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quarta-feira, 5 de julho de 2017

Operação Terror Jacobino: Prisão de Geddel vem com fofoca de que Moreira e Padilha estão na fila

Como se nota, o que se pretende é impedir o presidente de respirar; desde acompanho política, nunca nada nem parecido

 É preciso que uma coisa seja dita com todas as letras; é preciso que se chegue ao “É da Coisa”.

A prisão de Geddel Vieira Lima, nas condições em que foi executada e com aqueles argumentos, é mais do que uma prisão: trata-se de uma ameaça. A quem exatamente? Dados os motivos lá elencados, a qualquer político, com ou sem foro especial. É preciso ler o despacho para saber. O juiz Vallisney de Souza afirma que o ex-ministro ameaça a ordem pública HOJE em razão de um ato de 2015, que lhe é atribuído. Seria ainda um risco à ordem econômica porque poderia movimentar ativos originários da corrupção. Bem, e por que, então, a esta altura, a coisa já não teria sido feita? Mais: acusa o ex-deputado de pôr em risco a instrução criminal porque teria telefonado para a mulher de Lúcio Funaro. Não se conhece o conteúdo das ligações. Segundo a decisão do juiz, o simples telefonema já é causa de prisão preventiva.

Notem: o único fio aí que poderia justificar a medida são os supostos telefonemas, desde, é claro, que exista algum risco à tal instrução criminal; desde que o conteúdo das conversas represente uma agressão às provas ou ameaça ou assédio a testemunhas. Mas isso não está na decisão de Vallisney.  O curioso é que algumas vozes vindas dos porões do Ministério Público Federal logo se encarregaram de deixar claro: prender Geddel seria uma forma de ameaçar dois ministros do governo: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência). Nesses dois casos, o pedido teria de ser feito pelo próprio Janot e encaminhado ao ministro Edson Fachin, do Supremo. Será que, com o bambu que lhe resta, o procurador-geral poderia lançar uma flecha desse tamanho, com essa gravidade?

Convenham: eles acham que podem tudo, não é? Janot procurou engolir o Poder Judiciário. E tem, com efeito, uma parte considerável já guardada no papo. Há indícios, aqui e ali, de que há magistrados que não são mais donos de sua toga, mas reféns de pré-delações ditas explosivas. Vale dizer: ou faz as vontades do MPF ou vai para o cadafalso.
Reitere-se: não é a gravidade do crime que determina a prisão preventiva. Na verdade, essa decisão está mais relacionada ao criminoso do que ao crime que conduziu o indivíduo aos tribunais. Explico: não é a fealdade do ato cometido que leva alguém à cadeia antes da condenação — às vezes, sem que a pessoa seja nem mesmo ré. O que conta são as evidências de que o investigado está a cometer — ou na iminência de — novas transgressões. A de Geddel, se aconteceu, já é velha e é fator que deve agrava a sua pena.

Dados os critérios que Vallisney usou em seu despacho para prender Geddel, qualquer investigado pode ir para a cadeia — daí que vozes do próprio MPF citassem anteontem os dois ministros de Temer. O nome disso é terrorismo. No dia seguinte, um pedido da PF para incluir os dois, mais o presidente, num inquérito que investiga desvios na Petrobras.

Vamos ver qual vai ser o ato exótico desta quarta. Para ficar no clima destes tempos, PF e MPF poderiam batizar a tentativa de derrubar Temer de “Operação Asfixia Global”. O que lhes parece?  Afinal, como quer Dallagnol, o mundo hoje se divide entre corruptos (com seus defensores) e os puros: o próprio procurador e a miríade de patriotas que quer depor o presidente Temer.

Veja também: Pito em Dallagnol

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo