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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Quem são e como vivem os Trump

Assim como nos negócios, também na política o magnata Donald Trump coloca a família acima de tudoe ter convocado o clã para a linha de frente da campanha à presidência pode ter feito a diferença nas urnas. Os filhos, genros e noras foram os maiores aliados do republicano. “Eu posso estar sozinho, mas tenho minha família”, repetiu Trump diversas vezes como resposta à constatação de que nenhuma estrela do porte de Madonna ou Bruce Springsteen estava a seu lado. 


Unida, a família Trump foi capaz de neutralizar o apoio de celebridades à democrata Hillary Clinton. “Todos os projetos que construímos, construímos como uma família”, orgulha-se Eric, 32 anos, um dos cinco filhos que o presidente eleito teve em seus três casamentos. Na Trump Organization, holding que atua em negócios do ramo imobiliário e hotéis, os três filhos de Donald com a ex-modelo Ivana Trump ocupam cargos de vice-presidente. Donald Jr., 38, Ivanka, 35, e Eric estão no coração da empresa. Eles foram a tropa de elite que ocupou posições de confiança na campanha, que engajou ainda Tiffany, 23, a filha do segundo casamento de Trump, com a atriz Marla Maples. Só o caçula Barron, 10, ficou de fora.

Brigas e vinhos
Na corrida eleitoral, quem mais se destacou foi Ivanka. Com 2,2 milhões de seguidores na rede social Twitter, ela foi a primeira a anunciar, ainda em junho de 2015, que Donald Trump concorreria à Casa Branca. Na reta final, ela chegou a reescrever os discursos do pai, além de usar sua expertise no mundo da moda para dar palpites no figurino que ele deveria usar. Assim como a mãe, Ivanka foi modelo e chegou a desfilar para campanhas da grife Tommy Hilfiger antes de lançar sua própria marca de roupas e sapatos. Ela é casada com o megainvestidor Jared Kushner, 35, famoso por ter feito a maior aquisição imobiliária da história dos EUA — o edifício 666 Fifth Avenue, comprado em 2007 por U$ 1,8 bilhão.

 Dono do semanário “New York Obsever”, o primeiro a endossar oficialmente a candidatura Trump, Kushner foi o grande arquiteto da campanha presidencial. Ele arregimentou uma equipe de talentos do Vale do Silício para o “Projeto Álamo”, equipe que gerenciou a estratégia de mídias digitais de Trump. Bem-sucedido na missão, assumiu efetivamente a gerência da campanha a partir de junho, depois de recomendar o afastamento de Corey Lewandowski. Após a vitória de Trump nas urnas, Kushner foi encarregado de estabelecer o plano para a equipe de transição na Casa Branca.

“Todos os projetos que construímos, construímos como uma família” Eric Trump, o filho do meio

Também no centro de comando da campanha atuou o primogênito Donald Trump Jr., graduado na prestigiada escola de gestão Wharton, da Universidade da Pensilvânia. Nos tempos de faculdade, era um típico playboy: frequentava clubes caros, bebia demais e acaba se envolvendo em pancadaria. A exemplo do pai, Donald Jr. se casou com uma ex-modelo, Vanessa Haydon, e também teve cinco filhos. Mas nem os negócios e nem a política o impedem de manter hábitos como a caça de veados ou o gosto por restaurantes estrelados pelo Guia Michelin. Durante a campanha, Donald Jr. cometeu uma gafe digna de seu pai ao comparar refugiados sírios a doces envenenados. Até o fabricante da marca citada emitiu uma nota de repúdio.

Um perfil bem diferente tem o irmão do meio, Eric, o filântropo da família. Formado em finanças pela Universidade de Georgetown, ele fundou em 2006 a Eric Trump Foundation, que angaria recursos para o hospital St. Jude Children’s. Apreciador de vinhos, ele também administra a vinícola Trump, no estado de Virginia.

Tiffany Ariana foi a única filha do casamento de Donald Trump com a atriz Marla Maples. Quando os pais se separaram, ela foi viver com a mãe, na Califórnia. Depois de ter sido estagiária da revista “Vogue” e de se arriscar como modelo em Nova York, Tiffany gravou em 2014 o disco “Like a Bird”. A carreira de cantora não decolou. Formada em sociologia, ela não tem cargo na Trump Organization nem fez parte da equipe de campanha. Ainda assim, usou sua influência em redes sociais para pedir votos e até discursou na segunda noite da Convenção Nacional Republicana, em julho deste ano, que referendou a chapa de Trump com Mike Pence como candidato a vice.

Nascida Melanija Knavs e hoje Melania Knauss-Trump, a ex-modelo eslovena de 46 anos se casou com Donald Trump em 2005. Durante a campanha, a atuação de Melania foi relegada a segundo depois da constatação de que seu primeiro discurso reproduzira parágrafos inteiros de um pronunciamento feito por Michelle Obama em 2008. Embora se diga arquiteta, o curso não existe na faculdade que ela afirma ter estudado. Mãe de Barron, o caçula do clã, a 47ª primeira-dama dos Estados Unidos irá trocar a opulência da cobertura em que vive na Trump Tower, em Nova York, pelo endereço mais cobiçado do planeta: a Casa Branca.

 Fotos: REUTERS/Rainier Ehrhardt; David Becker/Getty Images/AFP; Evan Agostini/Invision/AP; Sam Horine

A residência atual dos Trump, no topo do edifício número 725 da Quinta Avenida, no centro de Manhattan, tem uma vista privilegiada, que abrange o Central Park e as pontes que ligam a ilha aos bairros vizinhos e a Nova Jersey. Por dentro, a ostentação impera. Templo da extravagância de Trump, a cobertura foi decorada por Angelo Donghia (1935-1985) no início da década de 1980. Extrapolando o gosto da época, ele buscou referências no estilo rococó francês do século 18. Abusou de colunas palacianas em mármore e ornamentos dourados. 

Parte do mobiliário e alguns dos elementos decorativos são de fato banhados a ouro, caso da poltrona Luís XV favorita de Donald. Na residência que ele, Melania e Barrow irão ocupar a partir de 2017, em Washington, a decoração é bem mais discreta e a vista pode até ser menos impactante. Mas ali, como em nenhum outro lugar, a família Trump terá o mundo a seus pés.

Fonte: Reuters