O que sucederia se Mike Pence, a poucos dias da posse de Donald Trump,
revelasse que o presidente eleito dos Estados Unidos corria sério risco
de ser alvo de um atentado terrorista? Pence está para Trump como Hamilton Mourão está para Jair Bolsonaro –
ambos são vice, não necessariamente decorativos como se achava Michel
Temer no tempo de Dilma presidente.
Pence nada disse de parecido. E se soubesse jamais diria. Quem disse foi
Mourão em entrevista à revista digital Crusoé. E sabe o que aconteceu?
Nada. Ninguém deu bola. Um dia desses, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, em sua conta no
Twitter, escreveu que havia gente interessada na morte do seu pai. Gente
muito próxima de Jair, ele disse. Também nada aconteceu.
Imagine só se Ivana Trump, a primeira filha dos Estados Unidos, tivesse
escrito algo semelhante. De imediato seria chamada a se explicar. Não se
falaria no país de outra coisa por semanas a fio. Mourão afirmou, ontem, em entrevista a Rodrigo Rangel e Eduardo Barretto
que Jair Bolsonaro está sob “grave ameaça”, segundo informes dos
serviços de inteligência.
Haveria planos para matar Bolsonaro com atiradores de elite e
carros-bomba – inclusive com a participação de grupos terroristas
estrangeiros, detalhou o general.
De duas, uma. Ou temos uma sociedade desinteressada da sorte do seu
próximo presidente, ou o que dizem Mourão, Carlos e o próprio Bolsonaro
não merece ser levado a sério.
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