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domingo, 7 de janeiro de 2024

Bandido em saidinha de Natal consegue arma mais rápido que cidadão honesto - Alexandre Garcia

Vozes

Criminalidade 

 Bandido em saidinha de Natal consegue arma mais rápido que cidadão honesto
Bandido em saidinha de Natal consegue arma mais rápido que cidadão honesto
| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Terça-feira foi Dia Internacional da Polícia
Eu homenageei os policiais que deram a vida pela lei, na defesa de outras pessoas. 
E lembrei, no comentário anterior, que o Brasil deve ser o lugar mais perigoso do mundo para ser policial, talvez só comparável ao México ou à Colômbia. 
O crime está aí, os criminosos são soltos, já mencionei aqui o perigo dessas saidinhas de Natal. 
Vejam o que aconteceu agora no litoral de São Paulo: um motorista de aplicativo foi abordado por três pessoas, e depois entrou mais um passageiro; eles queriam pagar R$ 300 para ele levá-los ao litoral, mas em dinheiro, e não pelo aplicativo. 
Ele desconfiou, mas aceitou; viu que eles estavam fazendo sinais, um estava com uma dor na costela, perguntaram se havia barreira policial no caminho. 
Ele foi desconfiando, e a certa altura começou a entrar numa rua escura. 
A estratégia dele foi dirigir o carro como se fosse colidir com uma viatura da polícia; chamou a atenção da polícia, que abordou o carro. 
Um dos ocupantes conseguiu fugir, e encontraram uma metralhadora dentro do carro. Depois viram que era gente da saidinha de Natal.
 
O sujeito sai da prisão no Natal e já está com uma metralhadora. 
Aqui em Brasília o bandido saiu, já conseguiu uma arma e deu cinco tiros na mulher que não havia ido visitá-lo no presídio. 
Essas pessoas conseguem armas na hora, enquanto os atiradores, caçadores e colecionadores tiveram um ano de dificuldade em 2023: 43 mil deles perderam o emprego em clubes de tiro por causa de restrições àqueles que ficam legalizados, registrados – e que trazem medalhas de ouro para o Brasil, como aconteceu com a equipe brasileira em um campeonato de tiro na Tailândia, em dezembro. São as coisas da lei brasileira.

Se depender da esquerda e da imprensa, no Brasil não existe direita, só “extrema direita”

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu um jornalista de São Paulo, que por sinal tem nome judeu, mas que chamou os judeus de “ratos”. 
O Ministério Público mandou esse jornalista retirar as publicações em que fazia essa referência considerada antissemita, mas ela saiu em defesa dele. Na resposta, Gleisi falou do governo israelense de “ultradireita”.
 
Nos jornais eu nunca consigo ler “direita”, é sempre “ultradireita” ou “extrema direita”. Eu gostaria de saber dos jornalistas que escrevem isso: qual a diferença entre “direita”, “ultradireita” e “extrema direita”? 
Por que eles fazem essa qualificação? 
Que expliquem direito o que é “direita” e “extrema direita”, porque afinal usam um adjetivo ideológico que fica estranho. 
De repente, não existe “direita” no Brasil ou no mundo, só existe “extrema direita” ou “ultradireita”. 
Queria saber se isso é combinado, se há um concerto, uma ordem, para não chamarem mais a direita de “direita”, apenas de “extrema direita”.

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Ditadores comunistas seguem perseguindo a Igreja Católica, ontem e hoje
Falando de ideologia, está fazendo aniversário a excomunhão de Fidel Castro.  
Em 1962, o papa João XXIII teria excomungado Fidel Castro porque ele havia se declarado marxista-leninista, expulsado 135 padres de Cuba e fechado todas as escolas católicas do país ao assumir o poder, o que já dura uns 62 anos, considerando Fidel e seus substitutos. 
O papa João XXIII deve ter aplicado um decreto de 1949, do papa Pio XII, que diz que é automaticamente excomungado o católico que se unir ao comunismo e que se declarar adepto da “fé” – porque é uma questão de fé – marxista-leninista. 
Enquanto isso, do último Natal até o fim do ano, Daniel Ortega, ditador da Nicarágua que está no poder desde 2007, já prendeu 12 padres, e eu não vi nenhuma manifestação do papa Francisco sobre isso.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 22 de julho de 2023

Preparai-vos, eleitores do Bolsonaro, ou sereis extirpados. - Valterlucio Bessa Campelo

 

       O quadro acima, que fiz questão de emoldurar, traduz bem o momento que estamos vivendo no Brasil, embora os lacaios da extrema imprensa insistam em olhar pro lado ou passar pano, como fizeram vergonhosamente nos últimos dias. É seguramente um período de exceção, o chamado “estado democrático de direito” foi pro brejo faz tempo.

Aos lulopetistas de cuecas vermelhas, isentões etc., pergunto: 
- Como vocês acham que começam os regimes totalitários? 
- Com o caminhão do ovo gritando na rua? 
- Com o pé na porta da igreja? 
É não, diria eu mesmo ao meu amigo bobinho. É assim, é solapando as instituições, dominando a imprensa por todos os meios, silenciando e cassando opositores, amaciando lentamente o cidadão como se fosse um bife sob o martelo, até que ele não se importe em ver as sombras se abaterem sobre seu futuro e o dos seus filhos ou, em muitos casos, decida fazer parte do esquema macabro.
 
Num dia, um ministro do STF, o mais progressista do grupo, aquele que quer mover a história e acha normal a Corte se transfigurar em órgão político, se dá ao desfrute de discursar em uma Assembleia Estudantil dominada há décadas por partidos de extrema esquerda e se declarar antibolsonarista, em flagrante atrito com a Constituição Federal, pelo menos, é o que pensam alguns PARLAMENTARES que assinaram contra ele um pedido de impeachment (entre eles, por enquanto, quatro corajosos acreanos – Alan Rick, Marcio Bittar, Coronel Ulysses e Eduardo Veloso). 
A CF veda a participação de ministros em eventos políticos e partidários. Convenhamos, no caso em tela, apenas a presença do Barroso, calado, sem soltar um sequer de seus barrosismos, ensejaria quebra do decoro. 
 
No outro dia, um importante jornalista, Ricardo Kotscho, ex-Ministro do Lula da Silva, esquerdista de carteirinha e bolsista da viúva na Comissão de Anistia, foi mais além. 
Segundo ele, a pacificação do país não é possível porque tem muito bolsonarista solto, ou seja, se quiser paz Lula da Silva deverá construir presídios para uns 58 milhões de adultos que votaram em Bolsonaro, o que, para quem aplaude Stálin, Mao Tse Tung, Pol Pot, Fidel Castro, Kim Il-Sung etc., não parece impossível. Aguardemos.
 
Concomitantemente, o próprio Lula da Silva, em momento inspirado, não se conteve.  
Não é possível saber se leu em algum lugar, o que seria duvidoso, ou se alguém (quem sabe a janja?) lhe falou ao ouvido ou, ainda, se ele mesmo pensou, [pensou??? ele consegue realizar tal ação? tem o órgão essencial para tanto?] o certo é que praticamente REPETIU as palavras NAZISTAS de um homem que ele mesmo já disse admirar. Sabe quem? Adolf Hitler. (VEJA AQUI). Segundo Lula da Silva, os bolsonaristas são ANIMAIS SELVAGENS que precisam ser EXTIRPADOS. 
Antes ele achava que deveriam ser “purificados”, seja lá o que isso signifique. Quem sabe, uma nova Inquisição política. 
 Se o leitor tem alguma dúvida do que se trata EXTIRPAR, nem se dê ao trabalho. 
No quadro abaixo tem uma listinha de sinônimos, que peguei do Google:

Extirpar

Assolar,abalar,abater,abolir,acabar,afligir,alhanar,aluir,aniquilar,anular,
apagar,arrasar,

Arruinar,aterrar,Avexar,bombardear,ceifar,cercear,consumir,demolir,
depopular,depredar,

Derribar,derrocar,derrotar,derrubar,desbaratar,desmoronar,desolar,
destroçar...
 
[um comentário:  na verdade, o cidadão  pretendia expor o propósito de eStripar (vivos) os bolsonaristas e, após, extirpá-los.]

Pronto. Se o leitor, por acaso, é um dos 62,5% dos eleitores acreanos que votaram no Bolsonaro, pode escolher aí no quadrinho o que pretende pedir ao carrasco vermelho. Tem pra todo gosto. Hitler, o admirado pelo Lula, não deu muita escolha aos inimigos que chamava de animais, com ele era tiro na nuca ou câmara de gás, Stálin tinha um leque de opções que variava entre um tiro na nuca e o frio da Sibéria (havia quem escolhesse o tiro), Mao Tse Tung preferia matar de fome mesmo, Pol Pot era extremamente cruel, gostava de ver o inimigo sofrer sob tortura, Fidel curtia um “paredón”, e por aí vão eles.

Enfim, a experiência de mais de 100 milhões de mortos por seu sistema poderá inspirar os comunistas, entre os quais um que disso se orgulha, ou seja, o próprio Lula. Sem nenhum remorso, eles executarão as ordens, afinal, os seus inimigos, os eleitores de Bolsonaro, foram desumanizados, não são gente, será um processo que visa o amor e a paz, né, Kotscho? Além disso, como cochichou o ministro do TSE ao ouvido do colega na diplomação do Lula, “missão dada é missão cumprida” (lembrei Adolf Eichmann em seu próprio julgamento em Nuremberg). Penso se não seria o caso de recorrer aos defensores dos animais, talvez os ambientalistas de coração bom resolvam salvar esses “animais selvagens” das garras dos extirpadores.

Feita a explicação do quadro pavoroso que encima este texto, talvez seja hora de chamar atenção para a necessidade que temos, todos os democratas, de enfrentar a barbárie anunciada. Aqui? Sim, aqui no Acre e em todos os lugares, em todos os municípios brasileiros. 
Como disse o jovem Étienne de La Bóetie no século XVI, em seu “Discurso da Servidão Voluntária”, a melhor coisa que se pode fazer contra o tirano é não entregar o que ele deseja. 
O que Lula mais deseja é ganhar as eleições para, sob a capa da incolumidade do processo eleitoral, levar adiante seu desiderato perverso, então, que perca. 
Já no próximo ano teremos uma oportunidade de derrotar os extirpadores nas eleições para prefeito
Milhares de pequenas vitórias em milhares de pequenos e grandes municípios farão uma grande vitória da verdadeira democracia, liberal, de respeito à vida, ao indivíduo e suas opções, à família, às religiões, à propriedade, às tradições e à nação. 
Se não somos extirpadores de ninguém, nem queremos ser extirpados, lutemos.

*        O autor, Valterlucio Bessa Campelo, escreve às sextas-feiras no site as24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do Percival Puggina e outros sites.  

 

 

quarta-feira, 26 de abril de 2023

A transição para ditadura - Gazeta do Povo

Vozes - Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Mao Tse Tung, 1950.| Foto: Wikimedia Commons

Mao Tse Tung, Mussolini, Hitler, Stalin, Fidel Castro, Chaves e outros promoveram o que se chama hoje anarco-tirania, o período de transição após a tomada de poder e que é parte do processo para sua consolidação total .

O livro vermelho de Mao deixa claro que o processo de tomada de poder é apenas o primeiro estágio, vem a seguir um período de combate aos “reacionários” e à “contrarrevolução”.  
Ele estudou a Revolução Francesa e seu fracasso, bem como o sucesso da Revolução Russa, e já previa, em 1949, que segmentos da classe média na China se revoltariam, que o período de sedimentação seria longo e com alguns reveses. 
Entretanto, Mao estava confiante de que a força revolucionária triunfaria, pois com o poder formal tomado, o trabalho seguinte seria apenas liquidar as chances de outro grupo voltar.  Em seus estudos, passado esse período de resistência e consolidação de poder, o terreno político estaria livre para implementar e exercer a hegemonia total.  
 
Esse período intermediário de combate aos “reacionários” e “contrarrevolucionários” é chamado anarco-tirania.  
É o momento de enfrentamento e expurgo de resistências dentro do aparato estatal, assim como dentro da sociedade. 
É quando os agentes revolucionários usam o Estado para criar caos e agir como tirano ao mesmo tempo; sem obedecer a qualquer moralidade, constituição, princípio legal ou direito individual. 
As ações por serem do Estado ganham falsos ares de legitimidade e não se restringem a liquidar pontos de resistência com força bruta, vão muito além: o Estado se transforma em promotor de destruição.

O caos e a anarquia - É engano pensar que o caos só desfavorece as forças organizadas do Governo e do Estado.  É mais complexo e os interessados em política devem entender como o caos e a anarquia são utilizados por todos os agentes políticos para conquistar e consolidar poder.

As três fases: A primeira fase é quando
o movimento revolucionário não está no poder, e cria o caos para desestabilizar os governantes objetivando destituí-los.  A segunda fase é quando o revolucionário está no poder e usa o caos para reforçar seu poder ditatorial suprimindo resistências e aniquilando todos movimentos geradores de caos, inclusive os que os levaram ao poder – sim, a revolução, assim como o demônio, sempre devora seus filhos.

A situação caótica, nesse caso, tem o objetivo definido de favorecer quem está no comando, pois este já se organizou para assumir mais controle, é um instrumento de destruição de resistências.  Caos econômico, fiscal, monetário, social e administrativo são causadores de anarquia.

A terceira fase é de institucionalização, a mais nociva: é a consolidação totalitária, a criação de uma nova constituição e novas instituições para garantir sucessão e perpetuação no poder.

E a Anarquia?
Há pensadores tanto do lado liberal quanto do lado marxista que defendem a ausência de governo, ou anarquia, como alternativa. Mas a anarquia na prática não existe; é tão fugaz que é difícil de observá-la na história do mundo por longos períodos. Por quê?

Não existe direito nem liberdades em um sistema anárquico.
Ao contrário, todos revertem sua dependência a pequenos grupos, tribos ou famílias. E quando se distanciam destas aglomerações se tornam reféns do medo, receosos de perderem suas posses e liberdades para outros “agentes livres” que atuam sem limites. Por isso as sociedades, quando se deparam com uma situação de caos que possa levar à anarquia, logo se organizam em torno de alguém ou um grupo que está organizado para governar.         

Ditadores amigos do caos: Para reforçar seu domínio, Stalin promoveu expurgos draconianos, sem lógica e sem heurística, depois de sua ascensão para que todos o temessem e não conseguissem impedir que consolidasse seu poder na Russia. 
Hitler tinha os “camisas marrons”, que desestabilizaram a vida dos alemães antes e depois que este assumiu como primeiro-ministro até se firmar no controle de todo o sistema político alemão.  
Mao Tse Tung promoveu uma revolução nas fazendas, indústrias e na cultura para eliminar toda a resistência econômica e social.  
Fidel Castro também “limpou” Cuba de opositores, e assim como os demais, promoveu fuzilamentos públicos e notórios.  
Hugo Chaves fez toda a classe média venezuelana fugir do país via interferência do judiciário.  
Em todos esses exemplos, sem exceção, a consolidação do poder totalitário foi através do caos, do terror e tirania promovidos pelo Estado. Mas o que muitos esquecem é que a consolidação também não foi imediata; os revolucionários tiveram que enfrentar resistências internas e externas por longos períodos.

E o Brasil hoje? No Brasil temos nossos agentes do caos bem consolidados e ativos.  Black Blocks, UNE, Sindicatos, MST e MTST, por exemplo, são movimentos sustentados por partidos e pelo Estado e de caráter revolucionário, com organização, método e intenções claras de criar caos para chegar ao objetivo final: um Estado totalitário.

Depois que a cúpula do Poder Judiciário se consolidou em torno da ideia, faltava dominar os poderes Executivo e Legislativo.  Com Lula, o segundo pilar do comando absoluto do Estado foi concluído. 
Depois de ter assumido o poder com baixa legitimidade e apoio popular menor ainda, ele tem tomado medidas para, nitidamente, desestabilizar todas resistências econômicas, politicas e sociais.   

Seu “governo” acabou com o teto de gastos e gerou caos no sistema fiscal e baixou as  expectativas sobre melhoras na economia.  
Colocou um grupo terrorista como o MST no comando de um ministério, para criar caos no campo, onde está a sua maior resistência. Nas Relações Exteriores, gerou também caos ao bravejar que queria sair do dólar como moeda de troca principal e reposicionar o Brasil junto às ditaduras do mundo. 
Promoveu políticas na educação e cultura antinaturais para confundir, dividir e gerar o caos social, fragilizando a confiança da sociedade em si mesma. Lula engajou-se na segunda fase do caos e tirania.
 
Falta agora acabar com a resistência no Poder Legislativo e na opinião pública.  Na Câmara e no Senado seu domínio estará completo
Apesar de existirem vários parlamentares suscetíveis à corrupção, há também aqueles que se preocupam com a opinião pública, cuja parcela mais expressiva não quer ditadura.  São esses dois fronts que compõem a resistência e sobre os quais o cerco está se fechando – criminalizar parlamentares da oposição e censurar redes sociais é só um primeiro passo.

Como dizia Mao Tse Tung, em seu livro vermelho: “a revolução não é uma festa de gala…não pode ser refinada, prazerosa, moderada, sensível ou gentil. A revolução é uma insurreição, um ato de violência no qual uma classe depõe uma outra”. Ao destacar que a luta contra os “reacionários” tinha que ser implacável, Mao sabia que as chances de uma revolução fracassar são maiores que as de atingir sucesso. E é nesse fato que a sociedade respira.       

