[Pontos fortes da candidatura Bolsonaro = destacados em itálico azul.
São tais pontos que somados ao fato, irrefutável, que Bolsonaro tem votos e o fato tempo de TV que vai dispor utilizando o 'direito de resposta' tornam Bolsonaro imbatível e com reais chances de vencer no primeiro turno.
Os adversários de Jair Bolsonaro terão que se valer da calúnia, do deboche, do humor ridículo para atacar o candidato e para tanto a mentira será usada com abundância, ensejando ao deputado o 'direito de resposta' usando o tempo de TV do caluniador.
Os que optarem por não caluniar não conseguirão impor defeitos ao fenômeno Bolsonaro = não fornecem tempo para Bolsonaro e nem ganham a eleição.
Já os que tentarem acusar Bolsonaro terão que caluniar e divulgarão o fenômeno Bolsonaro.
Pontos negativos, mas, que podem se tornar positivos com correções ao longo da campanha estão em vermelho.]
O que é um fenômeno? Um deputado de ultradireita não é um fenômeno. O endeusamento de Donald Trump não é um fenômeno. Pesquisa eleitoral não é um fenômeno. Fenômeno é um apologista de Trump liderar as pesquisas presidenciais no Brasil recitando teses de ultradireita. Com a aclamação de sua candidatura pelo raquítico PSL, neste domingo, Jair Bolsonaro consolida-se como grande surpresa da temporada eleitoral de 2018. Mas o fenômeno, indica o Datafolha, tem calcanhares de vidro que dificultam sua caminhada até o Palácio do Planalto.
Com Lula fora da raia, Bolsonaro lidera o páreo presidencial com 19%, informa a sondagem mais recente do Datafolha, divulgada em junho. Entretanto, um terço do eleitorado desenvolveu uma ojeriza pelo fenômeno —32% dos entrevistados disseram que jamais votariam no capitão. Bolsonaro tem dificuldades para crescer. Mais: nas projeções de segundo turno, sua liderança derrete. Se não estivesse inelegível, Lula (49%) surraria Bolsonaro (32%) num hipotético segundo round. Marina Silva (42%) colocaria dez pontos de vantagem sobre o fenômeno (32%). Ciro Gomes (36%) subiria ao ringue estatisticamente empatado com a novidade (34%). Até Geraldo Alckmin (33%) emparelharia suas luvas com as de Bolsonaro (33%), num empate matemático. [quando se parte para o 'se', para o 'hipotético', passam a se considerar teorias, que SE tivessem sido consideradas o Brasil estaria bem melhor do que hoje - uma delas é SE a maior parte do eleitorado brasileiro (considerando os famosos votos válidos) não tivesse votado em coisas como Lula e Dilma o Brasil não estaria f ... .]
Numa eleição imprevisível, em que 33% dos eleitores chegam à beira da urna sem ter escolhido um candidato, tudo pode acontecer. Mas a liderança de Bolsonaro tem, por ora, a solidez de um pote de gelatina. Sem alianças, o candidato terá algo como sete segundos para vender o seu peixe no horário eleitoral. Mal dá para pronunciar o nome.
Bolsonaro alardeia que vencerá a eleição no primeiro turno, fazendo suas barricadas na internet. Em política, impossível não é senão uma palavra que contém o possível. Mas Valdemar Costa Neto, um PhD em poder, preferiu tomar distância. Ao farejar o risco de Bolsonaro dar com os burros n’água, o dono do PR decidiu apostar num burro mais seco. Entregou o tempo de propaganda do seu partido para o tucano Geraldo Alckmin, estimulando as outras legendas do chamado centrão a fazer o mesmo.
O fenômeno arrancou a extrema-direita do esconderijo entoando raciocínios que transformaram o candidato numa espécie de porta-voz do desalento. Bolsonaro captou no ar o sentimento do armário. Há quatro meses, ao filiar-se ao PSL, declarou que seu modelo é Donald Trump, “um exemplo para nós seguirmos.”
Na área da segurança pública, sua prioridade é liberar as armas, aproximando o Brasil dos Estados Unidos, país onde estudantes adolescentes matam colegas de classe com armas compradas na loja da esquina. [atualmente, com a vigência do famigerado 'estatuto do desarmamento', em que só policiais e bandidos podem portar armas, o bandido sabe que ao assaltar alguém as chances de reação são praticamente ZERO.
Com a posse e porte livras o bandido terá que considerar chances concretas de uma reação.] Apoiado pela Bancada da Bala, Bolsonaro deseja vitaminar o grupo no Congresso. “Quem sabe teremos aqui a bancada da metralhadora”, vaticionou. “Violência se combate com energia e, se necessário, com mais violência”.
No rol de inimigos de Bolsonaro, “marginais” e “vagabundos” dividem espaço com os homossexuais.
“Um pai prefere chegar em casa e ver o filho com o braço quebrado no futebol, e não brincando de boneca”, declarou. “Casamento é entre homem e mulher. E ponto final”.
No final do ano passado, Bolsonaro classificou a turma do MST de “terrorista”.
Propôs um tratamento implacável: ''A propriedade privada é sagrada. Temos que tipificar como terroristas as ações desses marginais. Invadiu? É chumbo!''
Chegou mesmo a defender o uso de ''lança-chamas'' contra os liderados de João Pedro Stédile.
Deputado federal de sete mandatos, Bolsonaro às vezes soa como se os seus 27 anos de Congresso fossem um mero asterisco. ''Se o Kim Jong-un jogasse uma bomba H em Brasília e só atingisse o Parlamento, você acha que alguém ia chorar?”, indagou numa palestra, arrancando risos da plateia.
De economia Bolsonaro reconhece que não entende bulhufas. [não entender de economia não é nada que atrapalhe a vitória de Bolsonaro - o único inconveniente será um ponto explorado pelos adversários e que poderá confundir algum incauto.
Mas, entregando o comando da economia a quem conhece, o desconhecimento do assunto pelo futuro presidente, passa a ser sem importância.
O complicador que permanece é a necessidade de ORDEM para gerar PROGRESSO em um quadro de economia adverso.] Nessa matéria, o candidato tornou-se uma espécie de jarro vazio, dentro do qual o economista Paulo Guedes despeja o seu receituário liberal. Guedes disse que, num eventual governo Bolsonaro, seriam mantidos em seus postos membros da equipe econômica da gestão de Michel Temer, um presidente reprovado por oito em cada dez brasileiros.
[em que pese a elevada reprovação do presidente Temer, não pode ser olvidado que o atual presidente estava tendo êxito em sua política economica, com destaque para a redução do desemprego, mas, infelizmente, Temer foi vítima de um complô = uma nojenta tentativa de golpe, sofreu e sofre acusações sem provas = que desmontou todos os êxitos que seu Governo estava obtendo na economia;
tal fato só qualifica o acerto da equipe economica escolhida por Temer.]
Dogmático aos 63 anos, Bolsonaro comporta-se como se já não tivesse idade para aprender mais coisas. Polêmico, também não exibe a sabedoria dos políticos que aprenderam a ocultar o que ignoram. Para um candidato assim, tão controverso, a tarefa de reduzir antipatias é mais complicada. O fenômeno terá que se desdobrar se não quiser passar à história como o presidente mais fenomenal que o Brasil jamais terá.
Blog do Josias de Souza