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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Putin vê Biden como incompetente - O Globo

Guga Chacra

[Biden é incompetente]

EUA x Rússia

O governo de Barack Obama, na visão de Vladimir Putin, agiu para derrubar um presidente ucraniano aliado de Moscou em 2014 ao fomentar as manifestações do Euromaidan via a então secretária assistente de Estado Victoria Nuland, que chegou a ir a protestos. 
Ao mesmo tempo, o então presidente americano, na avaliação do autocrata russo, teria sido um “frouxo” ao impor sanções quase sem impacto depois da resposta russa com a anexação da Crimeia e do estabelecimento de duas repúblicas separatistas no Leste ucraniano — na verdade, na época, o democrata precisava da Rússia nas negociações para o acordo nuclear com o Irã, e penalizar Moscou de forma muito dura podia prejudicar essa estratégia, mas a imagem de ter sido “leve” demais prevaleceu. [esqueçamos as mancadas, ou segundo Putin a frouxidão,  do democrata Obama - seu tempo passou e já pertence ao passado e vamos citar um dos vários exemplos da incompetência do democrata que preside os Estados Unidos.
De muitas, selecionamos uma que demonstra a incompetência, também o  e descaso por vidas humanas do atual presidente norte-americano: ao "comandar" a retirada dos americanos do Afeganistão, em uma demonstração da sua genial incompetência, ou baidada, ordenou que os militares se retirassem primeiro, deixando com os civis a tarefa de apagar as luzes. Concluindo a baidada, ordenou um bombardeio que resultou na morte de vários civis, incluindo crianças.Que esperar de tanta incompetência e desprezo por vidas humanas? Em tempo ... confirmando sua predileção por tirar vidas humanas, sempre que possível,inocentes e  indefesas um dos seus primeiros decretos facilitou a vida dos defensores do aborto nos  EUA. Demonstra desprezo pelo emigrantes,tarefa na qual conjsta com o apoio de sua vice.] 
 
Com a chegada de Donald Trump ao poder, Putin não viu necessidade de alterar o status quo na Ucrânia. O então presidente americano deixava claro que não queria atrito com o líder russo. Inclusive, conforme investigação da Justiça americana, a Rússia agiu para ajudar o republicano a derrotar Hillary Clinton
Para completar, Trump adotou uma postura crítica em relação à Otan. Chegou a questionar o Artigo 5 da aliança militar, que prevê que os países-membros precisam defender um outro integrante da organização caso este seja atacado. “Por que meu filho deveria ir para Montenegro defender o país de um ataque”, disse em entrevista à Fox News. Não havia, portanto, o menor risco de expansão da Otan em direção à Ucrânia durante os anos trumpistas. [A Otan teve seu tempo e grande utilidade na época da Guerra Fria - nos tempos atuais  sua existência perdeu o sentido e para mostrar alguma serventia fica interferindo nos assuntos internos de outros países.  
A falta de serventia da Otan  se iguala a da ONU - que tem pretensões a interferir, mas quando o assunto realmente merece sua intervenção, o poder de veto dos seus 'donos' a mantém inútil.
Hoje, quando a ONU tem alguma voz ativa, usa para defender coisas  indefensáveis e que sempre conspiram contra valores essenciais, entre eles a FAMÍLIA, a MORAL, a RELIGIÃO, os BONS COSTUMES e outros.]

Leia mais:   Para Putin, base dos EUA na Polônia, a 1.300 km de Moscou, justifica aposta russa na Ucrânia

O cenário se alterou com Joe Biden. Primeiro, obviamente, não havia mais um isolacionista na Casa Branca. O novo presidente é um multilateralista em busca do fortalecimento da Otan. Em segundo lugar, o democrata tinha ligações com a Ucrânia. Seu filho, Hunter Biden, conhecido por seus enormes problemas, ocupou no passado um cargo no conselho de uma empresa de energia em Kiev (algo extremamente controverso). Terceiro, o líder russo enxerga o presidente americano e sua equipe de política externa como incompetentes, especialmente após o fiasco da retirada do Afeganistão. Para completar, a Ucrânia tem no poder um presidente que fez carreira como comediante, sem nenhum histórico político. Volodymyr Zelensky é impopular e frágil na visão do Kremlin. Mais grave, adotou uma posição forte de aproximação com a Europa e a Otan.

