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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

A irresponsabilidade de Lula - Elio Gaspari

Ao mandar [???] Jair Bolsonaro para casa, o Brasil parecia ter se livrado de um encosto. [encosto? supomos que o adjetivo está sendo utilizado no sentido 'religioso' e, segundo a Wikipédia,  o adjetivo encosto,  significa "...  é um fenómeno maligno provocado a alguém por uma entidade exterior ou nomeadamente um próprio espírito malicioso ou demônioConsiderando ser o emissor dos desastrados comentários (que não são os primeiros nem serão os últimos) o demônio encarnado, não cabe atribuir a presença do encosto ao ex-presidente.    Durante a pandemia, esse espírito duvidava da vacina, sugeria que o vírus da Covid-19 havia sido fabricado na China e exaltava a cloroquina. Lula recolocou o Brasil nos eixos na questão ambiental e atravessou o mundo para resgatar o encosto, escorregando na casca de banana de Gaza.

Nesta semana, em Adis Abeba, ele disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. Com isso, abriu uma crise e foi declarado persona non grata pelo governo de Israel.

Lula já havia costeado o alambrado dias antes, no Cairo, com duas frases:

— O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e o sequestro de centenas de pessoas. Nós condenamos e chamamos o ato de “ato terrorista”.

Falso. O ataque do Hamas aconteceu no dia 7 de outubro. Cinco dias depois o Itamaraty informou que a classificação do Hamas como organização terrorista competia à ONU. Posteriormente é que falou em terrorismo.

Lula acrescentou:

Não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel. A pretexto de derrotar o Hamas, está matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento.

Ressalvada a falta de conhecimento, essa afirmação foi um exercício de retórica amparada na ignorância.

A fala de Adis Abeba teve a ver com a classificação do comportamento de Israel em Gaza como “genocídio”. Que as tropas de Benjamin Netanyahu cometem crimes de guerra, é certo. Genocídio é outra coisa, é um ato deliberado de exterminar um povo, esteja ele onde estiver.

Em junho de 1944, com a guerra perdida, os alemães capturaram os 400 judeus que viviam na Ilha de Creta. Naquele mês, o brasileiro Benjamin Levy, a mulher e a filha foram presos em Milão e deportados para o campo de Bergen-Belsen.

Lula já disse que Napoleão foi à China e que os americanos derrubaram Dilma Rousseff de olho no petróleo do pré-sal:

— É preciso que [o petróleo] esteja na mão dos americanos porque eles têm que ter o estoque para guerra. A Alemanha perdeu a guerra porque não chegou em Baku, na Rússia, para ter acesso à gasolina.

A Batalha de Stalingrado terminou em fevereiro de 1943, quando os alemães já haviam sido contidos em Moscou, os Estados Unidos estavam na guerra e haviam quebrado a perna da marinha japonesa. Se os alemães chegassem a Baku, pouca diferença faria. Eles não perderam a guerra por falta de gasolina.

Vale lembrar que a Segunda Guerra também não acabou porque os americanos tinham mais gasolina. Ela acabou depois das explosões de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, que ficaram prontas em 1945.

De onde Lula tira essa ideias, não se sabe, mas, em seu terceiro mandato, ele se move na cena internacional com uma onipotência aplaudida por áulicos e venenosa para a diplomacia brasileira.

Durante seu primeiro ano deste mandato, firmou-se como um chefe de Estado excêntrico. A fala de Adis Abeba temperou a ignorância com irresponsabilidade.

Elio Gaspari, colunista - Opinião - O Globo

 

sábado, 16 de dezembro de 2023

Dino no STF não muda nada: corte é polícia para perseguir inimigos políticos - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

 Não se pode imaginar o que um juiz foi ou o que um juiz será a partir da leitura da sua atitude como político”, disse Flávio Dino aos senadores na sabatina

O mais recente ministro a ser nomeado para o STF, Flávio Dino, disse que o “bolsonarismo” a maldição genérica criada pelo consórcio Lula-Supremo para fabricar ódio contra os adversários políticos que incomodam – é um dos piores crimes que se pode cometer hoje no Brasil.  
Dino já chamou o ex-presidente Bolsonaro, em público, de “serial killer”. Disse que ele é “o próprio demônio”.  
Em sua opinião, exposta ainda recentemente, o antecessor de Lula na Presidência “é pior que um traficante de drogas”.

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Tudo bem. É direito de opinião – que Dino quer suprimir para os inimigos políticos, mas ainda não conseguiu
O problema, insolúvel, é que Bolsonaro está sendo processado pelo STF. 
A militância do PT (a começar pela primeira-dama) exige a sua prisão. Flávio Dino vai ser um dos juízes. 
O mínimo que se pode exigir de um juiz, até juiz de futebol, é uma aparência de imparcialidade. 
Mas é preciso um esforço realmente sobrenatural para imaginar que o novo ministro possa ser imparcial nesse caso – e todos os outros que envolverem algo detectado como “bolsonarismo”.

Vai ser mais do mesmo – um fuzil adicional no pelotão de fuzilamento.

A questão não parece destinada a ter efeitos de ordem prática, porque Flávio Dino não vai fazer o Supremo ficar mais parcial do que já é
Vai ser apenas mais uma voz na gritaria dos linchadores que eliminaram o STF como a instância máxima da Justiça brasileira e puseram no seu lugar uma operação policial para perseguir os inimigos políticos.
 
Quem precisa de um Dino quando já tem um inquérito perpétuo como o do ministro Alexandre de Moraes
O STF deu a si próprio o direito de jogar qualquer tipo de crime, ou algo que acha ser crime. 
Está condenando pessoas a até 17 anos de cadeia por terem participado de um quebra-quebra em Brasília. 
Tudo pode ser tratado ali como “ato contra o Estado Democrático de Direito”.  
Reúne em seus despachos as três instâncias da Justiça. 
Como o tribunal que iria julgar Joseph K., em O Processo, nenhum “bolsonarista” é absolvido, nunca.
Não há o menor risco, para Lula e o seu governo, de que esse STF possa fazer justiça, agora ou nas próximas décadas.  
O Código Penal continua não valendo para os amigos, e os amigos dos amigos. 
A Constituição não vai ser aplicada nunca, se Lula, o PT e a esquerda nacional acharem que ela pode atrapalhar em alguma coisa. 
As leis que o Congresso aprova, e que o PT não aceita, continuarão a ser declaradas “inconstitucionais” pelo STF. 
Flávio Dino não vai mudar nada disso, é claro – ao contrário, foi recebido como um campeão da Ciência do Direito, das lutas populares e do combate ao “fascismo” por Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, os dois que realmente contam. 
Vai ser mais do mesmo – um fuzil adicional no pelotão de fuzilamento.
 
 
Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
 
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Pai da mentira - Chifres, rabo e tridente na mão - Luís Ernesto Lacombe

Vozes - Gazeta do Povo 

 

Detalhe de “O Juízo Final”, de Fra Angelico. -  Foto: Wikimedia Commons/Domínio público [quem  observa  esta foto e ler o post, logo pensa no atual presidente do Brasil;  qual a razão? uns acham que é intimidade dele com a mentira - da qual é o pai - e outras coisas mais. E você]

Ele tem a voz do diabo, a mesma cor vermelha, os olhos injetados. Ele vocifera, ele é colérico, é ódio puro, raiva, desejo de vingança. 
E dá vazão a toda sua ira. Ele é incendiário, é infernal. Ele é comunista, e isso é bem mais importante do que ser democrata... 
No incêndio destruidor de tudo, ainda há quem afirme que ele é “sabidamente democrata e que vem arriscando de forma consciente a própria reputação”. Nas enormes labaredas, ainda há quem propague, disfarçadamente ou não, que ele deveria ser um “ditador benigno do Brasil”. Para ele tudo é meio relativo. Ele é a mentira. Tudo o que diz e faz deixa claro que tem parte com o demônio, mas ele se considera Deus.
 
Ele é contra a família, os costumes, o patriotismo. É contra as leis naturais, a lei moral, contra as leis dos homens, contra os direitos humanos, as liberdades fundamentais.  
Suas leis são todos os males reunidos. 
Ele abraça um coletivo diabólico que acha normal o expurgo de opositores, de qualquer um que queira combater o fogo em que ardem o alento e a esperança. Venezuela, Nicarágua, Cuba, ele não condena as ditaduras porque deseja para o Brasil algo parecido... E atiça, a todo momento, o fogo do inferno.
 
    Ele não tem alma, muito menos a mais honesta de todas. 
Ele não é o benfeitor dos benfeitores, o democrata conciliador, o redentor dos brasileiros, o redentor do planeta. Ele é insano, asqueroso, ordinário, imundo 
 
O capiroto é atrevido, ardiloso, enganador. Ele finge que nazismo e comunismo são antagônicos. 
Fala mal de Israel, dos Estados Unidos, se indispõe com a Europa, com o Ocidente. 
O que deseja são as diabruras da China, da Rússia, do Irã
Ele é contra a liberdade econômica, o agronegócio, o mundo real, contra o que sempre deu certo. Defende diabolicamente o desastre. 
Ele é como Mussolini, quer que tudo seja pelo, para e no Estado, mas fascistas são os outros. 
E, nesse inferno, não há parlamento que não possa ser comprado. Ele tem bilhões e bilhões para distribuir.
 
Ele diz que foi golpe o que não foi golpe. Diz que foi tentativa de golpe o que não foi tentativa de golpe...  
Ele é viciado em golpes, é milionário. Seus filhos são milionários. A pobreza é para os outros.  
Sua vontade é que pelo menos metade da população brasileira continue sem saneamento básico, sem rede de esgoto ou sem água tratada, ou sem os dois. E não sente culpa. A culpa, toda ela, é de governos anteriores, de cúmplices que o abandonaram e que, agora, ele amaldiçoa. A culpa também pode ser da sua mulher morta... O fogo queima tudo.

Veja Também:

    A covardia que nos leva às profundezas

    Nas profundezas das narrativas

A roubalheira, a corrupção, a incompetência, a maldade, é dele tudo isso.  
Em sua democracia particular cabe um bocado de ditadura, um governo mundial, com chifres, rabo e tridente na mão. 
Ele não tem alma, muito menos a mais honesta de todas. 
Ele não é o benfeitor dos benfeitores, o democrata conciliador, o redentor dos brasileiros, o redentor do planeta. 
Ele é insano, asqueroso, ordinário, imundo. 
E quem insiste em não enxergar tudo isso certamente vai arder ao lado dele no inferno.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luís Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta o Povo -  VOZES


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

A guerra contra as redes sociais - Percival Puggina

 Desde que surgiram, gratuitas e fagueiras, no horizonte das possibilidades, até o ano de 2018, as redes sociais foram “um clarão nas trevas” do obscurantismo orquestrado do jornalismo brasileiro. Neste artigo, refiro-me a elas desde a perspectiva em que as vejo na maior parte do tempo, ou seja, na perspectiva da influência política; mais particularmente, como meios de informação e formação.

Tanto para os espectadores quanto para os intelectuais e políticos conservadores ou liberais foi fascinante romper o monopólio dos grandes veículos e seus formadores de opinião, habituados ao monólogo sem réplica. Foi uma experiência maravilhosa ver seus consultores selecionados a dedo serem refutados por um enorme contingente de autores e analistas mais qualificados. Foi uma alegria saber que eles existem.

As derrotas da esquerda em 2018 e nas eleições municipais de 2020 refletiram esse novo cenário da comunicação social. No entanto, deram causa à instalação de um conflito entre o território até então livre e, sim, também caótico, das redes sociais e o território minado e dominado pelos grandes grupos de comunicação. A rixa e malquerença instaladas prenunciavam o demônio que estava por vir: a censura.

Esse zumbi dos totalitarismos saiu sorrateiro de sua cova, dentro das próprias plataformas. Como se sabe, as big techs são alinhadas com pautas que a Nova Ordem Mundial importou da esquerda norte-americana empenhada em corroer os fundamentos da civilização ocidental. Assim, passaram elas a conter a propagação dos comunicadores de direita, notadamente conservadores, mediante “diretrizes da comunidade” que são um arbítrio nunca devidamente explicitado.

Entre o segundo turno da eleição de 2018 e o segundo turno de 2022 instalou-se uma guerra totalmente assimétrica. De um lado, tudo era permitido à velha imprensa, seguindo a melhor tradição das democracias: fake analysis, exclusão da divergência nas redações, propagação de animosidade contra o governo e seus apoiadores, ocultação de fatos inconvenientes, construção de narrativas, e até expressões de anseio pela morte do presidente da República. Na boa regra do livre mercado, os cidadãos deveriam escolher dentre as alternativas, contanto que elas existissem...

De outro, nos espaços das redes sociais, verdadeira caça às bruxas, cujo destino final era alguma forma de censura e exílio: desmonetizações,  bloqueios de contas bancárias, multas, interdições de direitos e a crepitante fogueira dos inquéritos abertos para assim permanecerem contra toda tradição da boa justiça. Na já paupérrima democracia brasileira, assistimos severíssima restrição à liberdade de opinião e o sumiço dos melhores em nome da “defesa do estado de direito e da democracia”.

Nestes dias, para fins políticos tão importantes e úteis à cidadania, as redes sociais agonizam. A eleição de 2022 deixou claro sua vulnerabilidade ante o autoritarismo e as várias formas de censura. Mais, vem aí um projeto de “regulamentação das redes sociais”, prometido por Lula, aguardado ansiosamente pela esquerda e pelas milícias jornalísticas, e saindo do forno do ... TSE. Nas palavras do jornalista Cláudio Humberto em sua coluna de hoje, o Brasil estará nivelado com China, Rússia e Irã.

Ainda que as redes sociais fossem livres como deveriam, sujeitas apenas às sanções da legislação penal em vigor, a recente eleição deixou claro que elas, por precariedades de espaços e tecnologia, por operarem de modo fragmentário e em bolhas de comunicação, têm dificuldades para competir com o poder e a abrangência do jornalismo que atua em extensão nacional, o tempo todo, chegando a todos os públicos, em especial através do rádio e da televisão.

Portanto, conservadores e liberais precisamos usar as redes sociais nos limites das possibilidades concedidas, sim, mas elas não dispensam a militância política (embora eu não goste dessa palavra), o apoio aos congressistas que representam nossos princípios e valores, e nossa formação pessoal para vivermos de modo pleno a condição de cidadãos.

Bons cursos, hoje, são pagos. Caberia aos partidos políticos seriamente comprometidos com nossas posições, promover esses cursos com a competência, a urgência, a frequência e a intensidade necessárias.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Top 10 das fake news que elegeram Lula - Revista Oeste

Flavio Morgenstern

O PT inovou nas mentiras, do fim do salário mínimo ao canibalismo. Enquanto isso, o TSE proibiu verdades do outro lado

De acordo com o excelentíssimo ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Sua Excelência Alexandre de Moraes, “notícias fraudulentas divulgadas por redes sociais que influenciem o eleitor acarretarão a cassação do registro daquele que a veiculou”. No último dia de maio, o então vice-presidente do TSE afirmou que a Justiça Eleitoral está preparada para combater as milícias digitais”, e que os eleitos com notícias falsas “podem “ter o registro de suas candidaturas cassado, ou mesmo perder o mandato”.

 Foto: Shutterstock

Foto: Shutterstock 

Para ajudar a Justiça Eleitoral em tão gloriosa missão pelo Estado Democrático de Direito e contra as assim chamadas “milícias digitais”, elencamos um Top 10 das (muitas) mentiras que foram importantíssimas para eleger Luiz Inácio Lula da Silva.

1. Bolsonaro prometeu “entregar o Brasil a Satanás” na maçonaria
Percebendo o fiasco que era o voto de Lula entre cristãos, e que questões morais (trocadilho proposital) seriam a tônica no segundo turno, logo no primeiro dia de campanha pulularam fotos retiradas de uma reunião de Bolsonaro em uma loja maçônica. Algumas eram manipuladas e traziam a imagem do demônio Baphomet. Uma das mais divulgadas dizia que Bolsonaro havia prometido entregar o Brasil a Satanás caso fosse eleito.
Foto: Reprodução

Enquanto pessoas como o deputado André Janones apareciam o tempo todo dizendo-se cristãs, perfis de Twitter fingiam-se de evangélicos do dia para a noite para dizer que “eram cristãos, mas, agora que descobriram isso, vão votar no Lula”. Nenhum deles se preocupou em disfarçar os posts pró-Lula, ou com imagens pouco cristãs, de dois dias antes.

2. Bolsonaro é “canibal”
Uma das acusações mais grotescas já feitas em qualquer campanha eleitoral foi a de que Bolsonaro seria um “canibal”. Tudo graças a uma entrevista de 2016 em que o então deputado federal comentou sobre um ritual indígena que envolvia o consumo de carne humana. Para ser visto, o ritual exigia participação. Bolsonaro disse não ver problema no “preço”. O PT recortou a fala para espalhar que Bolsonaro “confessava” canibalismo. O mesmo PT que critica qualquer proibição de rituais indígenas alegando “multiculturalismo”. De tão bizarra, a veiculação do vídeo foi proibida por unanimidade pelo TSE. Foi talvez no único caso em que a Corte decidiu favorecendo o presidente. Mesmo assim, o UOL defendeu a veiculação.
 
3. Bolsonaro promete acabar com o feriado de 12 de outubro

As fake news do PT são claramente de nicho. Uma delas mirou o coração do catolicismo brasileiro: o Feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil — embora tratado meramente como “Dia das Crianças” no imaginário popular. Após bispos esquerdistas tentarem impedir um discurso do presidente em Aparecida, perfis como o do influencer Bruno Sartori, divulgaram um post falso de Bolsonaro no qual o candidato teria afirmado que “nenhum padre ou bispo devem dizer onde posso ou não fazer campanha”.

Na mesma toada, apareciam posts como o do sociólogo Emir Sader afirmando que Bolsonaro tinha uma “demanda” para retirar o caráter de “santa” de Aparecida. Ou seja, da própria Nossa Senhora, que, apesar de não ser venerada por evangélicos, não tem sua santidade negada por 99% das igrejas. Afirmava também que Bolsonaro já estava pronto para rever o feriado do dia 12 de outubro.

Menção honrosa: o mesmo Bruno Sartori é famoso pela técnica de “deep fake” (sic), na qual se usa o vídeo de uma pessoa, sobreposto a um outro som. Nomen est omen. O influenciador perguntou se deveria criar vídeos de pessoas mortas pela covid pedindo voto no Lula com o macete. A proposta, de tão macabra, foi rechaçada pelos seus próprios seguidores.

4. Collor volta e vai confiscar as aposentadorias
As mentiras do PT têm um método maçante de tão repetitivo: retirar uma fala de contexto de um vídeo. Em um lance metalinguístico, usaram um vídeo em que Bolsonaro reclama justamente das fake news criadas contra ele, inventando de tudo, até de que Fernando Collor de Mello seria ministro e que “iria confiscar a aposentadoria dos aposentados”. Exatamente este trecho foi, então, recortado e colocado em destaque por André Janones (sempre ele). Para fingir que não estava espalhando “desinformação”, Janones só dizia “chequem antes de baixar e repassar”, o que foi, claramente, entendido como senha para baixar e repassar.

