Manifestação
de 70 páginas do Ministério Público Federal defende a competência do juiz
federal Sérgio Moro para julgar o ex-presidente
O
Ministério Público Federal afirma em manifestação entregue à Justiça nesta
quarta-feira que a cozinha do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), reformada
pela empreiteira Odebrecht sob a coordenação de José Carlos Bumlai, amigo
pessoal do ex-presidente, foi “outra operação de lavagem de dinheiro em favor de Lula”.
Os procuradores reafirmaram que o ex-presidente Lula é “efetivamente” o dono do imóvel. A propriedade está em nome de Fernando Bittar e de Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente. “A compra das duas propriedades rurais que compõem o sítio foi efetuada pelos sócios do filho de Luiz Inácio Lula da Silva, bastante próximos da família do ex-presidente. No entanto, os elementos de prova colacionados até o momento apontam no sentido de que a real propriedade do bem seria efetivamente de Luiz Inácio Lula da Silva.”
O MPF também se manifestou em relação ao apartamento 164-A no edifício Solaris, no Guarujá (SP). Embora o apartamento esteja em nome da OAS, “evidências colhidas até o momento indicam que o imóvel é utilizado por Lula e sua família”, dizem os procuradores. “Registre-se também que a utilização de compra e reforma de imóveis pelas empreiteiras ou empresas intermediárias da lavagem de ativos, em benefício dos destinatários finais da propina, configura forma já conhecida pelos investigadores da Operação Lava-Jato para concretizar o repasse de vantagens indevidas”.
Fonte: AFP