Diante desta nova conjuntura, Putin decidiu apostar suas fichas em uma pressão para conseguir concessões e evitar uma guinada definitiva da Ucrânia para o lado “pró-europeu”. Se por um lado o status quo não estava mais garantido sem Trump na Casa Branca, de outro, o “incompetente” Biden e o “frágil” Zelensky tornavam o momento propício para uma ação para tentar restabelecer a Ucrânia como parte da zona de influência russa ou ao menos frear a guinada para a Europa. Esta ainda é a visão do líder russo, que tenta fazer o governo americano de bobo.

O governo Biden busca alterar o cálculo de Putin ao adotar um tom duro. Basta ver as recentes declarações do presidente americano, ameaçando com fortes sanções a Rússia no caso de invasão. Quer dar o recado de que não é “frouxo” como Obama e irá agir com fortíssimas sanções se tropas russas cruzarem a fronteira. [Declarações até o Jimmy Carter fazia e não só sobre amendoins - Biden tem de sobra as qualidades negativas que Carter tinha o que garantirá ao atual ocupante da Casa Branca o primeiro lugar na lista dos incompetentes, deixando com o georgiano o merecido segundo lugar.] Basicamente, tornará Moscou pária no sistema financeiro global. Claro, não sabemos se realmente o líder russo pretende invadir ou se desde o início apenas mobilizou as tropas para ter um poder maior de barganha.

Guga Chacra, coluna O Globo


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

PODER E AUTORIDADE, SEGUNDO JESUS CRISTO - Percival Puggina

Quem for eleito presidente da República indicará em 2023 dois novos ministros ao STF em substituição a Ricardo Lewandowski e a Rosa Weber.  
Não quero nem pensar no que faria Lula se a caneta das indicações lhe retornasse às mãos
O Supremo que emergiu da década petista é esse de que padecemos. Em 2018, o candidato da maioria de seus membros perdeu as eleições. Inconformado, tornou-se, o STF, um dos muitos centros de poder nacional cujos membros combatem ferozmente os objetos de seus próprios preconceitos e malquerenças.
 
Podemos divergir sobre o quanto isso afetou a vida institucional do país. Mas é inegável que o Supremo atraiu muito desagrado ao destruir a Lava Jato e, com ela, as esperanças de um Brasil passado a limpo
A contribuição do STF ao combate à criminalidade e à impunidade corresponde a algum algarismo bem menor do que zero, no que empata com o Congresso Nacional.

Parece oportuníssimo reproduzir aqui palavras de Jesus Cristo em Mateus 20:25-28. Não o faço por ser católico, mas por quanto há de sabedoria nestas poucas e raras palavras de Jesus objetivamente “políticas”.

"Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande seja o vosso servo; e quem no meio de vós quiser ser o primeiro seja vosso servo. Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir."

O princípio aqui enunciado proporciona a quem esteja investido de poder muito daquilo que os romanos chamavam “Auctoritas” e descrevia aquela ascendência inerente a certos indivíduos como efeito natural do bom exemplo, da sabedoria, da experiência e das virtudes.

De nada vale os senhores ministros reclamarem para si, em decorrência do poder a eles atribuído, o reconhecimento e a consideração que, na vida real, advêm da Auctoritas. Esta, por muitas razões, é mercadoria em falta, um passo fora dos salões onde, por dever de ofício, entram os rapapés e as cortesanias de praxe. Quanto tais louvações realmente valem daquilo que pesam nas falas à Corte?

Em excelente artigo de 2010, o padre e mestre português Dr. Anselmo Borges inflama-se ao referir aqueles que, no exercício de seu poder institucional, não cuidam de preservar a auctoritas
Fala sobre os maus pais e pergunta: o que acontece quando lhes faltam as condições morais necessárias para exercer e fazer crescer a dignidade dos filhos? 
Fala sobre os maus professores, observando que “quando os estudantes descobrem que um professor é incompetente, é melhor pôr-se a salvo”. 
Por fim, menciona aquelas personagens do mundo político a quem, por falta de qualificação intelectual, técnica ou moral, “à função de deputados ou ministros só resta o nome”.

  1. https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/anselmo-borges/potestas-e-auctoritas--1476678.html

A perda de referências dá causa a um desastre social no Brasil. Só não vê quem disso se beneficia.

 

sábado, 20 de junho de 2020

Colhendo a tempestade -Nas Entrelinhas


“Weintraub é o terceiro ministro que deixa o governo com projeção na base eleitoral de Bolsonaro. Mandetta, da Saúde, e Moro, da Justiça, passaram à oposição


Nas circunstâncias atuais, qualquer presidente da República já estaria diante de uma grande borrasca, em razão da pandemia de coronavírus e da recessão econômica dela decorrente. Jair Bolsonaro, porém, conseguiu transformar a crise sanitária e econômica numa tempestade perfeita, ao agregar às contingências exógenas de seu governo uma crise política multifacetada, que, ontem, resultou na saída do polêmico ministro Abraham Weintraub, da Educação. O 10º ministro a deixar o governo, o segundo da pasta, que agora virou objeto dos desejos dos partidos do Centrão.

[Imperioso lembrar que o silêncio do presidente  Bolsonaro é a conduta mais adequada para que a crise atual seja amainada.
É uma postura que o presidente deveria ter tornado regra em seu governo, começando por ele, e já em 1º jan 2019.
Entrevistas devem ser a exceção e não a regra, conversas com apoiadores de forma eventual, fora isso o canal adequado é o porta-voz.
Falando nele por onde anda o atual porta-voz?
O poder de uma autoridade, bem como seu desempenho, eficiência são medidos por obras, ações e não por discursos.
O presidente Geisel, a quem sempre recomendamos que o presidente Bolsonaro adote como modelo, juntamente com seu ministro da Justiça,Armando Falcão, transformaram declarações e entrevistas em algo extremamente valioso, especialmente por administrarem tais eventos,com parcimônia.
Geisel editou o pacote de abril/77, que depois foi engolido sem direito a reclamações, em silêncio.
O general Geisel foi o segundo melhor presidente do Brasil - o primeiro foi o general Médici.]

A saída do Weintraub — histriônico, incompetente e politicamente trapalhão —, desde a semana passada, era pedra cantada. Para a turma do deixa disso, serviria para desanuviar as relações do Palácio do Planalto com o Supremo Tribunal Federal (STF). Entretanto, foi eclipsada pela prisão de Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro e ex-assessor parlamentar e motorista do seu filho, senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que estava escondido num sítio em Atibaia (SP). O caso Queiroz tira Bolsonaro do sério, pois o amigo e ex-assessor do filho é um homem-bomba: além de suspeito de ser operador financeiro do clã, é peça-chave nas históricas relações do presidente com as milícias do Rio de Janeiro.

Há três dias, Bolsonaro alterna momentos de apatia e grande irritação. Com o apoio dos ministros militares do Palácio do Planalto, bateu de frente com o Supremo Tribunal Federal (STF) e tentou intimidar os ministros da Corte. Nesta semana, deu tudo errado: por 10 a 1, o Supremo resolveu dar prosseguimento ao inquérito das fake news presidido pelo ministro Alexandre de Moraes, que Bolsonaro considera um desafeto. O magistrado vem promovendo sucessivas ações contra os bolsonaristas radicais.

Moraes determinou a prisão da ativista Sara Winter e outros militantes do grupo autodenominado 300 do Brasil, que defendem uma intervenção militar e realizavam protestos contra o Supremo e Congresso, com ameaças a magistrados e parlamentares. Também mandou realizar operações de busca e apreensão em residências e escritórios de empresários, blogueiros, dez deputados e um senador supostamente ligados ao chamado Gabinete do Ódio, a máquina de propaganda bolsonarista nas redes sociais.

Bolsonaro está numa saia justa. Não pode dobrar a aposta contra os demais Poderes sem provocar uma crise institucional sem precedentes desde a democratização. A própria saída de Weintraub havia se tornado imperativa, em razão de suas declarações contra o Supremo na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando chamou os ministros da Corte de vagabundos e disse que eles deveriam ser presos. No domingo, a gota d’água foi sua participação numa manifestação proibida na Esplanada, sem máscara, o que lhe valeu uma multa de R$ 2 mil aplicada por ordem do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

Investigações
O Palácio do Planalto temia a prisão de Weintraub, a qualquer momento, por desafiar o STF. Ao mesmo tempo, o ministro se tornou referência para a ala ideológica do bolsonarismo, por causa dos ataques ao Supremo. Sua despedida do cargo, ontem, foi um constrangimento para Bolsonaro, que lhe ofereceu um cargo de diretor do Banco Mundial. É o terceiro ministro importante que deixa o governo com projeção política na base eleitoral de Bolsonaro. Os outros foram Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e Sergio Moro, da Justiça, que passaram à oposição. Não é o caso de Weintraub, que ganhou um cargo no exterior como prêmio de consolação.


Bolsonaro sentiu o golpe: “É um momento difícil, todos meus compromissos de campanha continuam de pé e busco implementá-los da melhor maneira possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos ouvindo, agora, são maiores de idade e sabem o que o Brasil está passando. O momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser”, disse Bolsonaro, na gravação da despedida de Weintraub. Agora, a dificuldade se chama Fabrício Queiroz. Ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa fluminense, é apontado como operador de um esquema de rachadinha, que supostamente ocorria no gabinete do filho do presidente da República, quando era deputado estadual no Rio. O policial militar reformado foi preso em um imóvel do advogado Frederick Wassef, que atua na defesa de Flávio, mas não é advogado de Queiroz, acusado de manipular provas e pressionar testemunhas, pelos procuradores do Rio de Janeiro que investigam o caso. O Palácio do Planalto tenta se desvincular, mas o fato de Queiroz ter se escondido numa propriedade do advogado de Flávio, mesmo que isso não seja crime, cria um tremendo problema político.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Raquel Dodge questiona Gilmar e este inicia resposta com a pergunta: ‘Você acha que alguém toma uma decisão achando-se incompetente?’

Dodge questiona Gilmar sem mencionar suspeição levantada no STF por Janot... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/12/04/dodge-questiona-gilmar-sem-mencionar-suspeicao-levantada-no-stf-por-janot/?cmpid=copiaecola

Dodge questiona Gilmar sem mencionar suspeição levantada no STF por Janot

Pela primeira vez desde que assumiu o posto de procuradora-geral da República, em setembro, Raquel Dodge questionou frontalmente uma decisão do ministro Gilmar Mendes. Em petição protocolada no Supremo Tribunal Federal ela pede a a revogação do habeas corpus que colocou em liberdade Jacob Barata Filho, o Rei do Ônibus’ do Rio de Janeiro. O mesmo personagem motivou um pedido de suspeição contra Gilmar, formulado pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Mas Dodge se absteve de renovar as suspeitas levantadas pelo antecessor. Preferiu confrontar Gilmar com um arsenal técnico.




Gilmar Mendes é padrinho de casamento de Beatriz Barata, filha do monarca do ônibus. Nessa condição, argumentou Janot, o ministro deveria ter declarado sua suspeição para atuar nos processos protagonizados por Barata Filho. Gilmar deu de ombros. Já mandou soltar Barata Filho três vezes. E a ministra Cármen Lúcia, presidente da Suprema Corte, mantém preso em sua gaveta o pedido de impedimento formulado por Janot. Aguarda um parecer da própria Raquel Dodge. Pelo regimento do Supremo, a questão tem de ser julgada pelo plenário do tribunal. 

