Mulher transexual é espancada em lanchonete de Taguatinga Norte
Vítima acusa os agressores de agirem por preconceito, pois ela é transexual. "Vira homem e cria vergonha na cara", disse um deles
Cerca de seis pessoas se juntaram para espancar uma mulher dentro
de uma lanchonete de Taguatinga Norte. O crime teria sido motivado
porque a vítima é transexual. As agressões aconteceram na madrugada de
domingo (1º/4), quando Jéssica Oliveira, 28 anos, voltava do trabalho.
A vítima conta que os agressores estavam do
outro lado da rua, na avenida Hélio Prates, quando começaram os
xingamentos. "Um deles veio de bicicleta e tentou pegar minha bolsa, mas
eu falei que não passaria. Ele ficou furioso e falou que ia me matar a
facadas", afirma. Jéssica comenta que o suspeito saiu e voltou com mais
pessoas. "Fiquei assustada e corri para a lanchonete. Mas eles vieram
atrás e começaram a me agredir."
As
imagens de segurança do estabelecimento mostram os suspeitos invadindo o
local e agredindo a vítima. Eles usam uma pedra, um pedaço de madeira e
até a cadeira do estabelecimento para bater nela. Os atendentes e um
cliente que estavam no local não prestam auxílio à mulher, que tenta se
defender dos golpes, mas chegaram a acionar a polícia. "Eu ia morrer
ali, porque eles queriam me matar e só miravam na minha cabeça. Eles
falaram para eu criar vergonha na cara e virar homem", diz.
Para Jéssica, o crime foi motivado por preconceito. "Eles não
levaram nada meu. Eu estava com dinheiro e bolsa. Eles só queriam me
bater", afirma. Ela ainda reforça que essa não é a primeira vez que ela é
agredida por preconceito. Após o crime, a
vítima foi à 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) e registrou
ocorrência. Ela conta que passou por exames no Instituto de Medicina
Legal (IML) e aguarda a prisão dos envolvidos. A Divisão de Comunicação
da Polícia Civil (Divicom) confirmou a ocorrência e informou que a 17ª
DP (Taguatinga Norte) investigará o caso.
Correio Braziliense