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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Homem que matou garis atropelados se recusou a fazer o bafômetro em 2011

Ilda de Sousa, 52 anos, e Anísio Lopes, 48, voltavam do trabalho, à noite, quando foram atingidos pelo carro. 

O condutor, que havia sido multado em outra ocasião por dirigir embriagado, está preso e pode pegar entre 12 e 30 anos de prisão

O motorista acusado de atropelar e matar dois garis, no Distrito Federal, foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual. Os investigadores que apuram as circunstâncias da colisão entenderam que o homem, de 39 anos, assumiu o risco de matar quando optou por dirigir embriagado. Esta não é a primeira vez o acusado é flagrado alcoolizado ao volante. Ele não teve o nome divulgado pela polícia. 
Apesar de no Brasil ser proibido dirigir após a ingestão de bebida alcoólica desde de 2008,  o Correio apurou que, em 2011, o homem foi multado pelo mesmo motivo e, assim como agora, recusou-se a fazer o teste do bafômetro.

De acordo com o delegado Hudson Maldonado, chefe da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), testemunhas relataram que o motorista dirigia em alta velocidade, quando atingiu dois ciclistas e, em seguida, capotou o veículo, pouco antes da meia-noite. “Ele foi preso em flagrante por duplo homicídio praticado por dolo eventual. Quem bebe e assume a direção de um veículo está assumindo o risco de causar um acidente grave, como esse. Um das vítimas estava de uniforme”, acrescenta Maldonado. Se condenado, o condutor pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia. Segundo depoimentos de duas testemunhas à 13ª DP, o impacto da colisão foi tão forte que as vítimas foram arremessadas a mais de 100 metros. [Público e notório que não vai ser condenado a pena apontada - a polícia quase sempre se esforça para tipificar de forma mais rigorosa o delito - só que cai na Justiça e vai para o homicídio culposo.
Raramente, o motorista atropelador = criminoso = fica mais do que alguns dias preso. É libertado na audiência de custódia = procedimento que estimula a impunidade.

Esta semana teve outro bêbado que atropelou um ser humano, um cidadão, que trocava o pneu de um carro, foi preso em flagrante, só que na audiência de custódia  entenderam que o atropelador, o criminoso, tinha bons antecedentes e deveria aguardar o julgamento em liberdade.
Esquecem, na tal audiência,que o individuo que enche a cara de bebida e vai dirigir é tão criminoso quando outro que efetua disparos a esmo, em via pública movimentada = ambos assumem o risco de matar alguém (no caso dos garis o risco produziu duas mortes). No caso do motorista é pior, por agir de forma subrepticia - raramente a vítima percebe que está em vias de ser atropelada, diante de um atirador é possível perceber e se valer dos meios disponíveis.] 

As vítimas
Quando os bombeiros chegaram, as vítimas, Ilda Barbosa de Sousa, 52 anos, e Anísio de Sousa Lopes, 48, ainda estavam vivos. Mas, com a gravidade dos ferimentos, não houve tempo para levá-los ao hospital. Ilda e Anísio eram funcionários da Valor Ambiental e voltavam para casa pedalando após a varrição de rua, em Sobradinho. Anísio deixou três filhos órfãos: um de 10 anos, outro de 8 e o caçula, de 5 anos.
Amigo há mais de 20 de Anísio, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana (Sindlurb), Claudiano Caeiro, fala com admiração do colega. “Era uma pessoa ímpar. Sempre se preocupou em ajudar as pessoas. Não queria o mal para ninguém. É revoltante o que aconteceu hoje (ontem)”, protesta. “Vai deixar muita saudade”, desabafa.

Segundo Claudiano, Ilda era casada e não tinha filhos. “É lamentável que, por um ato de irresponsabilidade de um motorista, dois trabalhadores voltando da jornada de trabalho percam a vida de maneira tão trágica”, afirma o presidente do Sindlurb, José Cláudio. Em nota oficial, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informou que Ilda e Anísio trabalhavam na varrição à noite. “O SLU manifesta solidariedade aos familiares das vítimas neste momento tão trágico”, diz o texto. Anísio será enterrado na Bahia, e Ilda, em Goiás.
[no Brasil a vida do ser humano vale cada vez menos, chegando a ter menos valor que a vida de uma serpente.
Esse caso das cobras, o rigor com que está sendo tratado, não é em função do risco das cobras escaparem e picarem pessoas.
A preocupação maior é não matar, não maltratar, as serpentes. Afinal, o mundo precisa de cobras.
Uma situação que poderia ser resolvida com um facão é protelada, maximizada e não será surpresa se determinarem que o presidente da República desloque um avião da FAB para devolver as cobras ao habitat = afinal de contas, com o devido respeito às tripulações dos aviões da Força Aérea, experiência no transporte de cargas venenosas não lhes faltam.] 
O motorista alcoolizado foi levado para o Hospital Regional de Sobradinho. Após alta médica, ele será encaminhado ao Departamento de Controle e Custódia de Presos (DCCP), no Complexo da Polícia Civil, no Parque da Cidade. Lá, o homem ficará à disposição da Justiça, que decidirá, em audiência de custódia, se o acusado responderá pelo crime preso ou em liberdade.

Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA