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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Prefeitos de mais de 2 mil cidades pedem ajuda ao governo diante do avanço dos casos de Covid-19

Bianca Gomes

Consórcio Conectar, que reúne executivos municipais, encaminhou ao Ministério da Saúde ofício pedindo apoio da pasta para estruturação do atendimento ambulatorial e compra de testes rápidos e remédios antigripais

Para enfrentar o aumento dos casos de coronavírus e influenza no país, um grupo de mais de 2 mil prefeitos enviou um ofício ao Ministério da Saúde na última quarta-feira solicitando apoio da pasta na estruturação do atendimento ambulatorial, compra de testes rápidos de Covid-19 e de remédios antigripais, atualmente em falta em várias cidades do país.[em nosso entendimento, as "autoridades locais" estão enviando o ofício para o local errado = o Ministério da Saúde integra o Poder Executivo Federal que, por suprema decisão, não teve poder decisório nas ações de combate à pandemia. 
Considerando que a decisão do STF, de abril 2020, que retirou do Poder Executivo da União  tais competências, continua em vigor, o MS nada pode fazer para atender às probas e competentes "autoridades locais".
Além do mais, a decisão de flexibilizar as medidas de combate à covid-19, acabando com o tranca tudo, isolamento, etc, foi da exclusiva competência das autoridades locais.]

O documento, obtido com exclusividade pelo GLOBO, foi encaminhado pelo Conectar, consórcio criado na pandemia para a compra de vacinas e que hoje atua em outras frentes da saúde pública. As mais de 2 mil cidades que fazem parte do grupo respondem por uma população de cerca de 150 milhões de pessoas, equivalente a 65% do territorio nacional.

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— A situação é alarmante. Precisamos de mais testes, mais estrutura e medicação — afirmou o presidente do Conectar e prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro, ao GLOBO. — Estamos assistindo a um crescimento vertiginoso do número de casos de Covid e influenza. Pedimos ao Ministério medidas emergenciais e apoio aos municípios. O governo federal não pode se omitir se os municípios não têm estrutura para atender a uma demanda inesperada.

Peso nos cofres municipais
No texto encaminhado ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, o grupo ressalta que o espalhamento de novos casos de Covid-19 em conjunto com o aumento dos casos de Influenza tem onerado sobremaneira os serviços de atendimento ambulatorial. “As unidades de atendimento à população, por mais que tenham tido a expansão necessária, estão sendo demandadas para além de sua capacidade de atendimento.” De acordo com Loureiro, apesar de os atendimentos ambulatoriais não resultarem em em internações e ocupações de leitos, a espera de atendimento para realização de exames e receita de medicamentos antigripais tem sido para além do esperado. Por isso, seria importante contar com o apoio do Ministério para uma ampliação temporária nos atendimentos, seja na forma de profissionais ou de estruturas físicas para aumentar a capacidade e a capilaridade da prestação do serviço. [estranho que nunca reclamaram quando podiam gastar à vontade - aliás, é uma reclamação estranha, conforme acima destacado, agora as "autoridades locais" alegam precisar de dinheiro, quando os gastos são fora de dúvida inferior aos do pico da pandemia.]

Segundo o Consórcio, que foi formalizado no ano passado como uma autarquia pública, é necessário também ampliar a testagem para identificar aqueles que precisam de isolamento e assim conseguir frear a transmissão da doença, em especial sob a nova cepa Ômicron.

“Pedimos o reforço do envio de teste de antígeno, bem como o apoio a estruturas fixas e móveis de testagem, seja na forma de equipamentos ou financiamento para garantir a contratação das estruturas e das equipes temporárias para apoio da testagem”, afirmam os prefeitos no documento encaminhado ao governo Jair Bolsonaro.

O Consórcio também ressalta que a intensa demanda no atendimento ambulatorial gerou um esgotamento dos estoques do Oseltamivir, medicamento usado para tratar casos graves de influenza. Em alguns locais, já há um apagão destes remédios. “Este medicamento está em falta em diversos pontos da cidade, seja na assistência farmacêutica pública ou até mesmo nas redes privadas. Desta forma, seria de grande valia o envio de estoques adicionais do referido medicamento ou de recursos especiais para que as cidades possam fazer a aquisição.”

Loureiro afirmou que espera uma resposta rápida da pasta, no máximo até a próxima semana: — Estamos dando o diagnóstico. Agora é só agir nessa distribuição e apoio.[lembramos ao Loureiro que o hábito de estabelecer prazo para tudo, começa a perder o sentido.]

Saúde - O Globo