Alheia ao contencioso aberto pelo antecessor, Dodge pediu a revogação do novo habeas corpus expedido por Gilmar por razões técnicas. Desta vez, o ministro revogou, de uma tacada, duas ordens de prisão contra Barata —uma da 7ª Vara Federal do Rio e outra do TRF-2. A procuradora-geral sustenta que o segundo mandado de prisão, do TRF-2, refere-se à Operação Cadeia Velha, um processo que corre no Supremo sob os cuidados de outro ministro, Dias Toffoli. Gilmar não teria competência para tomar decisões monocráticas (solitárias) neste caso. 

Pressionando aqui, você chega à íntegra da petição de Raquel Dodge. Clicando aqui, você lê uma notícia com os detalhes da encrenca. Empurrada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, a sucessora de Janot reabre o contencioso da procuradoria-geral com o maior crítico do Ministério Público no Supremo. Resta saber até onde Dodge está disposta a esticar a corda. Amigo e conselheiro de Temer, Gilmar avalizou a decisão do presidente de indicar a sucessora de Janot, segunda colocada na lista tríplice que emergiu de uma eleição interna da corporação. No topo da lista estava o procurador Nico0lau Dino, o preferido de Janot.

Blog do Josias de Souza

Dodge questiona Gilmar sem mencionar suspeição levantada no STF por Janot... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/12/04/dodge-questiona-gilmar-sem-mencionar-suspeicao-levantada-no-stf-por-janot/?cmpid=copiaecola
Dodge questiona Gilmar sem mencionar suspeição levantada no STF por Janot... - Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/12/04/dodge-questiona-gilmar-sem-mencionar-suspeicao-levantada-no-stf-por-janot/?cmpid=copiaecola

‘Você acha que alguém toma uma decisão achando-se incompetente?’, diz Gilmar

Ministro respondeu a recurso apresentado por Raquel Dodge contra sua decisão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes evitou partir para um primeiro confronto direto com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mas defendeu a decisão de soltar pela terceira vez o empresário Jacob Barata Filho, o "rei do ônibus" no Rio. Em recurso enviado ao STF nesta segunda-feira, Raquel defendeu que Barata volte a ser preso preventivamente.

Segundo a procuradora-geral, a competência para analisar um habeas corpus não era de Gilmar, mas do ministro Dias Toffoli, que vem relatando os casos da Operação Cadeia Velha. Gilmar é responsável pelos casos da Operação Ponto Final, e decidiu de ofício conceder habeas corpus ao "rei do ônibus", preso tanto em uma quanto na outra operação.

Depois de um evento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta segunda-feira, Corte presidida por Gilmar, o ministro foi questionado sobre o agravo apresentado ao STF por Raquel. Ele tentou evitar alimentar uma polêmica:  — Essas conversas só se dão nos autos. Vamos discutir isso nos autos.

Os jornalistas insistiram e perguntaram ao ministro se ele tinha competência para analisar a liberdade de Barata na Cadeia Velha. — Como eu lhe respondo? Você acha que alguém toma uma decisão achando-se incompetente? — contestou Gilmar.

Na gestão de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria Geral da República (PGR), Gilmar partiu para o confronto direto e aberto com o procurador-geral por inúmeras vezes. O ministro chegou a chamar Janot de "delinquente", atribuiu a ele a pior gestão à frente da PGR na história e disse que o então procurador-geral "chantageava" o STF.

Janot denunciou o presidente Michel Temer, com quem Gilmar tem proximidade, por duas vezes, uma por corrupção passiva e outra por organização criminosa e obstrução de Justiça. Nos dois casos, a Câmara barrou o andamento das denúncias. O ministro do STF foi crítico das duas denúncias e das delações dos executivos do grupo J&F, que deram início às investigações que resultaram nas denúncias.

O Globo