Agentes de inteligência de cerca de cem países vão se integrar à
Polícia Federal, no Rio de Janeiro, na próxima semana, para
acompanhamento e troca de informações sigilosas sobre terrorismo, dando
início, efetivamente, à segurança da Olimpíada já em solo carioca. O
anúncio foi feito nesta terça-feira, em Brasília, pelo ministro da
Justiça, Alexandre de Moraes. As informações são d’O Globo.
Além de tanques nas ruas e caças para o abate de aeronaves que
desrespeitarem as zonas de exclusão aérea, autoridades estudam outras
medidas mais drásticas. Uma delas poderá atingir em cheio o dia a dia de
quem estiver próximo às instalações olímpicas: o bloqueio do sinal de
celulares. Prática comum em todo o mundo durante a segurança de
autoridades, como ocorreu no Rio, na visita do presidente americano
Barack Obama, em março de 2011, à Cidade de Deus. No comboio da comitiva
americana, um dos veículos vinha dotado do equipamento que permitia o
bloqueio em áreas restritas. Segundo o secretário Extraordinário de
Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei
Rodrigues, o bloqueador já está disponível. — Nós temos essa ferramenta, mas não podemos bloquear o sinal
indiscriminadamente, só porque alguém pode acionar uma bomba. Além do
bom senso, temos que ter informações precisas que levem à necessidade do
emprego desse equipamento. Não é a nossa única medida. Também temos
outras, como armamento pesado, aeronaves, grupo tático, central de
inteligência. A gente vai usando à medida que há necessidade — explicou o
secretário.
Mas a maior arma da segurança é, sem dúvidas, a informação. O
atentado em Nice, na França, semana passada, quando um caminhão foi
usado para matar 84 pessoas e ferir dezenas, que participavam da festa
do Dia da Queda da Bastilha, numa área restrita, provou que o serviço de
inteligência francês falhou nesse item. Também mostrou que os bloqueios
na rua não foram eficientes para impedir a entrada do veículo. O fato
fez com que o secretário revisasse o planejamento de segurança nas áreas
dos Jogos. — Constantemente revisamos os planos de operação. Isso é um dos
pilares do planejamento de segurança. Não fizemos modificações, apenas
acrescentamos mais informações, em decorrência dos acontecimentos em
Nice. Temos vários bloqueios, mas destaco dois em especial, localizados
em áreas onde apenas veículos credenciados podem passar. Vai depender da
geografia de cada região. A 500 metros das instalações dos Jogos, o
acesso será só para a família olímpica, ou seja, os atletas, ou veículos
de segurança. Em alguns casos, será permitido aos moradores que residem
próximo às arenas que cheguem às suas casas. Ainda que credenciados,
estes veículos não acessam os locais dos eventos esportivos — explicou o
delegado da Polícia Federal Andrei Rodrigues, à frente do planejamento.
Segundo ele, na segunda barreira, os carros credenciados da família
olímpica e das forças de segurança irão para a área de escaneamento de
veículos. Esse bloqueio é justamente para aqueles que irão acessar o
Parque Olímpico, por exemplo. — As pessoas desembarcam, mas vão ter credenciais especiais. Os
carros são escaneados, assim como as bagagens deles. Só é permitida a
entrada até a área de estacionamento. Depois disso, haverá um novo
controle para acesso às arenas — explicou.
ALGUMAS RESTRIÇÕES JÁ EM VIGOR
Desde segunda-feira, o Rio também adotou outra medida importante na
circulação de veículos: a restrição à entrada de caminhões na Avenida
Brasil, na Linha Amarela e na Linha Vermelha, que vai vigorar até o fim
de setembro. Essa medida, que tinha como objetivo inicial melhorar o
trânsito, acabou sendo agora um importante fator para reduzir a
quantidade de veículos de carga na cidade durante a Olimpíada, depois do
episódio em Nice.
O ataque de um jovem armado com um machado e uma faca, ferindo quatro
passageiros num trem na Baviera, na Alemanha, também serviu de alerta
para as autoridades que planejam a segurança da Olimpíada. O Estado
Islâmico reivindicou a autoria do atentado. É inesgotável a possibilidade de instrumentos que podem ser usados
para cometer delitos. Amanhã vai um louco com um pedaço de pau. Temos
que analisar todas as hipóteses. Não temos compromisso com erros. O que
tivermos que ajustar, faremos de imediato. Estamos no mais alto nível de
preparação. Se o nível é cinco, nove ou 20, eu não sei, mas é a melhor
preparação em segurança que já foi feita no Brasil — disse o secretário.
Para Rodrigues, as reuniões com os agentes de inteligência de vários
países são imprescindíveis para a análise de informações, principalmente
relacionadas a supostas ações do EI: — Temos na cooperação internacional um pilar muito forte para o planejamento da nossa segurança.
‘PROBABILIDADE MÍNIMA DE ATENTADOS’
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também está confiante no
esquema de segurança. Ele afirmou ontem que o Brasil se mantém no
patamar de “probabilidade absolutamente mínima” de ser alvo de ataques
terroristas.
— Eu repito o que venho dizendo: não temos hoje probabilidade de atentado terrorista na Olimpíada. A possibilidade sempre existe, como
existe no mundo todo. Exatamente por isso, trabalhamos 24 horas por dia
nesse monitoramento, nessas análises, na troca de informações. A
população pode ficar tranquila que tudo o que é possível em termos de
inteligência, de monitoramento, de rastreamento está sendo feito no
Brasil.
Dentro do esquema de preparação para os Jogos, cariocas têm
assistido, nos últimos dias, a vários exercícios militares. Ontem, ao
meio dia, quem passou pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão
começou a ter uma ideia da segurança aeroportuária que será utilizada a
partir do dia 24. A simulação envolveu 1.200 agentes da Polícia Federal
nas áreas internas e externas do aeroporto. Participaram do treino
equipes de patrulhamento com cães da K-9 e do Batalhão de Policiamento
com Cães, além dos 200 policiais da Aeronáutica que farão o
patrulhamento ostensivo do principal ponto de chegada de turistas e
delegações.
Na parte externa do aeroporto, era possível ver um grupo de agentes
federais e soldados da Força Aérea, que realizavam o policiamento
ostensivo nos saguões de embarque e desembarque e nos acessos aos
terminais. A professora de inglês Libni Meireles, que teve a mala
cheirada por um dos cães, contou que viveu experiência semelhante
durante os jogos de Londres. Também houve exercícios militares na Baía de Guanabara e no Aterro do
Flamengo envolvendo cerca de mil fuzileiros navais e outros militares.
Eles simularam um cerco do monumento aos Mortos da Segunda Guerra
Mundial e uma manobra de isolamento do aeroporto Santos Dumont.
(Foto: Pablo Jacob)
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quarta-feira, 20 de julho de 2016
terça-feira, 29 de março de 2016
Soldados belgas: rifles sem balas no falso combate ao terror
Muito do contraterrorismo é realmente teatro da segurança. Buscas do TSA (Transportation Safety Administration) que ainda não conseguiram parar um terrorista. Bombardeios que não soltam bombas. Soldados portando rifles que não têm balas. Parece impressionante. Mas não há substância por trás disso.
O rabino Menachem Hadad, de Bruxelas, da comunidade ortodoxa haredi Shomre Hadas, contou que os soldados que cercavam uma sinagoga e o centro judaico casa de Chabad, após o assassinato de quatro judeus em Bruxelas, no Museu Judaico da Bélgica, em 2014, disseram-lhe que por meses, eles costumavam proteger a área sem nenhuma bala em seus rifles. "Era apenas teatro."
É claro que é apenas jogo de cena. Qualquer outra coisa seria demais. Os governos ocidentais não querem realmente acabar com o terrorismo islâmico. Eles querem parecer que estão tentando. Não é apenas Obama. É todo o sistema. Após cada ataque terrorista, vem o teatro da segurança. Garantias vazias de que os rapazes a cargo estão realmente levando a sério. Mas não há nada lá. Em vez disso, os governos continuarão a trazer um grande número de muçulmanos, criando a próxima onda de terror, mesmo quando fazem uma encenação de levarem a sério o último ataque.
Levar a sério o terrorismo islâmico significa acabar com a migração muçulmana. Qualquer governo que não queira fazer isso também não vai fazer muito para combater o terrorismo islâmico, exceto fingir fazê-lo.
Publicado no FrontPage Magazine. Divulgação: Papéis Avulsos - www.heitordepaola.com - Tradução: William Uchoa
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