Jurista
disse que, se no futuro surgissem motivos, ela mesmo tomaria a iniciativa
A jurista Janaína Conceição Paschoal disse que não
há elementos para pedir o impeachment do vice-presidente Michel Temer. A resposta foi dada ao senador
Telmário Motta (PDT-RR), que fez várias provocações à advogada, até ela se
exaltar e levantar o tom de voz ao afirmar que não falaria sobre seus clientes.
Ela fez elogios a Temer por sua postura à espera da decisão do Senado e disse
que, se no futuro surgissem motivos, ela mesmo tomaria a iniciativa.
DEUS fez a mulher de uma costela de Adão – já o
demônio fez Dilma do dedo de Lula
A sessão
da comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff já tem oito horas de duração. Telmário perguntou se
ela se sentia confortável com Temer formando ministério com pessoas
investigadas na operação Lava-Jato e tendo ligação com o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ela disse que Temer "mandou bem essa semana", ao parar de falar em equipe. — Hoje, não há elementos para pedir o
impeachment do vice-presidente Michel Temer. Se tiver (no futuro), eu peço —
disse Janaína.
O senador
Romário (PSB-RJ) ainda teve bom humor de dar "bom dia" aos presentes, já que começou a falar depois da
meia-noite. Ele comparou Janaina a um jogador, falando que ele usava camisa 11,
ou seja, com ele mesmo. — Não é rasgação
de seda, não dá para esquecer (seus gols) — disse Janaína a Romário.
A jurista elevou o tom de voz
quando o senador perguntou se ela tinha sido advogada do procurador da República Douglas Kirchner,
que foi afastado do Ministério Público depois de acusação de agressão à mulher.
Ela disse que as acusações contra ele eram falsas. — Não quero brincadeira com os meus clientes. Não quero! Meus clientes
são sagrados! — disse Janaina, praticamente gritando.
O
presidente da comissão especial do Senado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB),
pediu que ela se acalmasse. Telmário e o líder do governo no Congresso, senador
José Pimentel (PT-CE), adotaram já nas altas horas a tática de pressionar a
jurista e de tentar irritá-la. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB),
interveio e lamentou o tom dos colegas. — Transformar
em ré quem acusa. Vimos isso o dia inteiro — disse Cunha Lima.
Janaína disse que não é filiada a
nenhum partido e que
realmente foi contratada para dar um parecer ao PSDB sobre se cabia ou não o
impeachment. Ela, que recebeu R$ 45 mil, disse que
recebeu "pelas horas de
trabalho". Ela também
rebateu argumentos do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que a acusou
de "antipetista" e de
adotar o discurso do ódio. — Meu
sentimento é de frustração. Até pela reputação das duas pessoas, esperava
muito, muito mais. Antipetista Vossa Excelência é. Seu discurso é de ódio —
disse Humberto Costa.
— Com todo respeito, esse
discurso de ódio é do PT. Muito da minha objeção, não ódio, ao PT é por causa
dessas ideias. Vocês estão há décadas pregando a divisão. Não sou melhor que
ninguém, a diferença é que falo e não tenho medo. Vossas Excelências queriam
dividir o país —
rebateu Janaína.
Até o
senador Magno Malta (PR-ES) reclamou da
conduta de senadores petistas contra Janaína. — Não respeitaram a sua condição de mulher e nem ficaram para ouvir
suas respostas — disse Magno Malta. Ainda faltam para falar Randolfe
Rodrigues (Rede-AP) e ainda mais uma vez o líder do PSDB no Senado, Cássio
Cunha Lima (PB).
Fonte: O Globo