos assim. De qualquer modo, capitalismo é igual a ilegalidade.

Seguem-se questões com base em textos de outros dois filósofos franceses do século passado, Sartre e Merleau-Ponty. Foram pensadores de esquerda, mas na prova do Enem as frases não têm contexto político direto. A questão 46, do filósofo marxista alemão Theodor Adorno, também do século passado, não deixa dúvidas sobre a orientação. Sustenta que, no capitalismo, a diversão é o prolongamento do trabalho. E, se o trabalho é explorado pelo capital, como entender a diversão?

A questão 60 traz um texto que ataca a “mágica do Google Assistant” e sua inteligência artificial. 
Diz que seus trabalhadores são obrigados a tarefas repetitivas, sem poder expressar criatividade, forçados a horas extras sem remuneração e que ganham muito mal
Escravos dos algoritmos. O Google, gente? 
Quem já frequentou alguma das sedes da empresa vê exatamente o contrário: pessoas criativas, gerando programas e aplicações num ambiente de conhecimento e cultura. E ganham bem. Mais do que os trabalhadores das indústrias antigas, como uma montadora de carros. O futuro está nessa tecnologia, na inteligência artificial.

De novo, sei que não se pede ao aluno que concorde com o texto. Mas certamente deixa o estudante embaraçado topar com algo tão distante da realidade. Dificulta responder se conhece o ambiente da tecnologia ou se pretende trabalhar nele.

A campeã de esquerdismo velho é a questão 89, cujo texto sustenta que o agronegócio no Cerrado comete vários pecados, como a introdução da mecanização. 
É sério — a mecanização, base de ganhos de produtividade, é um mal. Tem mais: o agronegócio privatizou a “a água, as sementes, os minerais e as terras”. E levou à “pragatização dos seres humanos e não humanos”. E tudo isso para acabar com a vida dos camponeses.

A menção a camponeses chamou a atenção. Mesmo no pensamento de esquerda, não se usa mais esse conceito. Fala-se de trabalhador rural, pequeno produtor familiar. A fonte é um ensaio publicado na Revista de Geografia da UEG, que começa pela discussão do conceito de camponês. Baseado em teorias de Marx e Lênin!

Para entender o agronegócio do século XXI.

O aluno não é obrigado a concordar. Mas imaginem o desconforto de um jovem que more numa das tantas áreas do Brasil onde o agronegócio gera riquezas e intensa atividade econômica. Ele lê aquele texto e vai procurar onde está a pegadinha. Imagine o desconforto de um aluno que pretende frequentar alguma escola de agronomia, pois vê no noticiário que o Brasil sabe produzir alimentos para o mundo.

Há também questões que comentam positivamente a agricultura urbana no Rio. As hortas de apartamento no lugar da enorme produção do agro? A orientação da prova se mostra também pelo que não traz. Nada sobre democracia, liberdade de imprensa, direito de voto, valores individuais.

 Programa de governo? Bobagem 
 
Trata-se de um sutil truque de doutrinação. As questões estão num banco de dados do Inep, alimentado constantemente. Há de vários tipos. A escolha revela a orientação da prova. E essa orientação determina o que as escolas ensinarão. Trágico.


quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Planalto vê desgaste para Lula com pauta de costumes no STF e age para tentar mudar agenda - O Globo

O Palácio do Planalto age para reverter a pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) e evitar julgamentos de temas caros à esquerda, como descriminalização do aborto e do porte de maconha, mas que têm criado ruídos com o Congresso
O governo defende que a Corte se concentre em assuntos econômicos, de seu interesse. 
A avaliação entre auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é que sua gestão sofre desgaste com a análise de questões que geram controvérsia na sociedade, porque nem toda a população faz distinção entre as iniciativas do Executivo e do Judiciário. 
Em paralelo, governistas observam com preocupação o avanço no Senado de propostas que limitam poderes da Corte, mas evitam gestos ostensivos que possam causar ruídos na relação com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 
Ontem, a oposição anunciou o fim da obstrução da pauta da Câmara em função de um acordo para acelerar a agenda anti-STF no Senado. 
 
Ministros de Lula ouvidos pelo GLOBO identificaram queda de popularidade de Lula nos estados após o STF pautar temas relacionados a costumes. Esses auxiliares citam que uma parcela da população vê influência da gestão petista quando o Supremo trata desta agenda. 
Além disso, na avaliação do Planalto, a Corte tem tensionado a relação com o Congresso e gerado reações dos parlamentares.  
O Senado, por exemplo, aprovou projeto estabelecendo o marco temporal para a demarcação de terras indígenas após o STF considerar a tese inconstitucional. O assunto está na mesa de Lula, que tem até amanhã para decidir se sanciona ou veta o texto.[se optar pelo veto, o Congresso pode derrubar o veto.]

Contra a 'pacificação'
Ao entrar em temas que dividem a sociedade
, o governo entende que o STF não contribui para a pacificação do país, porque vê a base bolsonarista se mobilizar para se contrapor às decisões tomadas pela Corte. 
De acordo com auxiliares próximos, Lula tem manifestado em conversas reservadas preocupação com o posicionamento mais ativo do Supremo, até porque avalia ter sido vítima dessa postura durante a Lava-Jato. 
 
No Planalto, a iniciativa recente do Supremo vista como mais problemática foi a da então presidente da Corte, Rosa Weber, que levou à pauta a ação que pode descriminalizar o aborto até a décima segunda semana de gestação e votou favoravelmente. 
O novo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, apresentou um pedido para mover o processo do plenário virtual para o físico e já indicou a congressistas que não deve pautá-lo tão cedo. A entrada da Corte no assunto também provocou atritos com o Legislativo.

A entrada desse assunto na pauta desagrada o governo pela repercussão especialmente em setores da sociedade dos quais Lula tenta se aproximar, como os evangélicos. Historicamente, o tema é usado para atacar a esquerda e foi evitado pelo petista na campanha, quando ele mirava eleitores de centro e centro-direita para vencer Bolsonaro.

Outra questão vista com potencial de degaste é o julgamento da descriminalização do porte de maconha para consumo próprio. Cinco ministros votaram a favor e um contra, mas a análise foi interrompida após pedido de vista de André Mendonça.

Exemplos de temas que o governo gostaria de ver na Corte são a correção do FGTS e o pagamento dos precatórios — despesas decorrentes de sentenças judiciais. Sobre o FGTS, o Supremo já vem demonstrando disposição de discutir com o Planalto. A ação estava prevista para esta semana, mas foi retirada de pauta após uma reunião entre Barroso e os ministros Jorge Messias, Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades) e Luiz Marinho (Trabalho). O processo preocupa o governo porque, segundo os cálculos da Fazenda, a União pode ter um custo extra de R$ 17 bilhões por ano caso o fundo passe a ter uma remuneração mais alta.

Em nota divulgada após o encontro, o presidente do STF disse que o adiamento serviria para que o governo apresente novos cálculos “em busca de uma solução que compatibilize os interesses em jogo”.

A respeito dos precatórios, o governo teme que o caso vire uma bomba fiscal em 2027, quando o eleitor não lembrará mais que esse movimento foi feito durante o governo Jair Bolsonaro e debite o prejuízo aos cofres públicos como um descuido do governo Lula.

Em setembro, a AGU enviou ao STF um parecer defendendo que a Corte considere inconstitucionais regras aprovadas no governo Bolsonaro para o novo regime de pagamentos de precatórios. Uma decisão favorável no STF faria com que a União quitasse o estoque de precatórios não pagos e retiraria cerca de R$ 95 bilhões em 2024 do limite estabelecido pelo arcabouço fiscal. Além de Messias, interlocutores apontam que têm bom trânsito no STF o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Enquanto age para aparar arestas no Supremo, o Planalto adota cautela em relação à articulação do presidente do Senado para aprovar projetos que limitam poderes de ministros da Corte. 
A avaliação é que o movimento político de Pacheco já está consolidado e que uma tentativa de travá-lo seria inócua, além da possibilidade de deixar sequelas. 
Amanhã, está prevista uma sessão de debates no plenário, ainda sem votação, sobre o projeto que limita decisões individuais de ministros do STF. O texto já foi aprovado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ).

Relator à vista
Um outro projeto, fixando mandatos para os magistrados, também será analisado. O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), ainda não definiu o relator, mas pediu sugestão de nome para o autor da proposta, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que ainda vai se reunir com Pacheco para decidir quem vai assumir a tarefa.

Ontem, deputados de oposição anunciaram que vão parar de obstruir a pauta da Câmara em função de um acordo firmado com Pacheco prevendo que as pautas anti-STF tenham andamento célere no Senado. A aproximação do presidente da Casa com opositores de Lula é vista também como um gesto para cacifar a candidatura de Alcolumbre para o comando da Casa, em 2025, desidratando potenciais nomes mais à direita. 

Na terça-feira, em plenário, Pacheco recebeu uma série de elogios de nomes como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Jorge Seif (PL-SC) e Marcos Pontes (PL-SP) — os dois últimos ocuparam cargos na gestão Bolsonaro. O grupo parabenizou o presidente da Casa por um discurso em que criticou a atuação do Supremo.

No sábado, Pacheco havia afirmado que “não há a mínima possibilidade de se permitir ao STF que formate as regras e as leis do país, porque isso cabe legitimamente ao Poder Legislativo”. (Colaborou Gabriel Sabóia)

Política - O Globo

 

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Esquerda tenta convencer que não há nada de mau em matar bebês


 Esquerda tenta convencer que não há nada de mau em matar bebês

A manutenção da legalidade do aborto nos Estados Unidos é o tema do documentário “Roe x Wade: Direitos das mulheres nos EUA”, produzido e disponibilizado pela Netflix. 
No documentário, ao longo de uma hora e meia somos bombardeados pela propaganda abortista, que não reconhece o feto como um ser vivo e que considera o aborto um método contraceptivo como outro qualquer. 
O documentário tem cenas fortes e declarações mais fortes ainda. 
E deixa no ar uma pergunta: por que a Netflix não produz um documentário pró-vida? Com a presença especial da nossa colega de Gazeta do Povo Bruna Komarchesqui, este é o Quarentena Cult de número 105.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

A Argentina vem aí… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

"Cadê aquela turma que dizia que em seis meses viraríamos Argentina e em um ano a Venezuela?", questionou o senador Randolfe Rodrigues [o estridente.] ao divulgar a notícia do Estadão de que o PIB do Brasil é o 7º em ranking de crescimento e pode voltar ao top 10 das maiores economias em 2023.

A economia não vai tão bem assim como o senador petista quer acreditar - ou fazer outros acreditarem
Tivemos um crescimento de menos de 1% no trimestre, com uma arrecadação fiscal despencando.  
A esquerda celebra a mediocridade.
 
O pouco da economia que se mostra resiliente se deve às reformas do governo anterior. É o legado Guedes, a herança positiva de Bolsonaro, a inércia de medidas importantes
Tudo no atual governo aponta na direção contrária: mais gastos, mais ministérios, mais ingerência estatal na economia e, apesar de mais impostos, menos arrecadação tributária.
 
Mas o ponto central nem é rebater a euforia artificial do senador petista, e sim perguntar: virar uma Argentina seria uma tragédia, pela ótica da esquerda? 
Então por que o presidente Lula continua defendendo o atual governo argentino, responsável pela situação do país? 
Por que o próprio Lula disse que a Argentina vai bem, em que pese uma inflação acima de 100% ao ano?

A Argentina está indo na contramão dos demais países da América Latina, que dão os primeiros passos no afrouxamento da política monetária para poderem retomar a atividade econômica. 
Os primeiros a reduzir os juros foram o Chile e o Brasil. 
E na sequência devem vir Peru, México e Colômbia.

Com uma inflação prevista para atingir mais de 160%, uma das mais elevadas do mundo, e uma expectativa de ver seu PIB encolher 3% neste ano, segundo projeções do Itaú, o país teve de aumentar suas taxas básicas de juro de 97% para 118% no mês passado.

Ora bolas, não é o PT que culpa nosso Banco Central independente pela economia mais estagnada, cujo "crescimento" o partido ao mesmo tempo festeja? 
Então como explicar que o país controlado pela esquerda lulista vai ter de subir juros, enquanto nosso Banco Central, com autonomia, pode finalmente reduzi-lo?

Eis a verdade inapelável: o Brasil ainda consegue algum crescimento apesar do PT, não por causa dele
Mas tudo caminha na direção oposta do que deveria, e em breve, ao seguir nessa rota, o lulismo vai colocar o Brasil numa situação parecida àquela da Argentina. 
É o resultado inexorável do esquerdismo econômico, que mistura ignorância, populismo e inveja dos empreendedores de sucesso, que criam riqueza e empregos.

Essa notícia até poderia ser alvissareira para os brasileiros decentes. Afinal, tudo indica que o liberal Javier Milei pode ser eleito nas próximas eleições, quiçá no primeiro turno. Mas aí o patriota brasileiro lembra que a Argentina tem voto impresso, que não tem um TSE todo poderoso como o nosso, e que sua Suprema Corte não chegou ao patamar de ativismo do nosso Supremo.

Talvez nem mesmo a crise econômica contratada pelo petismo poderá ser suficiente para salvar o Brasil - uma vez mais - das garras dos comunistas. 
O povo nem tem coragem mais de sair às ruas para protestar, depois do que aconteceu no 8 de janeiro. 
Talvez o Brasil pule mesmo a etapa argentina para seguir direto rumo ao destino venezuelano, a meta do PT...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


Os frutos da terra - Sílvio Lopes

         Tudo, absolutamente tudo o que vem de Deus, a esquerda demoniza. E o que é do capeta, por outro lado, endeuza e idolatra em prosa e verso.

O agronegócio brasileiro, hoje, é dos mais modernos e eficientes do planeta.  
Alimenta boa parte da população mundial. Pau nele. Até fascista é chamado... Afinal, é das coisas que deram certo e para a esquerdopatia isso é crime inadmissível.Tem que ser combatido. 
 
Lá atrás, na eleição de Collor, o agro mostrou, afinal, a sua cara. Forjou o  embrião de um movimento estrutural e político via UDR( União Democrática Ruralista), para defender nossos produtores e o seu negócio do preconceito e da perseguição esquerdopata. Figuras como Ronaldo Caiado ( hoje governador de Goiás), à época candidato presidencial, mostraram a força do campo e sua importância estratégica na geopolítica mundial. Aqui, no RGS, figuras como Gilberto Scopel de Moraes, Carlos Eduardo  Borba Nunes, Ana Maria Sartori e tantos outros, tornaram-se  ícones da representatividade rural gaúcha.

O campo, até então avesso à arena política percebeu a necessidade - e aproveitou a oportunidade- para fazer valer seu papel primordial na construção de uma nação pujante e autosuficiente na produção primária. Os frutos, hoje colhemos. Somos respeitados no mundo todo e graças a essa gente e sua determinação e amor ao trabalho e ao País, temos muito a comemorar.

Se a política mesquinha e destruidora de nossos valores e das nossas riquezas for neutralizada, logo o Brasil poderá alçar ao panteão das grandes nações do planeta terra. O agronegócio merece nosso total apoio e aplauso.

Conservadores e Liberais - O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista, professor e palestrante.

 

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

STF: Dá pra piorar? - Luiz Philippe Orleans e Bragança

VOZES - Gazeta do Povo 

Em recente artigo desta coluna, intitulado “O Parlamento da Ditadura” descrevi o objetivo dos partidos que compõem a esquerda no Foro de São Paulo. Nele vemos que o modelo recorrente das ditaduras comunistas se consolidaram.  Modelo comunista é ditadura? Claro que sim, mas precisamos entender exatamente como ele funciona para poder criticar.  
A ditadura democrática, como eles se definem, é hermética, um circuito fechado e integrado, como demonstrado na figura abaixo.
 
O Partido Comunista possui cursos de formação de líderes e também trabalha nas universidades para formar os futuros membros dos Conselhos Populares. Portanto, tanto o partido quanto o presidente têm influência direta nas escolhas feitas para esses conselhos. 
Como características, eles são locais, espalhados por todo o país, e representam um tipo de fórum de “ouvidoria” da população. Obviamente fazem o papel duplo de monitorar e denunciar críticos.
Desses conselhos populares locais saem os candidatos mais doutrinados para compor a Assembleia Nacional.  
Mas os escolhidos não são parlamentares ou legisladores, pois a função de legislar é do Conselho Permanente. 
Na Assembleia Nacional os escolhidos não fazem nada senão carimbar o que o Conselho Permanente decide colocar para votar e “escolher” as cartas marcadas dentre os que irão para o Conselho Permanente quando abrirem vagas.  

Esse conselho permanente é o poder concentrado que faz o papel de julgar, executar e legislar.  São burocratas profissionais e operam tudo, o ano todo.  Em alguns países há outros conselhos permanentes que separam essas funções, mas a subordinação ao Partidão e ao Presidente é total.  Ou seja, o topo escolhe a base que irá sustentar o topo no topo: #ditadura.

Por que você precisa saber disso?  Por dois motivos:  primeiro
porque no primeiro mês do atual governo foi decretada a criação de conselhos populares. Segundo, e eis o porquê desse artigo, é que o STF já opera como um Conselho Permanente como no modelo comunista.

Não é mistério para nenhum brasileiro que o STF não é mais uma corte constitucional.  Aliás, esse órgão tem deixado de ser uma corte constitucional à medida que a Lava Jato avançava e o Impeachment de Dilma se aproximava, lá em 2016.  Mas curioso e revelador é que essa interferência tem sido universal, em todos os poderes, inclusive no próprio Poder Judiciário, como observamos no quadro abaixo.

Mas o STF só ganhou notoriedade na opinião pública quando interferiu no Poder Executivo de Jair Bolsonaro e no Ministério Público (MP), como vemos abaixo:

Agora, a bola da vez parece ser a interferência no Poder Legislativo como vemos abaixo. É de se notar que essa interferência ocorre desde 2017, quando proibiram a vaquejada, uma atividade cultural de alguns estados do Nordeste que empregava milhares de pessoas. A prática foi subitamente proibida até a criação de outra lei que aliviasse a situação.

Mas o ponto é que as interferências do STF têm aumentado em número e escopo. Nenhuma instituição atual que se julga independente e que exerce a sua função de freio ou contrapeso está livre de uma interferência direta, arbitrária, fora do devido processo legal e fora da legalidade.  Se essa afirmação é verdadeira, então temos de fato um órgão que age como Conselho Permanente.  

E como já temos conselhos populares efetivados em paralelo, a eventual substituição ou reorganização dos demais poderes criados na fraca constituição de 1988 é uma questão de oportunidade.  
Se o Centrão não concordar em apoiar uma reforma do Judiciário, o que vemos agora é o que irá continuar.  
Será que ajuda mostrar aos deputados e senadores do Centrão que no primeiro quadro deste artigo não há espaço para parlamentares de qualquer espécie?   
Será que a população sabe que o PT quer uma nova constituinte para mexer no sistema eleitoral, partidário e político?  
Será que vale pontuar para todos que esse plano existe há décadas, é discutido abertamente em “lives” da esquerda, replicado em diversos canais partidários, é totalitário e está em curso?  
Eu acredito que sim e por isso publico artigos como este.  