5. BOMBA! O celular de Bebianno
A baixeza de Janones atingia um novo patamar subterrâneo a cada segundo
. Nos dias de véspera do segundo turno, o deputado anunciava incansavelmente que “os mortos não falam, mas seus celulares sim” (sic). Dizendo possuir o celular de Gustavo Bebianno, que rompeu com Bolsonaro logo no começo do governo ao não ser indicado para nenhum ministério importante, o deputado anunciava o tempo todo que “algo” viria. Alguns eleitores de Lula que caíram na desinformação juravam até que seria durante o debate na Rede Globo. Janones, em linguagem histérica, marcava toda a família Bolsonaro, berrando: “Eu vou destruir vocês!!!!” Na verdade, tudo o que Janones possuía era uma declaração de Bebianno no Roda Viva, em que ele afirmava, sem nenhuma prova, que havia alertado Carlos Bolsonaro de que pegaria mal fazer fake news do Palácio do Planalto. Bebianno nunca demonstrou prova nenhuma da existência da conversa ou de qual notícia falsa havia sido criada (provavelmente por ele próprio). O clima de suspeita foi suficiente para abolir direitos como o de imprensa, de liberdade de expressão e de privacidade para criar um “Estado de exceção não oficial” no Brasil, no qual todos eram investigados por serem partes de uma “milícia digital” (seja lá o que for isso).

Janones publicou um vídeo com uma imagem de um celular qualquer e o áudio do Roda Viva por cima. Como os eleitores de Lula acreditavam na “bomba”, a manipulação eleitoral lograva êxito: dava-se a impressão de ser uma mensagem privada e “secreta” de Bebianno, e não um áudio público muito posterior, de quando já estava rompido. O empresário Paulo Marinho requentava as histórias. Nada da época de Bebianno como aliado nunca veio à tona.

Menção honrosa: este é o tipo de tuíte que o coordenador pouco oficial do PT postava sobre Bolsonaro. Um único do tipo vindo de qualquer apoiador de Bolsonaro a Lula seria provavelmente considerado motivo para impugnação da chapa.


6. Almoço com Guilherme de Pádua, amigo de Flordelis e goleiro Bruno como secretário
Enquanto dizia que seria “implacável” contra as notícias falsas, o TSE não parece ter se importado muito com notícias repetidas muitas vezes em uníssono pelo consórcio da mídia. Como a de que Bolsonaro havia “almoçado” com o assassino Guilherme de Pádua. O jornalista Valmir Moratelli, da Veja, noticiou “O encontro de Bolsonaro e Michelle com Guilherme de Pádua”. Logo depois, “Bolsonaro se pronuncia sobre encontro com Guilherme de Pádua”. Pelo título, o jornalista nem se preocupa em corrigir que não houve encontro nenhum (a informação só está na linha fina, após o clique). O jornalista nem se dignou a corrigir o primeiro texto, afirmando que não houvera encontro nenhum e que tudo não passou de uma notícia falsa.

Constantemente, e sem nenhum reparo do consórcio da mídia, Bolsonaro também era acusado de ser amigo de Flordelis, envolvida no assassinato do próprio marido. Flordelis era do PSD, um dos principais rivais de Bolsonaro.

Menção honrosa: no mesmo ritmo, até o ex-governador de São Paulo Márcio França (por ser vice de Alckmin) afirmou que o goleiro Bruno ganharia uma pasta na Secretaria de Esporte de São Paulo, caso o aliado de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, ganhasse a eleição.

7. Os 107 imóveis em “dinheiro vivo”
Uma das notícias mais repisadas no consórcio da mídia e que enganou um porcentual enorme de eleitores do Lula foi que a família Bolsonaro havia negociado 107 imóveis em “dinheiro vivo”. Na verdade, tratava-se de dinheiro em espécie, a forma como toda transação bancária normal ocorre: na moeda do país. Nem seria possível rastrear o dinheiro se ele tivesse sido em espécie, como eram os dólares na cueca, os envelopes de dinheiro embolsados por mensaleiros e apaniguados do PT. É como a escritura de todo imóvel registra. Bastou descrever com outras palavras para dar a impressão manipulada de que os imóveis tinham dinheiro sem passar pelos bancos — quando toda a “descoberta” foi feita, justamente, pelos bancos. Até um livro foi escrito sobre a desinformação manipuladora.

Na verdade, foram 107 transações por mais de três décadas. Envolveram até ex-esposas, ex-cunhados etc. Só um dos ex-cunhados é dono de uma rede de lojas de imóveis e compra e vende pontos comerciais. É separado da irmã do presidente há mais de 20 anos. Tudo foi catalogado — e, mesmo que tenha sido confirmado pelos tribunais, jornalistas até hoje insistem na maciota. É irônico que o imaginário de malas de dinheiro de Bolsonaro seja inspirado nas célebres malas de dinheiro do PT, como no Mensalão, escândalo dos aloprados, casa do Geddel etc.

8. Bolsonaro iria acabar com o SUS, o salário mínimo e o Auxílio Brasil
Ao contrário do que se pensa, o Nordeste votou muito mais em Bolsonaro do que em qualquer adversário do PT. Era preciso fazer algo para conter o avanço. A propaganda do PT mirou os nordestinos, principalmente nas últimas semanas. Sem nenhuma base na realidade, simplesmente macetavam no rádio, dia e noite, que Bolsonaro “iria acabar com o SUS”. Nenhum pedido da campanha do presidente para evitar a mentira foi aceito — enquanto toda fala ou foto real de Lula eram proibidos de ser veiculados pela campanha de Bolsonaro.

O que a esquerda hoje chama de “intelectuais” divulgavam a fake news sem nenhuma preocupação com a lei.

Fizeram o mesmo com o salário mínimo. Não importou que Paulo Guedes viesse a público explicar que isso nunca fora aventado, apresentar planos, inclusive mostrar a proposta de salário mínimo a R$ 1,4 mil no último debate: a propaganda petista repetia a desinformação, livre, leve e solta — e sem ter sido cassada pelo TSE.

9. Bolsonaro “confessa” pedofilia
Uma das últimas cartadas desesperadas da campanha petista, e mais uma vez seguindo o modus operandi de retirar falas de contexto, foi acusar Bolsonaro de “pedofilia”. Tudo pela sua mania de usar a expressão “pintar um clima” como metáfora para qualquer coisa. 
Em entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro denunciava justamente a situação degradante de venezuelanas que fugiam do regime socialista de Maduro, um dos aliados de Lula. Sendo muito novas e “bonitinhas”, arrumavam-se cedo, o que lhe levantou suspeita. Usando a expressão “pintou um clima” (que usou em outro contexto nada sexual na mesma entrevista, tal como falando sobre Tarcísio), disse que seria uma boa oportunidade de filmar a situação delas.

A filmagem foi feita com a equipe da CNN Brasil. Os vídeos mostrando como Bolsonaro entrou em suas casas com equipe já estavam nas redes no mesmo momento. As filmagens foram ignoradas pelo consórcio da mídia e pela militância, que dificilmente não teve acesso a elas: apenas preferiram manipular o resultado eleitoral e a democracia.

