Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador emissários da lei. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador emissários da lei. Mostrar todas as postagens

sábado, 17 de dezembro de 2016

Lula quer ganhar no grito

Com a proximidade das condenações do ex-presidente Lula, seus advogados resolveram partir para a tática da intimidação e ataques fora do tom aos juízes que avaliam o caso. Afrontas e confrontos parecem ser as palavras de ordem nessa nova etapa. Após três ações penais em que o petista virou réu, a caminho do quarto enquadramento na mesma situação – um recorde em se tratando de figura pública do seu quilate –, restam poucas dúvidas entre os investigadores sobre o envolvimento e benefícios recebidos por Lula

E a bancada jurídica contratada a peso de ouro considera o vale-tudo da insolência a única saída eficaz para o momento. Desacreditar as autoridades e não os processos. Falar em perseguição, maquinações políticas e bombardear especialmente Sergio Moro como artífice de uma diabólica trama para desestabilizar a candidatura do pretenso líder das massas virou fórmula ideal nesses tempos. Ao menos no entender dos agentes do lulopetismo. O clima de desacato chegou ao máximo na semana passada, durante o depoimento de Mariuza Aparecida, funcionária da OAS encarregada da supervisão de obras no triplex do Guarujá. 

Durante a sessão com a testemunha, o advogado Juarez Cirino dos Santos, sem pedir licença, atacou Moro reclamando por ele agir, a seu ver, como “acusador principal” e não como juiz. Falou isso aos berros. Não parou de esbravejar nem mesmo quando o magistrado, irritado com as interrupções, pediu respeito e boa conduta dos defensores de Lula que estavam ali apenas para assistir ao depoimento. Santos não se conteve. Não deixou sequer a testemunha responder as perguntas. Elevou ainda mais a voz para dizer que Moro não merece respeito. O desacato estava tipificado. Virou bate-boca. 

E o mais grave: sem punições. Poucas vezes se viu representantes da corte serem afrontados daquela maneira. O advogado perdeu as estribeiras, numa clara demonstração de pouco caso com a liturgia da sessão e a autoridade presente. A cena espantou não apenas quem estava no recinto como também a maioria dos brasileiros, depois que o vídeo com a oitiva foi ao ar na TV. Isso ocorreu na segunda, 12. Menos de 48 horas depois, na tarde da quarta, 14, a tropa de advogados de Lula partiu para novo embate. Protocolou uma petição em que acusa Moro de tratar a defesa do petista com falta de “urbanidade”. Entenda-se por isso uma carência de cortesia e civilidade, algo que certamente ficou mais evidente na linguagem e tom dessa turma do que nas palavras do magistrado. No dia seguinte, com a nova acusação da Lava-Jato contra o ex-presidente, sua defesa exibiu abertamente um festival de ofensas e agressões verbais contra os procuradores. Disse que a denúncia da força-tarefa é fruto de “maluquices”. Alegou, sem qualquer base concreta, que “os procuradores não se conformam com o fato de Lula ter sido presidente da República” e asseverou: “Para a Lava-Jato, esse é o crime de Lula: ter sido presidente da República duas vezes. Temem que em 2018 Lula reincida nessa ousadia” .

Com tamanha empáfia e empenho em desacreditar os trabalhos da Justiça, é de se perguntar por que ainda não ocorreram punições e repreensões exemplares contra esses abusos. Desmoralizar o Judiciário e ridicularizar emissários da lei virou prática corrente na armada petista. O próprio Lula já há muito tempo vem recorrendo à estratégia. 

Confronta Moro de todas as maneiras. Não apenas abarrotou os tribunais com apelações para fugir das mãos do juiz como também, publicamente, não perde a oportunidade de criticá-lo sem limites. Movido talvez por uma sensação de impunidade inadmissível e com o objetivo de constranger os trabalhos da Lava-Jato. É um comportamento condenável especialmente vindo de quem já esteve no comando do País. A temerária escalada de desacatos como esses deve ser contida o quanto antes para que não pairem dúvidas de que ninguém está acima da lei. Nem mesmo aqueles que se arvoram o papel de salvadores da pátria.

Fonte: José Carlos Marques - Editorial - Isto É