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Luiz Philippe Orleans e Bragança
, deputado federal - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Após as invasões, Lula põe de interventor do DF alguém do PCdoB ligado a Fidel Castro

Alexandre Garcia - Gazeta do Povo

Ontem foi um domingo surpreendente. Hoje o Distrito Federal já está sob intervenção federal de um interventor na segurança pública que está subordinado diretamente ao presidente da República, que já está em Brasília. O novo interventor é homem de confiança de Flavio Dino, do mesmo partido a que pertencia Flavio Dino, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Trabalhou com ele no governo do Maranhão, foi presidente da UNE, lá por 1997 e 1998.  
Foi ele quem trouxe Fidel Castro para o Congresso da UNE. 
É Ricardo Garcia Cappelli. Esse é o interventor em Brasília. Não sei se ele tem alguma experiência em segurança pública.
 
Consideraram Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça que voltou a ser secretário de Segurança Pública do DF como responsável, só que ele estava de férias, ele nem tinha reassumido ainda.  
Não tem nada a ver com isso, mas precisavam culpar alguém, e a primeira coisa que fez o governador Ibaneis fez para se dar bem com o governo federal foi entregar numa bandeja a cabeça de Anderson Torres, que recém tinha chegado de férias. Ia reassumir agora, depois de ter substituído Sergio Moro no ministério da Justiça. [traidores costumam se dar mal; Ibaneis traiu e se f ... .]

É bom lembrar também que Bolsonaro está lá em Orlando. O que aconteceu foi que o pessoal perdeu a paciência. Estavam há mais de dois meses esperando a tutela das Forças Armadas que não veio e aí resolveram agir por conta própria. Em primeiro lugar, por causa dos desrespeitos às liberdades fundamentais de opinião, pela omissão do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, pela falta de transparência nas apurações que deixaram dúvidas no ar e por fim sobre o novo ministério que chocou muita gente, esses 37, a maior parte com processos judiciais, alguns até com condenações, como é o caso do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, as ligações com milícia por parte da ministra do Turismo, essas coisas. E aí o pessoal perdeu a paciência e num domingo, surpreendentemente, entraram no Supremo, no Congresso e no Palácio do Planalto. [oportuno considerar e investigar a presença de elementos da esquerda, incluindo sem limitar, integrantes do perda total = pt, infiltrados entre os manifestantes tanto com o objetivo de promover o quebra-quebra quanto  o de incentivar, pelo exemplo, que outros praticassem tais atos de vandalismo, prática lamentável e que deve ser sempre repudiada.] Prática lamentavel, porém sempre presente em atos que contem com a presença, ainda que velada, de elementos da esquerda.]

Cavalarianos da PM chegaram a subir a rampa para tentar expulsar as pessoas, mas tiveram que voltar porque não conseguiram passar. Enfim, houve até pequenos confrontos com a polícia, muita gente estimulou quebra-quebra, que aconteceu e que é muito lamentável.

O presidente Lula disse que foram vândalos, fascistas e stalinistas. Aí ele levou um susto e disse “não, stalinistas não”, nazistas. Mas enfim, os dois extremos se encontram, são iguais, é como uma ferradura em que os dois extremos estão mais próximos entre si do que ambos em relação ao centro. Essa é a verdade.

Agora a gente espera o que vai acontecer daqui para frente, por que tem suas consequências. A Avenida 23 de Maio já estava sendo parada por manifestações em São Paulo, por dois dias. Então, o maior estado, a capital do país e o maior produtor do agro, o Mato Grosso, onde já está havendo bloqueio em estradas
A gente fica pensando se isso é um rastilho, o que mais vai acontecer, o que pode acontecer. 
Há um movimento latente de caminhoneiros e a reação do presidente da República não foi uma reação para pacificar, foi uma reação forte, contrária, acusou Bolsonaro, acusou a PM do Distrito Federal, e colocou na intervenção alguém do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ex-presidente da UNE, ligado a Fidel Castro. 
Parece até provocação uma coisa dessas.

O presidente Bolsonaro está nos Estados Unidos. O PL deu uma nota condenando as invasões e agora ninguém sabe o que pode acontecer e que rumo as coisas podem tomar depois dessa tríplice invasão na sede dos Três Poderes.

CLIQUE AQUI, para inteiro teor da decisão do ministro Moraes - não se diferencia de outras anteriores.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Psiu! As tiranias comunistas do Foro de São Paulo não são assunto! - Percival Puggina

 Olavo de Carvalho me disse, hoje de manhã, que ...

“Oi?” exclamará o leitor, intrigado sobre esse diálogo com o mestre ausente. No entanto, os sábios falam abundantemente aos leitores nas páginas de suas obras. É uma forma de imortalidade apenas percebida pelos que abrem seus livros e sentam-se para ouvi-los.