Até capas de revista foram feitas apenas com a frase. Como se Bolsonaro fosse “confessar” ser um pedófilo para todos verem. E como se o vídeo da filmagem não existisse – e não demonstrasse apenas um político preocupado com refugiadas venezuelanas. O que não parece ser muito bem o caso de Lula.

10. O “Orçamento secreto”, que é “pior do que o Petrolão”
É difícil contar a quantidade de vezes em que Lula e outros petistas foram refutados com a patacoada do dito “Orçamento secreto”. Que não é exatamente secreto, não foi criado por Bolsonaro, retirou poderes do Executivo sobre o Orçamento e é usado por pelo menos 11 petistas. Entre eles, os senadores Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Fabiano Contarato (PT-ES), atuantes na CPI do Circo, além do líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG).

“Orçamento secreto” foi como a mídia chamou as emendas de relator, que tiram o Orçamento das mãos do Executivo e transferem aos caciques do Legislativo sem muita transparência. Logo que Lula venceu a eleição com tantas fake news, o consórcio da mídia, sem corar, já passou a chamá-lo de “emendas de relator”.

Curiosamente, o próprio André Janones dizia não existir “Orçamento secreto”, além de garantir que “no governo Lula era uma roubalheira, e só a bandidagem do PT que tinha isso”. Janones disse ainda que não se vende “para a quadrilha do PT” antes de notar como poderia manipular o Estado Democrático de Direito e a democracia com a logorreia… e trabalhar para a citada “quadrilha do PT”, que teria “aparelhado a máquina pública por 16 anos” para se manter no poder.

Menção honrosa final
E não poderíamos deixar de citar um tuíte muito “civilizado” da Barbara Gancia, que só não é “fake news” por não ser “news”. Nele, a jornalista afirma que, quando a filha de Bolsonaro se arruma, ela parece uma… Bem, é melhor conferir a classe do seu post:

Isto, é claro, noves fora a censura ao outro lado, com canais de rádio e TV sendo censurados, proibidos de usar as palavras “ladrão, ex-presidiário, descondenado e amigo de ditadores”. Sendo obrigadas a soltar a fake news de que Lula seria “inocente”. Sendo proibido de mostrar as ligações de Lula com o ditador Ortega, e de mostrar que Lula se declarou a favor do aborto ainda em 2022, de mostrar imagens da ONU, de mostrar imagens no funeral da rainha Elizabeth II.

Também foi proibido de mostrar a fala do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (!) e do Tribunal Superior Eleitoral (!!) Marco Aurélio Mello sobre Lula nunca ter sido inocentado. E houve a censura prévia ao documentário Quem Mandou Matar Bolsonaro?, da Brasil Paralelo. (Censura prévia só não é inédita porque era praticada durante a ditadura militar). Proibido de mostrar a fala de Lula agradecendo a natureza por ter criado a covid. Proibido de mostrar fotos (!!!) de Lula com o boné CPX enquanto agências de checagem afirmam erroneamente que CPX não significa “cupincha”.

boné CPX de lula
O ex-presidente Lula, durante caminhada no Complexo do Alemão, 
com boné polêmico que teria relação com o trafico – 12/10/2022 - 
 Foto: Carlos Elias Junior/FotoArena/Estadão Conteúdo

Foi proibido também de dizer que o PT foi contra o Auxílio Brasil. Proibido de dizer que Lula foi campeão de votos em presídios. Proibido de exibir o áudio de Marcola sugerindo voto no Lula. Proibido até de adesivar carros ou fazer desconto de 22%…

Ah, claro, e teve o senador Randolfe Rodrigues mandando a militância desrespeitar ordem do TSE. O que, pelos termos atuais, é crime contra a democracia, ato antidemocrático e enseja prisão, busca e apreensão, quebras de sigilo e, claro, cassação da chapa e impugnação da candidatura. Lembrando que nunca foi feito pelo outro lado, que obedeceu a lei.

Leia também “A origem da ilegalidade”

Flavio Morgenstern, colunista - Revista Oeste

 


domingo, 18 de setembro de 2022

A nova negativa do TSE para pedido de Bolsonaro

Ministra Carmén Lúcia mais uma vez nega direito de resposta ao presidente por uso do termo "genocida" em falas do candidato do PT

A ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido de resposta do presidente Jair Bolsonaro, apresentado pela coligação Pelo Bem do Brasil, contra vídeos em que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) o chama de “genocida” e “possuído pelo demônio”. [o descondenado petista, é quem realmente é possuído pelo demônio - alias, ele é o demônio encarnado.]

Segundo Cármen, o pedido foi negado por uma questão técnica e a campanha do atual presidente não mostrou um texto de resposta. “É razoável que a Justiça Eleitoral faça uma análise prévia do conteúdo a ser divulgado, para se concluir sobre a compatibilização da resposta com a ofensa que deu origem à representação”, alegou a ministra.

A campanha de Bolsonaro contesta vídeos divulgados por Lula em agosto, quando fez discurso na porta da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, em São Paulo, chamando o mandatário de “presidente genocida” e proferindo a frase: “se tem alguém que é possuído pelo demônio, é esse Bolsonaro”. Os aliados de Bolsonaro alegaram que tais falas de Lula “transcende a liberdade de expressão e a crítica política, pois imputa crime ao presidente”.

Vale ressaltar que o uso ou não do termo “genocida” por outros candidatos contra Bolsonaro é algo que ainda não foi atenuado pelo TSE. Não é a primeira vez que Cármen Lúcia, por exemplo, rejeita esse tipo de solicitação da campanha de Bolsonaro, mantendo seis vídeos em que Lula usava o mesmo termo ativos. Na época, a ministra afirmou que não houve campanha eleitoral negativa contra ele, apenas “uma manifestação crítica protegida pela liberdade de expressão”. Essa discussão sobre a possibilidade do uso do termo foi adiada duas vezes após entrar na pauta do plenário do Tribunal na terça-feira, 13 e na quinta-feira 15.

Política - Coluna em VEJA  

 

domingo, 21 de agosto de 2022

Em SP, Lula [descondenado e desesperado] ataca pastores e diz que tem ‘demônio sendo chamado de Deus’

Ex-presidente também diz que Bolsonaro está ‘comprando voto’ e ‘tentando enganar o eleitor’ com benefícios sociais

No seu primeiro comício em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, região central da capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou os pastores que estão “fazendo da igreja palanque político ou empresa para ganhar dinheiro”, criticou as fake news que estão sendo divulgadas por religiosos e disse que há “demônio sendo chamado de Deus”. “Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo. Tem demônio sendo chamado de Deus e gente honesta sendo chamada de demônio”, afirmou.


