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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Raquel Dodge questiona Gilmar e este inicia resposta com a pergunta: ‘Você acha que alguém toma uma decisão achando-se incompetente?’

Dodge questiona Gilmar sem mencionar suspeição levantada no STF por Janot... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/12/04/dodge-questiona-gilmar-sem-mencionar-suspeicao-levantada-no-stf-por-janot/?cmpid=copiaecola

Dodge questiona Gilmar sem mencionar suspeição levantada no STF por Janot

Pela primeira vez desde que assumiu o posto de procuradora-geral da República, em setembro, Raquel Dodge questionou frontalmente uma decisão do ministro Gilmar Mendes. Em petição protocolada no Supremo Tribunal Federal ela pede a a revogação do habeas corpus que colocou em liberdade Jacob Barata Filho, o Rei do Ônibus’ do Rio de Janeiro. O mesmo personagem motivou um pedido de suspeição contra Gilmar, formulado pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Mas Dodge se absteve de renovar as suspeitas levantadas pelo antecessor. Preferiu confrontar Gilmar com um arsenal técnico.




Gilmar Mendes é padrinho de casamento de Beatriz Barata, filha do monarca do ônibus. Nessa condição, argumentou Janot, o ministro deveria ter declarado sua suspeição para atuar nos processos protagonizados por Barata Filho. Gilmar deu de ombros. Já mandou soltar Barata Filho três vezes. E a ministra Cármen Lúcia, presidente da Suprema Corte, mantém preso em sua gaveta o pedido de impedimento formulado por Janot. Aguarda um parecer da própria Raquel Dodge. Pelo regimento do Supremo, a questão tem de ser julgada pelo plenário do tribunal. 

Alheia ao contencioso aberto pelo antecessor, Dodge pediu a revogação do novo habeas corpus expedido por Gilmar por razões técnicas. Desta vez, o ministro revogou, de uma tacada, duas ordens de prisão contra Barata —uma da 7ª Vara Federal do Rio e outra do TRF-2. A procuradora-geral sustenta que o segundo mandado de prisão, do TRF-2, refere-se à Operação Cadeia Velha, um processo que corre no Supremo sob os cuidados de outro ministro, Dias Toffoli. Gilmar não teria competência para tomar decisões monocráticas (solitárias) neste caso. 

Pressionando aqui, você chega à íntegra da petição de Raquel Dodge. Clicando aqui, você lê uma notícia com os detalhes da encrenca. Empurrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, a sucessora de Janot reabre o contencioso da procuradoria-geral com o maior crítico do Ministério Público no Supremo. Resta saber até onde Dodge está disposta a esticar a corda. Amigo e conselheiro de Temer, Gilmar avalizou a decisão do presidente de indicar a sucessora de Janot, segunda colocada na lista tríplice que emergiu de uma eleição interna da corporação. No topo da lista estava o procurador Nico0lau Dino, o preferido de Janot.

Blog do Josias de Souza

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‘Você acha que alguém toma uma decisão achando-se incompetente?’, diz Gilmar

Ministro respondeu a recurso apresentado por Raquel Dodge contra sua decisão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes evitou partir para um primeiro confronto direto com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mas defendeu a decisão de soltar pela terceira vez o empresário Jacob Barata Filho, o "rei do ônibus" no Rio. Em recurso enviado ao STF nesta segunda-feira, Raquel defendeu que Barata volte a ser preso preventivamente.

Segundo a procuradora-geral, a competência para analisar um habeas corpus não era de Gilmar, mas do ministro Dias Toffoli, que vem relatando os casos da Operação Cadeia Velha. Gilmar é responsável pelos casos da Operação Ponto Final, e decidiu de ofício conceder habeas corpus ao "rei do ônibus", preso tanto em uma quanto na outra operação.

Depois de um evento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta segunda-feira, Corte presidida por Gilmar, o ministro foi questionado sobre o agravo apresentado ao STF por Raquel. Ele tentou evitar alimentar uma polêmica:  — Essas conversas só se dão nos autos. Vamos discutir isso nos autos.

Os jornalistas insistiram e perguntaram ao ministro se ele tinha competência para analisar a liberdade de Barata na Cadeia Velha. — Como eu lhe respondo? Você acha que alguém toma uma decisão achando-se incompetente? — contestou Gilmar.

Na gestão de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria Geral da República (PGR), Gilmar partiu para o confronto direto e aberto com o procurador-geral por inúmeras vezes. O ministro chegou a chamar Janot de "delinquente", atribuiu a ele a pior gestão à frente da PGR na história e disse que o então procurador-geral "chantageava" o STF.

Janot denunciou o presidente Michel Temer, com quem Gilmar tem proximidade, por duas vezes, uma por corrupção passiva e outra por organização criminosa e obstrução de Justiça. Nos dois casos, a Câmara barrou o andamento das denúncias. O ministro do STF foi crítico das duas denúncias e das delações dos executivos do grupo J&F, que deram início às investigações que resultaram nas denúncias.

O Globo