Gazeta do Povo
Até muito pouco atrás o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), era tratado como uma espécie inferior de bactéria pelo ex-presidente Lula, por toda a esquerda nacional e pela mídia – para não falar das classes intelectuais, filosóficas e sociológicas do país. Poucos políticos brasileiros, em tempos recentes, foram desprezados com tanto empenho e rancor como Doria. A aversão começou quando ele derrotou o PT e Fernando Haddad na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 2016.
Piorou muito dois anos depois, quando se grudou desesperadamente a Jair Bolsonaro após ter abandonado a prefeitura e se ver ameaçado de perder a eleição ao governo do estado para um ex-prefeito de São Vicente. Na ocasião, inventou um negócio chamado “Bolsodoria”, e só por isso, na última hora, conseguiu se eleger. Sua imagem junto à esquerda chegou, então, ao ponto mais baixo que alguém pode alcançar.
Mas nada é tão fácil de se arrumar na política brasileira de hoje quanto um milagre. Basta se exibir como um adversário do presidente da República e pronto: a imagem de qualquer um, até mesmo de Doria, é imediatamente retirada do lixo e promovida pela esquerda e pelos meios de comunicação ao grau de estadista responsável, equilibrado, sereno, patriota e quem sabe quanta coisa mais. Seu ponto culminante nessa virada de casaca acaba de ser atingido: ninguém menos que Lula, em pessoa, nomeou Doria, pelo Twitter, como um grande homem, na categoria de salvador do Brasil. Doria devolveu a puxada de ego. Eis aí, quem diria, os dois mais novos namorados da esquerda nacional.
Doria começou a aparecer em público como um destemido opositor de Bolsonaro assim que fez as contas e chegou a duas conclusões. A primeira é que não precisava mais da ajuda do presidente. A segunda é que a elite mais subdesenvolvida do Brasil, e que mais faz a pose de “civilizada”, não consegue admitir a hipótese de que Bolsonaro seja eleito para mais um mandato. Já não aceitam que ganhou as eleições de 2018. Não podem nem pensar em 2022. Como essa gente anda órfã de candidatos (chegam a pensar, até, num apresentador de programa de auditório para resolver o seu problema), Doria se ofereceu: “Alô, antibolsonaristas do Brasil, que tal eu?”. Desde então, não pensa em outra coisa. Com a chance do coronavírus que lhe caiu de graça no colo, se animou de vez.
Doria se meteu agora com Lula, na suposição de que o ex-presidente já é um defunto político mal enterrado, e não será mais nada, nunca, na política brasileira; poderia, então, já que não será candidato a coisa nenhuma, passar para o governador os votos e os apoios que tem hoje, em troca de vantagens em sua eventual e futura presidência. O grau de confiança que Lula tem em Doria, pelo que se sabe da mentalidade do ex-presidente, oscila entre zero e menos um. Doria, pelo seu histórico, tem o mesmo tipo de consideração pelo novo amigo. Mas política é dia a dia. Os abraços de hoje são os abraços de hoje. Amanhã é amanhã.
J. R. Guzzo, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sexta-feira, 3 de abril de 2020
"LulaDoria" - Os mais novos namorados da esquerda nacional - J.R. Guzzo
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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Nossa esquerda
Teoricamente, um agrupamento político com a fúria exibida nos palanques pelo PT, deveria produzir, se não uma revolução, pelo menos uns revolucionários
Quanto mais agressiva se mostra, ou finge se mostrar, mais a esquerda brasileira aparece à luz do sol como ela realmente é. Já faz muito tempo que se transformou numa espécie de Federação Nacional das Ideias Mortas. Agora, com as desventuras do ex-presidente Lula e as incertezas quanto ao seu futuro próximo, está se tornando apenas absurda. Seus líderes gritam em público que não existe uma democracia no Brasil no momento, mas escondem-se no Senado Federal e na Câmara dos Deputados para desfrutar das “imunidades parlamentares” que os protegem do Código Penal. Falam em exterminar os adversários, mas na vida real ficam do lado do senador Aécio Neves para impedir que ele seja processado por extorsão; em troca, recebem o apoio de sua turma.
Dizem que a Justiça brasileira vendeu-se para permitir a fabricação de provas falsas contra Lula ─ mas continuam entupindo os tribunais com recursos, ameaças e advogados caros. Convocam a população para ir às “ruas” e ali mesmo derrubar o regime. Não reconhecem mais “as instituições”. Propõem que o povo brasileiro, em pessoa, assuma o governo daqui para frente. Nada disso, naturalmente, faz o menor nexo. O resultado prático é que acabam provando, a cada dia mais, que viraram uma contrafação ─ são dinheiro falso, pura e simplesmente, embora não exista nada de simples, e muito menos de puro, em qualquer coisa que façam.
De onde está vindo essa gente que se vê por aí no papel de “homem de esquerda”? Teoricamente, um agrupamento político com a fúria exibida hoje nos palanques pelo PT e seus satélites, deveria produzir, se não uma revolução, pelo menos uns revolucionários ─ ou, vá lá, uma imitação decente do guerreiro-fantasia das lutas populares, capaz de ter ficha na polícia secreta e assustar um pouco a burguesia. Mas os revolucionários que estão saindo atualmente do forno da esquerda brasileira são uma lástima. Vivem de verbas do governo e de instituições internacionais de caridade política. Traficam com cestas básicas, casas populares construídas com dinheiro do erário e financiamentos do Banco do Brasil. Têm direitos e garantias legais ─ que dizem não existir no país, mas usam em seu favor todos os dias. Precisam de ônibus fretados, lanche e pagamento de diária para juntar gente na rua. Atacam propriedades indefesas. Querem criar no Brasil a “Ditadura dos Oprimidos”, como diz o professor Luiz Felipe Pondé, mas estão toda hora correndo para o colo do Ministério Público, atrás de algum tipo de proteção legal.
O grande problema da esquerda brasileira, no fundo, é que seus guerrilheiros têm medo de bala de borracha. O que poderia representar melhor que isso a situação a que chegaram ─ ou o déficit de fibra, têmpera e coragem militar demonstrado por seus movimentos? Um revolucionário com um mínimo de respeito por si próprio não pode exigir, principalmente do governo que pretende “derrubar”, o direito de ser tratado com gentileza pela polícia. Não pode pedir que a autoridade pública elimine qualquer risco de dor física para ele quando vai invadir terrenos, quebrar vidraças ou bloquear a livre passagem dos cidadãos por estradas ou avenidas.
O que diria de uma coisa dessas um Lênin, ou mesmo um mero Fidel Castro? Iam para a luta cientes de que o inimigo estava armado, e que faria uso de toda a munição que tivesse; jamais lhes passou pela cabeça requerer ao governo a proibição do uso de algum tipo de bala. Aqui é uma tristeza. Se a esquerda tem medo da bala de borracha, o que dizer, então, da bala de chumbo? Assim não há revolução que aguente.
A força da esquerda nacional, hoje em dia, é unicamente a que lhe é dada pela covardia das autoridades, que morrem de medo dela e de sua presença na mídia. Suas lideranças e “militantes” não existem porque têm por trás de si o apoio das “massas populares”, como dizem. Só existem porque têm, na prática, a permissão do governo para agredirem o direito de ir e vir, cultivarem a baderna como método natural de ação política e destruírem propriedade privada ─ inclusive centros de pesquisa, quando não gostam do objeto das pesquisas. A autoridade, em vez de aplicar a lei, se intimida com as ameaças e concorda em “dialogar”. Na verdade, está protegendo a liberdade de praticar delitos. Nega ao cidadão comum, que tem os seus direitos legais desrespeitados pelos “movimentos sociais”, a proteção permanente que fornece à “militância” da esquerda. É isso. Nossos esquerdistas, no fim das contas, fazem parte do Brasil que dá errado. São o dínamo do atraso. Não vão sair daí nunca.
Publicado na edição impressa de VEJA - J R Guzzo -
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