 O ex-presidente Lula no Vale do Anhangabaú Reprodução/Reprodução [a foto é de Lula em um comício - fácil perceber que está cheio de espaço vazio e na plateia também faltou povo.]

Em seguida, disse que, em um eventual novo governo seu, o estado será laico. “Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, defendo estado laico, o estado não tem que ter religião, todas as religiões têm que ser defendidas pelo estado”, afirmou.

A reação do ex-presidente ocorre em razão de uma ofensiva de pastores e lideranças evangélicas contra a sua candidatura nos templos e nas redes sociais. “Igreja não deve ter partido político, tem que cuidar da fé, não de fariseus e falsos profetas que estão enganando o povo de Deus. Falo isso com a tranquilidade de um homem que crê em Deus”, disse.

Ele também afirmou que as pessoas podem satisfazer suas necessidades espirituais sem ter que passar pelos líderes das igrejas. “Quando quero conversar com Deus, eu não preciso de padres ou de pastores. Eu posso me trancar no quarto e conversar com Deus quantas horas eu quiser sem precisar pedir favor a ninguém”, declarou. “Eu não sou obrigado a ficar escutando pessoas falando mentiras em vez de cuidar da fé”, completou.

VEJA: Malafaia tritura Lula, a quem chama de cachaceiro

Elites
Durante o seu discurso, Lula também citou Tiradentes mais de uma vez e disse que o herói da Inconfidência Mineira, preso e morto pela Coroa portuguesa após ter sido traído, é um exemplo de como o poder e as elites brasileiras sempre atuaram contra o povo e contra a independência efetiva do país. “O Brasil criou a sua primeira universidade em 1920, porque a elite brasileira não queria que pobre aprendesse nada, não queria que pobre fosse para a escola, não queria que pobre virasse doutor. O país foi o último a abolir a escravidão, foi o último a fazer a independência, foi o último a dar direito de voto ao analfabeto, a dar direito de voto à mulher”, disse.

Lula também atacou várias vezes diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Governar é cuidar das pessoas, não é fazer propaganda de armas, não é fazer propaganda de violência, não é divulgar fake news, não é cuidar dos ricos ou dos banqueiros, é cuidar do povo trabalhador”, afirmou.

Ele também disse que o presidente está “comprando voto” com o reajuste do Auxílio Brasil e a concessão de outros benefícios sociais porque está com medo dele, Lula. Também lembrou que as concessões valem só até dezembro e pediu ao eleitor que pegue o dinheiro, compre comida para casa, mas não vote em Bolsonaro. [Lula quer que o povo passe fome.]

“Ele está tentando enganar o leitor, pensa que o eleitor é gado, que ele pode ser levado aonde ele quiser. Meu caro capitão, esse povo não é besta como você pensa que é. Esse povo sabe quem gosta de povo e quem odeia povo”, discursou. [Lula tem raiva da classe média,não gosta de polícia e por aí vai.]

 Política - Revista VEJA


sábado, 4 de junho de 2022

Brasil no lugar da China? - Carlos Alberto Sardenberg

Brasil poderia ocupar o lugar da China?

Aqui vai só um exemplo de que como foi uma tortura o tipo de confinamento imposto aos moradores de Xangai. Ou, de como a política de covid zero faz com que muita gente grande reveja a disposição de investir na China.

História contada de fonte segura: numa fábrica de mais de 5 mil funcionários aparece um caso de Covid. No mesmo dia, todos os empregados são convocados a comparecer na empresa. E todos ficam ali confinados por sete dias. Isso mesmo, todo mundo na fábrica, de chefões a operários. Passados os sete dias, e não se verificando nenhum outro caso de Covid, todos são dispensados, mas com a ordem de permanecer em casa por sete semanas.

O lockdown de sete semanas foi imposto a toda a população de Xangai. Imposto não é modo de expressão. 
Repararam nas imagens, da semana passada, de moradores festejando a suspensão do confinamento? 
Viram como se animavam no trabalho de levantar as barricadas?

Isso mesmo – para obrigar as pessoas a permanecer em casa, foram erguidas barricadas em boa parte da cidade, bloqueando residências e prédios comerciais. Mesmo quem se dispusesse a enfrentar os policiais, não conseguiria sair. A política de Covid zero tem sido debatida em um duplo viés. De um lado, trata-se de saber sua eficiência em combater a transmissão do vírus. Na maioria dos outros países, o lockdown, mais ou menos restrito, foi uma prática auxiliar. Funcionou como um modo de ganhar tempo na busca de medicamentos e vacinas. Encontradas as vacinas, o lockdown foi relaxado na medida em que se avançava na imunização.

Isso deu certo. Tanto que agora, com o surgimento de novas variantes, menos graves, não foi necessário impor confinamentos. As populações estão vacinadas – em boa parte.

Daí, pergunta-se: e por que a China continua fazendo lockdown tão rigoroso? Caiu em Xangai, mas partes dessa cidade e outras menores continuam sob restrição. Em Xangai, essa medida se aplica em áreas residenciais ainda sob “médio ou alto risco” de contaminação.

A China criou vacinas, mas não parece que a maioria da população esteja imunizada. E dizemos “não parece” porque os dados do governo não são confiáveis. É certo, de todo modo, que milhões de idosos não foram vacinados.  
É certo também que a China não recorreu às vacinas “ocidentais”, mais modernas, e que poderiam oferecer uma eficiente combinação de imunização.

O que leva ao segundo ponto: essa política só é possível numa baita ditadura. E, de fato, o presidente Xi Jin Ping comanda pessoalmente o combate ao que ele chama de “vírus do diabo”. Para um materialista oficial colocar a culpa no demônio – é curioso.

Xi Jin Ping está no seu segundo mandato de cinco anos e se preparando para, neste ano, emplacar o terceiro. Isso rompe com a tradição de limitar a presidência a dois mandatos. Ele conseguirá fazer isso? É quase certo, pois o líder assumiu o comando do Partido Comunista e das Forças Armadas, e promoveu um expurgo nos quadros políticos e administrativos.

Manda e desmanda. Muito mais que os últimos presidentes. E manda também na economia que, convém registrar, é movida a capitais privados, nacionais e estrangeiros. Fazia tempo que as empresas, locais e internacionais, não sofriam tantas restrições como as aplicadas por Xi Jin Ping.

Resultado da falta de segurança, um exemplo de peso: a Apple está se preparando para retirar da China boa parte de sua produção. Pode levar iPad para o Vietnã e iPhones para a India.

