O Estado de S. Paulo
Analistas falam em boicote por desmatamento, mas números do setor revelam outra realidade
As notícias mais recentes em torno da produção rural
no Brasil vinham sendo uma dor de cabeça e tanto. Analistas em estado
de aflição, que nunca viram uma enxada na vida mas são recebidos 24
horas por dia nos meios de comunicação para nos dizer o que está
acontecendo no campo, diziam que agora sim, a coisa tinha ficado
realmente preta: grandes empresas multinacionais vão boicotar o agronegócio brasileiro, a qualquer momento, caso não recebam provas de sua inocência do crime de “destruição das florestas”.
É o começo do fim, garantem. Logo em seguida, porém, os números que
medem a vida no campo como ela é, e não como os entrevistados pela mídia
imaginam que seja, revelam outras realidades.
O Brasil já vendeu nos sete primeiros meses de 2020 o mesmo volume de grãos vendido em todo o ano de 2019.
Mais: cerca de 50% da safra do ano que vem já está vendida antes mesmo de ser plantada.
O fim do agronegócio do Brasil, como se vê, não é para amanhã. Mas as mensagens que o público recebe vão no sentido contrário – o que recomenda, por razões do bom senso mais comum, que você aposte suas fichas na soja, no milho e no boi e deixe de lado as crenças de fim do mundo a curto prazo pregadas pelos pastores da virtude verde, ecológica e orgânica. No fundo, nem seria preciso ver muito número para concluir que o agro está mais do que salvo – basta ver um pouco quem está do lado contrário, e o que esse pessoal anda dizendo. O último craque escalado pelo time é a cantora Anitta, que numa “live” com um deputado de um “partido do campo progressista”, anuncia suas extraordinárias ideias sobre a questão agrícola brasileira.
Anitta informa que
antes de falar “estudou” o assunto da “pecuária”; aparentemente, ela
acredita que os conhecimentos que adquiriu durante esses estudos lhe dão
autoridade para ensinar como as coisas realmente são. Pelo que deu para
entender, a cantora está horrorizada com o fato de haver no Brasil mais
cabeças de boi do que pessoas. (Imaginem se ela soubesse a quantidade
de frangos; melhor não lhe dizer nada sobre isso.)
Esses bois todos, segundo Anitta ouviu dizer, estariam poluindo o ar que a população respira, mesmo a milhares de quilômetros de distância, e bebendo água demais, entre outros delitos. Sua sugestão a respeito é fazer alguma lei para aumentar o preço da carne; assim as pessoas comeriam menos e haveria menos “consumismo” nas churrascarias.
O deputado “de esquerda” ouve tudo com a cara de quem está numa aula magna na Universidade de Oxford.
Desse jeito vai ser difícil acabar com o agronegócio brasileiro.
O Brasil já vendeu nos sete primeiros meses de 2020 o mesmo volume de grãos vendido em todo o ano de 2019.
Mais: cerca de 50% da safra do ano que vem já está vendida antes mesmo de ser plantada.
O fim do agronegócio do Brasil, como se vê, não é para amanhã. Mas as mensagens que o público recebe vão no sentido contrário – o que recomenda, por razões do bom senso mais comum, que você aposte suas fichas na soja, no milho e no boi e deixe de lado as crenças de fim do mundo a curto prazo pregadas pelos pastores da virtude verde, ecológica e orgânica. No fundo, nem seria preciso ver muito número para concluir que o agro está mais do que salvo – basta ver um pouco quem está do lado contrário, e o que esse pessoal anda dizendo. O último craque escalado pelo time é a cantora Anitta, que numa “live” com um deputado de um “partido do campo progressista”, anuncia suas extraordinárias ideias sobre a questão agrícola brasileira.
Esses bois todos, segundo Anitta ouviu dizer, estariam poluindo o ar que a população respira, mesmo a milhares de quilômetros de distância, e bebendo água demais, entre outros delitos. Sua sugestão a respeito é fazer alguma lei para aumentar o preço da carne; assim as pessoas comeriam menos e haveria menos “consumismo” nas churrascarias.
O deputado “de esquerda” ouve tudo com a cara de quem está numa aula magna na Universidade de Oxford.
Desse jeito vai ser difícil acabar com o agronegócio brasileiro.