Então, retomo: Olavo de Carvalho me disse hoje de manhã que “a censura, a supressão dos fatos indesejáveis, tornou-se a rotina da grande mídia internacional democrática como outrora o foi na URSS e ainda é no comunismo chinês. Dificilmente a KGB terá algum dia empreendido uma operação-abafa tão vasta e tão bem sucedida quanto a ocultação dos documentos falsos de Barack Hussein Obama pela mídia americana ou o completo sumiço do Foro de São Paulo, por dezesseis anos, nos jornais e canais de TV do Brasil.!” (Diário do Comércio, 05 de janeiro de 2014)

Quando as relações de Lula com as ditaduras ibero-americanas e africanas entraram na lista das referências proibidas na campanha eleitoral presidencial, veio-me à lembrança a prolongada ocultação da existência Foro de São Paulo pelo jornalismo nacional. Olavo denunciou bravamente esse fenômeno ao longo de muitos anos, sendo esse empenho usado para desqualificá-lo como propagador de “teorias da conspiração”.

Longe de suas páginas, o Foro tinha intensa vida ativa. Promovia concorridas reuniões internacionais, agrupava crescente número de organizações de esquerda, estabelecia estratégias e objetivos e foi consolidando hegemonia comunista em diversos países, seja pelo domínio dos meios culturais, seja pelo uso revolucionário da força bruta.

Criar o Foro de São Paulo foi uma ideia de Lula e Fidel Castro. O primeiro encontro foi realizado em São Paulo (daí o nome do organismo) em 1990, um ano após a queda do Muro de Berlim, para recuperar aqui o que fora perdido no leste europeu. Para todos os efeitos, não obstante, toda menção a sua existência era rotulada como delírio psicótico de quem o referisse.

Passados 32 anos, os laços de fraternidade ideológica, os objetivos comuns, os jantares festivos, os conluios de mesa de bar e o uso dos recursos do trabalhador brasileiro para financiar tiranias recebem interdições e voltam a ser tratados como se teoria da conspiração fossem.

Muitas vezes, o abismo moral não está no que um líder faz ou diz, mas no que não faz ou não diz. Líderes de esquerda, quando questionados sobre abusos perpetrados por governantes membros do Foro de São Paulo, mudam de assunto e passam a falar sobre autodeterminação e imperialismo norte-americano.

Eu desafio Lula a reprovar, com palavras que facilmente sairiam da boca de qualquer amante da liberdade e da democracia, o que Daniel Ortega está fazendo na Nicarágua. É aí que está boa parte do perigo.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sábado, 15 de outubro de 2022

Lula e o fotoshop eleitoral - Percival Puggina

Stalin antecipou a criação do “photoshop’ manipulando imagens incluindo ou excluindo delas parceiros e adversários para reconstruir a história. 
Nesta eleição brasileira, está em curso a criação de um Lula inocente, incorruptível, digno e probo, que só anda com as melhores companhias da cena política nacional e internacional. 
Na campanha eleitoral, seus advogados trabalham com a finalidade de que seu passado só seja invocado para receber elogios.
 
Tudo se passa como se Lula não fosse, junto com Fidel Castro, fundador do Foro de São Paulo, nem companhia frequente dos ditadores da Venezuela e da Nicarágua
Sempre que líderes petistas são interpelados sobre a natureza colaborativa e amistosa dessas relações respondem uníssonos que preservam a autonomia dos povos, mistificação que não guarda relação com a importância da pergunta.   
Contudo, ainda que os apoios e as manifestações de apreço não existissem, o silêncio seria um silêncio a gritar ante as consciências bem formadas.  Contudo, ainda que os apoios e as manifestações de apreço não existissem, o silêncio  gritaria ante as consciências bem formadas. Um silêncio ouvido pelos que tivessem ouvidos de ouvir.
 
Em 23 de fevereiro de 2010, horas antes de Lula chegar a Cuba para uma visita ao amigo ditador Fidel, morreu o preso político Orlando Zapata Tamayo após 85 dias de greve de fome.  
A prolongada greve e a morte de um preso condenado a 36 anos (!) por falta de respeito, desordem pública, resistência e desobediência, repercutiu imensamente. E sobre isso caiu o silêncio de Lula. Fidel, em artigo para o Granma, após o retorno de Lula ao Brasil, elogiou-o por esse silêncio.
 
Depois de proibir menções à relação de Lula com ditadores, referências ao mensalão durante seu governo, o TSE impôs nova restrição à campanha de Bolsonaro. Agora está proibida de chamar Lula de ladrão.  
Fatos comprovados por três instâncias do Poder Judiciário e que valeram ao ex-presidente condenação a mais de 12 anos de prisão saem do mundo real e vão para o mundo etéreo de estranhas e criativas decisões judiciais. 
Por ali permanecem, produzindo efeitos práticos e imediatos, mesmo que ministros do STF reconheçam que os crimes aconteceram.