Quem sabe se denunciarmos de forma mais clara o problema, mais pessoas percebam o que já sabemos: a prática precede a forma e o STF já está agindo como um Conselho Permanente.  Novidade? Não.  
Mas como mencionado no início do artigo, é preciso saber como o sistema funciona para poder criticá-lo com autoridade. 
Em outras palavras, é preciso saber identificar o problema e desarticular o modelo antes que tome a forma institucional já praticada. 

Se seguirmos a velha máxima “ver para crer” o resultado totalitário estará traçado. Mas o brasileiro segue o ditado de “crer para ver” e muitos que foram às ruas nos últimos 10 anos já viram o problema muito antes de sua materialização, neste ano. Agora é a vez do “saber para agir”.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Direita? Por que direita? - Percival Puggina

         Frequentemente, amigos intelectuais me dizem que não usam os conceitos de direita e esquerda e, menos ainda, os adotam como modo de identificar suas posições pessoais.

Pois é. Complicado, mesmo, como mostra o saudoso Olavo em artigo com o título “Direito e esquerda, origem e fim”, publicado no Diário do Comércio de 01/11/2005 (aqui). 
No entanto, quando me fazem essa advertência, não sem razão alego que em todo o Ocidente (ao menos) as pessoas percebem que tais palavras orientam um arco de possibilidades onde podem identificar a si mesmas e a sua leitura das realidades políticas. Portanto, até que esses conceitos se autodestruam eu sigo adiante com eles. 

No artigo que mencionei acima, nosso Olavo lembra que no final da II Grande Guerra, “os americanos retiraram pacificamente suas tropas dos países europeus pacificados acreditando que os russos fariam o mesmo quando os russos, ao contrário, tinham de ficar lá de qualquer modo, porque, na perspectiva da revolução, o fim de uma guerra era apenas o começo de outra e de outra e de outra, até à extinção final do capitalismo”.

Não só do capitalismo, claro, mas de toda uma civilização, como ele cuidou de demonstrar em sua obra. Numa perspectiva pessoal, que sei comum a tantos, não há qualquer bem imaterial que seja para mim objeto de reverência ou zelo que não esteja sob permanente ataque “dos russos” para usar a referência de Olavo em relação ao que se seguiu à II Guerra Mundial.

Essa esquerda revolucionária jamais construiu algo que ficasse de pé.
Nenhuma economia, nenhuma ordem política, nenhum Índice de Desenvolvimento Humano saudável. 
Sua produção cultural é comprometida com a destruição, seja lá do que for, inclusive do que seja bom, belo e verdadeiro.

Apesar de toda a choradeira magoada (mimimi, no dizer moderno) da esquerda brasileira contra o que chama “discurso de ódio”, aos 78 anos sou testemunha viva e experiente do ódio que vai muito além do discurso. Durante décadas, essa esquerda que ora nos aflige teve o Rio Grande do Sul como sua cidadela e ao longo desse tempo eu confrontei seus porta-vozes, olho no olho, em sucessivos debates.

A ampla maioria “de direita” que teria saído das urnas de 2022 e prometia disponibilizar contrapesos e freios aos excessos que viessem dos tribunais superiores e do Palácio do Planalto acabou reduzida a pouco mais de uma centena de deputados federais. 
 Seria uma estupidez responsabilizar apenas o governo petista por fazer o que sempre fez:  comprar base de apoio, por lote ou cabeça.  Muito mais estúpido é não apontar o desastre moral de cada peça ou partida nesse leilão de oportunistas, tão falsos e embusteiros quanto um discurso do Lula.

Sempre me declarei de direita porque o centro, além de levar junto um bom retalho de esquerda, tem jeito de centrão, conduta de centrão e jamais enfrenta um adversário hegemônico que tenha a chave do caixa.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Direitos humanos e aparelhamento - Percival Puggina

 

         É muito incomum que nos parlamentos brasileiros, sejam municipais, estaduais ou federais, as comissões de Direitos Humanos não sejam povoadas e comandadas por militantes de esquerda. Era de se esperar que essa enorme convergência proporcionasse verdadeiras redes de proteção aos desvalidos e discriminados. Só que não.

