Redução de jornada e salário pode ser mais uma obra
do petismo! Parabéns, companheiros!
O governo estuda, informam Natuza Nery
e Cláudia Rolli, na Folha de hoje, propor a redução da jornada de trabalho em 30% e de
salários em 15%
como forma de conter o desemprego e não
afetar a arrecadação. A alternativa conta com o apoio das maiores centrais sindicais do
país.
A demissão, obviamente,
leva à perda de arrecadação. O mesmo acontece quando as empresas recorrem ao
“layoff”, que é a suspensão do contrato por cinco meses — nesse caso, os
trabalhadores passam a receber o seguro-desemprego. O governo veria aí
também uma saída para se reaproximar dos sindicatos. É… Dos sindicatos, até
pode ser. Já dos trabalhadores…
A crise já está
batendo forte no emprego, e se sabe que está só no começo. Há quem vislumbre uma
taxa de desemprego perto de 12% no
auge do aperto. O mercado de trabalho teve o pior abril em 23 anos. Um dos pilares do,
vá lá, modelo petista era o consumo. Já ruiu. O outro era o emprego…
Vamos ver. Não basta só negociar
com as centrais, não é? É preciso ver se as empresas aceitam. Em tese, a diferença entre redução da jornada (30%) e de
salário (15%) seria compensada pela redução de outros custos… Mas só em tese. No
período de vigência do acordo, as
empresas certamente ficariam proibidas de demitir. É preciso ver se uma
camisa de força como essa é compatível com um momento de crise. Não parece.
Mas digamos que se consiga um acordo em escala nacional. Talvez um
terceiro pilar do sucesso do petismo tenha sido a frequência com que categorias
profissionais negociaram reajustes acima da inflação. É possível que os trabalhadores tenham memória de tempos em
que o salário crescia abaixo da taxa inflacionária, o que é perda real de
ganho, claro! Mas certamente não se lembram de ver parte do seu salário
nominal ser amputada, ainda que eles possam ficar em casa um ou dois dias de
papo pro ar ou passem a trabalhar duas horas e meia a menos por dia.
Se isso acontecer, será, sem dúvida, mais uma experiência que o Partido dos Trabalhadores proporcionará
aos… trabalhadores. É melhor do que o desemprego?
Certamente! Mas é bom? Ah, não é mesmo. Sem contar que um corte de 15% no rendimento dos assalariados não
é,
assim, um estímulo bom para a
economia, né? Colabora para a chamada espiral
para baixo e acabará afetando diretamente os setores de comércio e
serviços.
Que obra, hein,
Dilma? Huuummm… Compatível com quem demonstrou alguma compreensão com os sacrifícios
humanos nas civilizações pré-colombianas…
Por: Reinaldo
Azevedo