Ministro da Justiça critica Segurança Pública do RJ e aponta ligação de autoridades com o crime organizado
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, desafiou autoridades a provarem que ele está errado
[o atual ministro da Justiça, em que pese ser auxiliar direto do governo Temer, demonstra no seu modo de agir ter grande afinidade com o ex-procurador geral Janot, qual seja: a mania de acusar sem provas, fazer afirmações sem preocupação em comprová-las.
Age igual o Janot quando acusa a PMERJ de práticas criminosas e desafia os acusados a que provem que está errado - o correto é quem acusa, apresentar provas.
Outro caso de afirmação inconsequente foi quando alguns dias após sua posse deixou claro que iria substituir o atual diretor-geral da PF, se valendo de ser o ocupante daquele cargo demissível 'ad nutum'; só que não se aprofundou no 'balão de ensaio' 'esqueceu' tudo (se havia algo a ser esquecido) e parece que desistiu da ideia - que tudo indica era daquelas ideias sem noção.
Seu estilo é: acusa sem provas e depois desafia os acusados a provarem que ele está errado = essa conduta se chama inversão do ônus da prova, que não cabe na atual pendenga do ministro com as autoridades do RJ.]
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, criticou a Segurança Pública do Rio de Janeiro e apontou ligação de autoridades do Rio e comandantes da PM com o crime organizado. As declarações de Torquato foram dadas em entrevista ao jornal O Globo, publicada na manhã quarta-feira (1º). Após declarações ao site UOL, no qual fez menções ao tema, o ministro sofreu duras críticas do governador do estado, Luiz Fernando Pezão, de deputados estaduais e do comando da PM.Diante da reação, ele desafiou as autoridades a provarem que sua fala está errada, além rebater declarações do governador.
“Lamento a repercussão e extensão que teve [as declarações feitas ao site UOL]. Fiz uma crítica institucional pessoal. Mas se estou errado, que me provem”, provocou. Para Torquato, a “própria história da instituição” aponta a ligação do comando da PM com o crime organizado. “Em algum momento, este ano, de uma única vez, foram presos 93 policiais de um batalhão em São Gonçalo. Alguns dias mais tarde, mais alguns. E qual foi a consequência disso? A polícia tem que revelar, tem que contar. (Tem) a questão de vazamento de informações”, apontou na entrevista.
No entanto, de acordo com ele, a investigação da corporação não é de responsabilidade da autoridade federal, mas da Corregedoria da própria Polícia Militar local. Para Torquato, há toda uma linha de comando que precisa ser investigada. ”Nós temos informação: R$ 10 milhões por semana na Rocinha com gato de energia elétrica, tv a cabo, controle da distribuição de gás e o narcotráfico. Em um espaço geográfico pequeno. Você tem um batalhão, uma UPP lá. Como aquilo tudo acontece sem conhecimento das autoridades?”, questionou o ministro que associou o caso a uma autorização “informal” e fez menção ao filme Tropa de Elite, que mostrava toda uma organização envolvida.”Em algum lugar, voltamos à Tropa de Elite 1 e 2″.
Sobre as críticas do governador do Rio, o ministro afirmou ter dito apenas sua opinião e disse ter conversado com as autoridades locais, em mais de uma reunião. Torquato contestou a negativa de pezão, de que não teria conversado sobre o assunto com o ministro: “Eu tenho melhor memória”. Questionado pela jornalista Renata Mariz sobre políticos do Rio que querem que ele apresente nomes sobre a conexão entre deputados, crime organizado e a polícia, Torquato disse que a questão não é apontar nomes. “No mapa eleitoral do Rio de Janeiro, você tem cerca de 840 zonas mais perigosas onde moram um milhão de cariocas. Pelos dados oficiais, você sabe quem são os mais bem votados. E isso está sendo estudado pelo TSE com a participação do Ministério da Justiça, do GSI, da Defesa, da Abin e da PF”, disse ao site.
Fonte: Consultor Jurídico