A experiência evidencia a um observador atento que tais comissões se prestam quase sempre, exclusivamente para proteção de interesses de companheiros em necessidade. Se o desvalido ou o discriminado for de direita procure outra porta para bater. E isso basta para provar quão desumano o esquerdismo é, por natureza.

Nicolas Maduro foi festejado, paparicado e se tudo der certo, será  bem servido por Lula em suas necessidades. Leia, a seguir, o que dizem sobre esse déspota venezuelano e seu governo o Human Rights Watch e o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos.

Em novembro de 2021, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, abriu uma investigação sobre possíveis crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela. 
Em 2020, a Missão de Averiguação de Fatos das Nações Unidas (Missão) encontrou motivos suficientes para acreditar que crimes contra a humanidade foram cometidos como parte de uma política de Estado para reprimir opositores.

Em 2022, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), que tem presença na Venezuela, perdeu o acesso aos centros de detenção onde são mantidos os presos políticos.

Autoridades judiciais têm participado ou sido cúmplices dos abusos, servindo como mecanismo de repressão.  A Venezuela enfrenta uma grave emergência humanitária, com milhões sem acesso a cuidados de saúde e nutrição adequados.

As autoridades assediam e perseguem jornalistas, defensores dos direitos humanos e organizações da sociedade civil. Preocupações persistentes incluem práticas brutais de policiamento, falta de proteção a populações indígenas e condições prisionais precárias.

Um êxodo de cerca de 7,1 milhões de venezuelanos representa uma das maiores crises migratórias do mundo. Um relatório de uma missão de observação eleitoral da União Europeia lançado em 2022 apresentou recomendações concretas para abrir o caminho para eleições livres e justas.

As negociações que estavam suspendidas desde outubro de 2021 foram retomadas em novembro.

Perseguição de Opositores Políticos, Detenções e Tortura

O governo prendeu opositores políticos e os impediu de concorrer a cargos públicos. Segundo o Fórum Penal, uma rede venezuelana de advogados de defesa criminal que atuam pro-bono, reportou 245 presos políticos até outubro.

Pelo menos 114 presos políticos passaram mais de três anos em prisão preventiva, apesar dos limites de tempo incluídos em uma recente reforma do Código Penal. Aproximadamente 875 dos 15.770 civis presos arbitrariamente de 2014 a junho de 2022 foram processados em tribunais militares, informou o Fórum Penal.

Embora alguns detidos tenham sido libertados ou transferidos das instalações do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN, na sigla em espanhol) para prisões, novos críticos foram submetidos a detenções arbitrárias.

O ACNUDH continuou recebendo denúncias de tortura, maus-tratos e detenções incomunicáveis em 2022.

Forças de segurança e colectivos – grupos armados pró-governo – têm sistematicamente atacado manifestações desde 2014, inclusive com ações violentas, espancamentos brutais e tiros à queima-roupa.

Segundo fontes oficiais consultadas pelo ACNUDH, o Ministério Público registrou 235 denúncias de violações de direitos humanos envolvendo privação de liberdade, de maio de 2021 a abril de 2022, incluindo 20 em acusações relacionadas a terrorismo.

O ACNUDH e o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias relataram dificuldades persistentes para garantir os direitos à liberdade e julgamentos justos. Também há atrasos na implementação de ordens judiciais de soltura.

Em setembro, a Missão da ONU informou que crimes cometidos por serviços de inteligência, por ordem de autoridades de alto escalão, incluindo Nicolás Maduro, faziam parte de uma política deliberada de repressão aos opositores do governo. A missão novamente os descreveu como crimes contra a humanidade.

 Transcrito do site Percival Puggina, com conteúdo Human Rights Watch