É um sinal de que pouco a pouco a China vai perdendo sua condição de fábrica do mundo, paraíso das multinacionais. E para onde podem ir esses investimentos? Não para a Rússia, que era outro mercado emergente muito atraente, [será que para o capitalismo uma operação militar visando recuperar territórios é uma inconveniência??? desde que garanta a provisoriedade privada.] até a invasão da Ucrânia. Com a facilidade, agora perdida, de estar na Europa.

Os investidores precisam de um país grande, de economia medianamente desenvolvida, com organização administrativa e política. De preferência, uma democracia à ocidental, com regras seguras, garantidas em lei.

Pensaram no Brasil? Pois é. Pode, pode ser. Depende só daqui. [em nossa opinião um dos complicadores é a leniência da legislação brasileira, que não garante direitos nem Segurança Jurídica, por permitir interferências indevidas, especialmente do Poder Judiciário - certas situações surgidas na China e que estão espantando investidores, podem ocorrer no Brasil, bastando para tanto uma decisão monocrática de um ministro do Supremo. 
Outra agravante é que as condenações no Brasil, ainda que confirmadas em três instâncias e por vários juízes podem ser revistas em decisões monocráticas - quem garante ao investidor estrangeiro que um individuo condenado a uma pena severa, não pode, transcorrido alguns  alguns meses,  ser candidato ao cargo mais elevado do Brasil? 
Como bem diz o Sardenberg, depende só do Brasil - o que entendemos mudar sua legislação e propiciando SEGURANÇA JURÍDICA.]

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista  

 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 4 de junho de 2022

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Black Lives Matter: vidas negras importam, desde que não atrapalhem o carnaval

 
Madeleine Lacsko

Morte no Sambódromo

Entenda por que a lacração foi tão comedida ao comentar a morte da menina de 11 anos no sambódromo: dores reais não importam.

Raquel Antunes Silva tinha 11 anos de idade. Confesso que não consegui ver os vídeos que registram o momento fatal. Ela é prensada contra um poste pelo carro alegórico da escola de samba "Em Cima da Hora", do grupo de acesso do Rio de Janeiro. Foi socorrida e operada por 8 horas. Teve uma perna amputada mas, infelizmente, não resistiu.


Acidente ocorreu por volta das 23 horas da quarta-feira, no Sambódromo - Foto: EFE/ Antonio Lacerda

O desfile prosseguiu porque o show tem de continuar, diz um dos meus sambas preferidos. Li em uma reportagem sobre o carnaval que o segundo dia de desfiles não atrasou tanto quanto o primeiro, sem mencionar o motivo.

O desespero da mãe da menina, Marcela Portelinha Antunes, contrasta com a apoteose do maior espetáculo da terra. A filha nem chegou a atrapalhar o carnaval, ele simplesmente atropelou a menina e seguiu festejando. Uma menina negra cuja família gosta de carnaval, que nem desfilando estava, havia comido um lanche estava tirando uma foto para guardar de lembrança.

A mãe passou mal, teve de ser atendida no hospital. Enterrou a filha enquanto a folia dominava o noticiário e a celebração. Ninguém merece enterrar um filho. O meu faz 11 anos mês que vem. Impossível alguém não ficar profundamente triste com a morte de Raquel, mas temos a impressão de que ninguém falou nada. Parece que ela é menos importante que o carnaval da "africanidade". Seu Che Guevara de apartamento preferido não deve ter visto essa morte.

Onde estava todo o pessoal do Black Lives Matter versão tupiniquim para dizer que vidas negras importam, mais uma criança morre e ninguém faz nada, o racismo estrutural do Brasil se revela no genocídio do povo preto, etc. Infelizmente, a morte de Raquel, uma menina de 11 anos, não se encaixa no clichê do identitarismo ou movimento woke. Ela que lute.

Seria um erro confundir o identitarismo com as minorias que ele diz defender e com as quais pretende ser confundido. Houve gente do movimento negro chorando a morte e demandando justiça. A família não calou um segundo. A cobertura de imprensa foi extensa e deu apoio à família. A polícia esteve lá

Quem não estava? Os Che Guevara de apartamento que usam qualquer morte de criança negra para sinalizar virtude. É o barulho deles que você não ouviu.

As frases emocionadas e moralistas sobre assassinato de crianças valem quando cabem na narrativa divisionista do identitarismo.   
O que importa não é a criança nem a minoria, é o inimigo que você vai atacar. 
Se o inimigo for Bolsonaro ou a polícia, por exemplo, o identitarismo vai fazer o maior carnaval com mais uma morte de criança preta ignorada pela branquitude. E a imprensa, que está coalhada de fiéis da seita wokeísta, seguirá no mesmo rumo.

Desta vez não faltou cobertura de imprensa, mas o que você viu foi o relato de fatos e o espaço para que uma família chore publicamente a dor que ninguém quer ter de enfrentar. Por que parece tão insuficiente se efetivamente não foi? Porque nós nos acostumamos a reportagens que são o mais puro suco do colunismo moralista do identitarismo. É a condenação do demônio do outro lado pelo lado do bem, o que eu defendo.

Uma menina negra de 11 anos foi morta por alguém que dirigia um carro alegórico no carnaval que resgatou a "africanidade", trouxe as religiões afro para a avenida. O identitarismo não tem o free pass para atacar isso, então a sinalização de virtude, argumentação emocional e apelos moralistas ficam de fora. Imagine que a mesma tragédia ocorresse numa motociata do presidente Bolsonaro. Qual seria a reação dos puristas do movimento woke nas redes e na imprensa?

Movimentos divisionistas que tem a ilusão de ser o lado do bem lutando contra o demônio são comuns na política em todo o mundo, mas representam a antipolítica. Essa infiltração ocorre em parte devido às redes sociais. Como esses grupos da seita woke usam os mesmos temas de muitos movimentos políticos, acabaram se infiltrando. Não podem, no entanto, ser jogados no mesmo balaio, como adorariam.

São esses os grupos que fomentam os julgamentos morais hipotéticos mais estapafúrdios. Uma criança morre em uma tragédia e eles já selecionam quem atacar. Vão apontar o dedo a alguém ou algum grupo dizendo que, se fosse uma criança branca, estaria indignado. Mas, como foi uma criança negra assassinada pela polícia, finge que nada está acontecendo. E esse pessoal não fez exatamente isso agora? Então eles também não se importam com assassinato de criança? Devagar com o andor.

Aqui está o pulo do gato para separar o joio do trigo.
Apontar para alguém com o julgamento moral pesadíssimo de que "não se importa com assassinato de criança" é ação divisionista e extremista. Eu não diria que os Che Guevara de apartamento se importam com esta morte menos que com outras. Não é por isso a diferença de reação. O identitarismo se importa mais com o inimigo a combater do que com quem sofre, é por isso a diferença.

