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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Fato: Temer ganhou e fica no Governo até 31 de dezembro de 2018 - vamos esquecer as rixas, parar de malhar um vencedor e ajudar na solução dos problemas deixados pela dupla maldita: Lula e Dilma



Sem votos para mais nada


A votação na Câmara dos Deputados da segunda denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer significou para ele uma vitória, mas também uma derrota. Vitória porque a Câmara arquivou a denúncia, impedindo assim que o Supremo Tribunal Federal investigasse Temer por corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa.

Derrota porque o número de votos que enterrou a segunda denúncia, apesar do tanto que ele gastou, foi menor do que o que derrotou a primeira em agosto último. Para aprovar a reforma da Previdência, via emenda à Constituição, Temer precisará de 342 votos de um total possível de 513. [correção: uma emenda à Constituição  para ser aprovada precisa dos votos de 3/5 dos deputados = 308 e 3/5 dos votos dos senadores = 49 votos, em dois turnos de votação.]  A primeira denúncia foi arquivada com 263 votos. A segunda, com 251.

Não haverá reforma da Previdência, a não ser que se chame por esse nome a reforma meia-boca engatilhada para ser submetida à Câmara. Um arremedo de reforma obrigará o sucessor de Temer a fazer uma de verdade. O sucesso do arremedo de reforma dependerá mais de Rodrigo Maia (PMDB-RJ), presidente da Câmara, do que de Temer.

Quer dizer: se passar no Congresso, todos os méritos a Maia. [tem que passar na Câmara, etapa em que há espaço para uma possível influência do  Maia; também tem que passar no Senado,  onde o Maia tem influência ZERO.] Se não passar, a culpa será de Temer. Que planejava passar à História como o presidente que desinflou a crise econômica legada por Dilma, de triste memória. E que ainda por cima foi capaz de promover reformas que seus antecessores não tiveram coragem de encarar, ou não quiseram.

Antes de ser duas vezes denunciado por corrupção, Temer imaginou que poderia tentar se reeleger. Se não desse, sem dúvida funcionaria como um eleitor privilegiado do próximo presidente. Quem apoiasse teria mais chances de vencer. Esses sonhos foram pelo ralo depois que ele recebeu às escondidas o empresário Joesley Batista, e foi gravado.

Restará a Temer cumprir tabela até transferir para o seu sucessor a faixa presidencial que não usa, ou porque não gosta ou por constrangimento. Vá cuidar da saúde, depois do susto que levou com a obstrução urológica. Suas coronárias estão a exigir também algum tipo de reparo. Desfrute das miçangas do poder. Por elas, muitos já perderam a vida.

 Fonte: Blog do Noblat - O Globo