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domingo, 10 de julho de 2016

Este não foi a Lei Rouanet que pagou

Casamento ostentação: este não foi a Lei Rouanet que pagou

O goiano Djalma Rezende, noivo do casamento que custou 8 milhões de reais, nasceu na roça e era chamado de Jeca Tatu na escola. Transformou-se no advogado número 1 das multimilionárias causas agrárias e, mais recentemente, em protagonista de um vídeo ostentação que virou hit na internet

Quando o advogado Djalma Rezende estacionou sua Ferrari vermelha com o capô aberto em frente ao salão em Goiânia onde 1 200 pessoas o aguardavam, dois drones já sobrevoavam o carro. Convidados e fotógrafos se aglomeraram em torno dele. Diante da plateia, dos drones e dos flashes, Djalma acionou o mecanismo que faz a parte traseira da Ferrari abrir-se e liberar a capota do conversível, que deslizou suavemente para baixo: zzzzzzzip, zzzzzzip, clique. Breve silêncio. Aplausos ruidosos. 
 Vídeo: "Save The Date" casamento Djalma Pereira de Rezende e Priscila Maura de Carvalho 

O noivo, então, desembarcou do carro sorrindo, com os dentes branquíssimos e um lírio na lapela do terno Armani - feliz da vida (e mais feliz ainda estaria se pudesse ter estacionado a Ferrari DENTRO do salão, como era seu desejo, gentilmente desestimulado pelo cerimonialista de Brasília que ele contratou). Djalma Rezende, 62 anos, goiano, especialista em multimilionárias causas agrárias, casou-se no último dia 1º com Priscila Maura de Carvalho, 24 anos, goiana, bacharel em direito, numa festa que custou os olhos da cara e virou assunto nas redes sociais mesmo antes de acontecer, graças a um vídeo que caiu na internet e do qual se falará aqui mais adiante. Antes, uma descrição do casamento, superlativo em cifras, brilhos e repercussão.

Os padrinhos foram 48, alguns trazidos por um dos três jatos que o noivo pôs à disposição dos convidados de outros estados. A noiva, com seu véu de 8 metros de comprimento, entrou com uma tiara de diamantes e um vestido bordado com fios de pérolas. No salão de festas, decorado com 20 000 orquídeas, 93 lustres (incluindo dez Baccarats) e teto coberto por 3 000 metros de tecido que reproduziam os afrescos do Castelo Real de Versalhes (a noiva queria uma "decoração palaciana"), foram servidas 960 garrafas de champanhe Veuve Clicquot, 300 de uísque Royal Salute 21 anos e 380 de vinho Brunello Barbi DOCG, safra 2004 (os padrinhos tiveram direito a seis garrafas de Château Petrus - safras 1974 e 1979).

De Brasília, vieram 257 garçons e um jantar pantagruélico, que, se não primou pela unidade, tampouco pela coerência, impressionou pelo ecletismo. Foram servidos bacalhau, bobó de camarão, ravióli, filé com risoto de funghi, lagosta à thermidor, ragu de cordeiro, rosbife, torta de salmão, ossobuco, codorna recheada, sushi, temaki, caviar e nhoque. De sobremesa, um bolo de 2,5 metros de altura (preço já com desconto pelo pagamento à vista: 40 000 reais), 12 000 docinhos vindos de São Paulo e Brasília e shows de Tiago Abravanel e Anitta. Pelo casamento ostentação, Djalma foi elogiadíssimo - e apanhou muitíssimo também.

O advogado nasceu na zona rural de Mineiros, no interior de Goiás, e foi alfabetizado pela mãe, já que a escola mais próxima ficava a 50 quilômetros do sítio onde morava com os pais e cinco irmãos. Quando entrou numa sala de aula pela primeira vez, já tinha 12 anos. Era grande, desengonçado e falava com sotaque da roça, o que fez com que os colegas o apelidassem de Jeca Tatu. Apesar de estudar de manhã e trabalhar no resto do dia como oleiro e carvoeiro (foi também engraxate e servente de pedreiro), sempre passou de ano em primeiro lugar, no que o ajudou a memória extraordinária, que, colegas garantem, faz com seja capaz de citar de cor o número das páginas em que estão trechos importantes de processos.

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