Fatos não importam. Pessoas reais e dores reais não importam. No mundo encantado do identitarismo, você pode ser um revolucionário a partir do seu sofá em Paris. É só fingir acreditar em toda baboseira pós-modernista, aprender o vocabulário inventado para parecer inteligente e, principalmente, atacar as pessoas certas com argumentos raivosos, emocionais e moralistas.

Há duas categorias de grupos em quem o identitarismo deve bater frequentemente. A primeira e mais óbvia é o demônio. No Brasil, ele pode ser traduzido como Bolsonaro e tem como derivados a polícia, o sistema judicial [sic], o patriarcado, o racismo estrutural, etc.   
Quem está nesses grupos não deve ser tratado como ser humano e contra essas pessoas tudo é permitido, nada é errado.

O segundo grupo em quem o identitarismo precisa bater constantemente é o dos moderados. Pessoas com princípios e respeito humano são um obstáculo para empreendimentos como a seita woke. Se você não se dedica a destruir completamente alguém de quem discorda, é um empecilho para que isso seja socialmente aceito. Conclusão: você precisa ser destruído.

Entendendo como pensa o identitarismo, você consegue compreender o eloquente silêncio sobre a morte de Raquel por parte dos membros da seita. Não é porque sejam maus, moralmente inferiores, abjetos e cruéis como eles pensam que sejam todos os seres humanos fora do próprio grupo. É apenas porque, na lógica em que se organizam agora, vivem num universo em que só existem os inimigos e o combate. A própria realidade de bondade é inventada, como a tal da "africanidade" do carnaval 2022.

O identitarismo não conseguiu atacar um carnaval que resgatou a "africanidade" por não parar depois de literalmente esmagar uma menina negra de 11 anos de idade. Defender o universo simbólico é tudo o que esse grupo tem. A "africanidade" de que falam é o passado de perfeição que não existe mais, que não está mais na África. Imaginar que os orixás são a África de hoje é como pensar que grego vive indo em templo para Zeus.

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A realidade não é um empecilho apenas na hora de combater os inimigos, também é na hora de falar dos próprios ideais de bondade. A África relatada nos enredos de escola de samba é aquela de séculos atrás, de onde foram sequestrados os negros escravizados e onde passaram a dominar os negros que compactuaram com esse processo. Os árabes que tiveram enorme participação nem existem nesse cenário idílico do invasor mau contra o bom selvagem. [a maior parte dos negros transportados nos navios negreiros tinham sido aprisionados por outros negros que os venceram em guerras tribais.Os costumes daquela época impunham aos que perdiam a guerra serem vendidos como escravos.]

Os que foram traídos pelos seus
e desumanizados pelos invasores mantiveram viva aqui, no Caribe e em várias partes do mundo, uma cultura que foi esmagada. Quem vê o "africanismo" no carnaval não é informado de que a África real é predominantemente muçulmana. Aliás, os ditadores africanos de hoje amam o carnaval brasileiro e até financiam escolas que contam histórias idílicas sobre eles.

No mundo real, a africanidade do carnaval consiste em um mundo de artista bajulando ditador condenado que deixa o povo à míngua. E isso não é um julgamento moral, é o relato de um fato ocorrido em 2015. Teodoro Obiang, ditador da Guiné Equatorial, deu milhões à Beija Flor para que contasse a história de seu país de uma forma, digamos, adocicada. Deu certo. 

O identitarismo é precisamente este produto de valor: a capa de superioridade moral que te permite tungar dinheiro de corrupção de ditador africano enquanto jura defender a "africanidade" e o antirracismo. O maior inimigo desse produto não é ter opositores tão delirantes quanto ele, é a realidade. Ela se impõe.

Mostrar a história correta dos Orixás cultuados pelo candomblé não é cultura africana, já é brasileira. A maior parte dos 3 milhões de praticantes mundiais do candomblé vive no Brasil. Atualmente, quase metade dos africanos é muçulmana. Juntando com cristãos e judeus, chegamos a 91% do continente. Entre os 8% restantes, há todo tipo de religião, inclusive as mais diversas religiões originais, chamadas pela maioria de "religiões animistas".

O que existia lá foi destruído. O problema é que não foi destruído pelo inimigo em que o identitarismo quer bater, o branco europeu colonizador. Se ainda sobrou algo da cultura original de povos atacados e desmantelados, é só nas colônias deles mesmo. O tráfico de escravos pelos árabes, comum em território africano muito antes da chegada dos europeus, é o que mais incluiu imposição forçada da religião.

É possível argumentar que pessoas sequestradas e traficadas como escravas não adotam a religião do outro porque encontraram a fé. Existe obviamente uma dinâmica de coerção e poder utilizada pelos colonizadores cristãos. Mas os muçulmanos não se contentam com a declaração de fé, há que se fazer a sharia. A religião deve ser lei, as duas coisas em uma.

O carnaval brasileiro não celebra a África, celebra uma cultura que pode ter vindo de diversos países africanos, mas hoje só existe aqui. Também é a celebração mais aberta da nossa hipocrisia. A união perfeita do espetáculo com o crime organizado, dos artistas e poderosos com o que chamam de escória nos outros meses do ano. Ao povo participante da festa resta fingir que não vê a indecência e sonhar um pouco enquanto não é atropelado.

E, verdade seja dita, o carnaval de avenida já foi apropriado pela elite. Pouco a pouco vão morrendo os grandes sambistas que criaram e preservam um patrimônio cultural único. As escolas de samba vão misturando o crime organizado agora à elite, não mais ao baixo clero. Interessam as atrizes e comentaristas intelectuais que se metem no meio do carnaval. O espaço da cultura do samba encolhe porque o que faz o mundo girar é dinheiro, não beleza.

A maioria do povo não participa do carnaval de avenida
. Os ingressos são proibitivos. A elite da comunicação que lucra com a festa trata de convencer o brasileiro de que aquele é o retrato dele.

Elza Soares, ícone do samba, que morreu este ano, encerraria o desfile da sua Mocidade Independente de Padre Miguel.
A escola resolveu deixar o trono vazio, uma manifestação artística emocionante. Ninguém ocupa o lugar de Elza. A transmissão oficial da Globo não percebeu, não informou os brasileiros. Não importa, a transmissão inovou com uma apresentadora negra alfinetando a branquíssima Gabriela Priolli. É sobre isso.

Leia também: como o 'black lives matter' se tornou uma grande negócio.

Madeleine Lackso, colunista - Gazeta do Povo - VOZES