Em sua decisão, o ministro Sanseverino afirma (Jornal da Cidade Online, de 13/10): “Verifica-se que, como alegado, a campanha eleitoral impugnada é ilícita, pois atribui ao candidato a conduta de ‘corrupto’ e “ladrão’, não observando a legislação eleitoral regente e a regra de tratamento fundamentada na garantia constitucional da presunção de inocência ou não culpabilidade”. Dá-me forças Senhor!

Em 10 de junho, Uol Notícias (Folha) noticiou: “O ministro Luiz Fux, presidente do STF disse hoje que as decisões judiciais que anularam processos da Lava Jato foram tomadas por "questões formais". Por outro lado, o magistrado, que participou de um evento em homenagem aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará, também defendeu que “ninguém pode esquecer que houve corrupção no Brasil.”

Pode sim, ministro Fux. Pode sim. Aliás, nem sei qual é o assunto, mesmo.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 27 de agosto de 2022

Medo, medo terrível, é o castigo dos tiranos. - Percival Puggina

Sempre me chamaram a atenção os traços comuns que assinalam a vida dos tiranos através da história. Todos se veem titulares de uma tarefa indelegável e impostergável no seu tempo e todos transformam essa missão em fonte de um Direito que se sobrepõe às normas e ritos.

Fidel Castro foi o tirano sobre quem mais detidamente pesquisei. Tinha um sósia baixinho, Silvino Álvarez, usado em veículos, que funcionava como alvo de plantão. Embora a residência conhecida como Ponto Zero fosse sua moradia oficial, frequentemente trocava de “sede”. Fazia-se acompanhar de uma escolta de 14 guarda-costas dispostos em quatro viaturas, sendo incógnita e errática a posição daquela em que transitava. Preservou o irmão Raúl, mas se livrou de todos os comandantes que por popularidade poderiam ameaçar sua posição: Che Guevara, Camilo Cienfuegos, Huber Matos. E assim foi fazendo ao longo das décadas.

Lênin era muito mais rigoroso. O terror que impôs tornou público o espaço privado, invadia residências, espionava fábricas e eliminava qualquer risco de divergência impondo-se sobre todos
Amotinados, grevistas, críticos eram enviados em balsas com pedras no pescoço e jogados no rio Volga, aos milhares. 
Nos anos de Stalin, tudo piorou porque o georgiano era paranoico, como foram Mussolini, Hitler, Mao, Saddam (cujo sósia cumpria agendas e circulava mais do que ele em ambiente público) e muitos outros.

É comum que tiranos sejam narcisistas. Têm-se em altíssima conta, sendo dessa vistosa autoimagem que seu poder toma vulto e transborda. Na outra ponta do mesmo circuito, porém, aparece o medo. Tiranos assombram-se com fantasmas da própria mente e criam seus bichos-papões. Por medo deles, largam pelo caminho o autocontrole, o senso de medida e de ridículo. Até a vida privada de alguns velhinhos lhes parece ameaçadora.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Teatro global de péssima qualidade - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

“O senhor não deve nada à Justiça”, abriu o apresentador William Bonner sua "entrevista" com o ex-presidiário Lula. Não, Bonner! 
A Justiça é que deve muito ao Brasil por tal malabarismo supremo para soltar e tornar elegível um corrupto desse tipo.

Dali em diante, o que vimos foi um convescote em que Lula se sentiu muito à vontade para mentir como se ninguém fosse capaz de apontar suas evidentes falácias.

Lula se sentiu tão confortável naquele ambiente que se vendeu como o responsável pelo combate à corrupção no país
Parabéns aos envolvidos por essa grande palhaçada, em especial o ministro Fachin.

Bonner perguntou quais medidas Lula tomaria para impedir a corrupção que ocorreu no governo do PT. Piada pronta! Pergunta idiota! Ele foi o comandante dos esquemas! A única “medida” é ele não voltar ao poder!

Lula teve a cara de pau de criar a “tese” de que houve muito escândalo de corrupção em seu governo porque ele foi muito republicano e transparente. 
Estamos há quase quatro anos sem escândalo de corrupção pois Bolsonaro deve ser o verdadeiro bandido que não deixa nada ser investigado. Rimos ou choramos?
 
“Essa coisa de a gente ficar prometendo o que vai fazer antes de a gente ganhar é um erro”, disse Lula, prometendo surpresas se vencer. O mundo político e midiático não está acostumado a um presidente que promete e cumpre, como Bolsonaro.  “Todos os economistas dizem que o próximo governo vai ter que lidar com uma enorme bomba fiscal”, disse Bonner. Eu, economista, digo que Bonner é um jornalista militante! 
Todas as perguntas da dupla imbutiam uma crítica velada ao atual governo.“A Dilma é uma das pessoas por quem tenho o maior respeito pela competência”, disse Lula. Guardemos essa mensagem. Aliás, não vamos esquecer que na campanha Lula disse que Lula era Dilma e Dilma era Lula. Ambos são indissociáveis. 
 

O Papa que colocou o ditador da Nicarágua no seu devido lugar!

“Você acha que o mensalão, que tanto falam por aí, se compara a esse orçamento secreto?”, questionou Lula, ao defender a corrupção de seu governo. Lula se mostrou incomodado pois Bolsonaro governa com o Congresso eleito. Ele quer mais poder ao Presidente. Inspirado em Fidel Castro, talvez?

Aliás, somente na última pergunta a dupla questionou sobre os regimes totalitários comunistas que Lula sempre defendeu. O petista disse que defende a "autodeterminação dos povos", ignorando que isso nunca o impediu de criticar duramente governos de direita em países como os Estados Unidos. É muito fingimento e muita passividade dos "entrevistadores".

“Feliz era o Brasil quando a disputa era entre o PT e o PSDB”, disse Lula confessando o teatro das tesouras e a saudade da hegemonia da esquerda. Para Lula, os tucanos eram apenas adversários, não inimigos. Ele ignora que mesmo assim o PT sempre demonizou os primos tucanos, tratados como inimigos mortais e "fascistas", e que foi ele quem instituiu no país o tribalismo do "nós contra eles".

Com o empurrãozinho de Renata, Lula tentou se colocar como aquele que mais fez pelo agronegócio no Brasil, apesar de chamar os ruralistas de "fascistas" e afirmar que são contra a preservação do meio ambiente. Lula também disse que pretende governar com o MST, e questionou: “Qual foi a terra produtiva que o MST invadiu?” 

Basta uma rápida pesquisa para ver a enorme quantidade, com laboratórios destruídos e gado assassinado.

Tudo foi um teatro muito mequetrefe, de péssima qualidade. A mudança de postura em relação ao clima de debate na sabatina com Bolsonaro salta aos olhos e trai a parcialidade da emissora.  A reação dos eternos esquerdistas foi bizarra. Ricardo Noblat elogiou como Lula "enfrentou" a questão da corrupção. Leilane Neubarth ficou emocionada com o "respeito" com que Lula trata as mulheres, ignorando o caso do "grelo duro". Caetano Veloso "chorou" com o "arrebatador" Lula. E Reinaldo Azevedo disse que Lula fez uma "exibição de gala", deixando de lado o país dos petralhas.

Ele batia na mulher, levava a mulher no culto religioso, deixava ela sem comer, dava chibatada nela, sabe? Cadê as mulher de grelo duro lá do nosso partido?

Tudo muito surreal, asqueroso, ridículo. A ala lulista do Brasil não consegue esconder sua alma podre. Os brasileiros decentes, em maioria, ficaram enojados, com o estômago embrulhado. A primeira resposta virá no dia 7 de setembro. A segunda, no começo de outubro...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

Comunismo fazendo das suas na Nicarágua - Percival Puggina

 
Em março de 1983, João Paulo II foi à Nicarágua em meio a uma guerra entre os “Contra” e o governo comunista instalado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a primeira revolução exportada por Fidel Castro para a América Ibérica. O clero local estava dividido por ação da Teologia da Libertação e alguns padres se haviam envolvido com a luta armada que assumiu o poder político local entre 1979 e 1990. O mais destacado desses rebeldes era o padre Ernesto Cardenal que foi Ministro da Cultura ao longo de todo o período.

Como padre e ministro de Estado, Cardenal foi ao aeroporto recepcionar o Pontífice.  Lembro bem do ocorrido porque a visita repercutiu amplamente na imprensa. João Paulo II, polonês, vivera em sua dureza a experiência de um país comunista e foi um dos artífices da derrocada da União Soviética e da libertação de nove de seus Estados satélites na década seguinte.

A cena correu mundo. Assista-a aqui. O papa desceu do avião, não beijou o chão, como era seu costume, dirigiu-se às autoridades, postou-se diante do padre Cardenal (que se recusara a deixar o governo comunista) e passou-lhe um breve sermão, brandindo o dedo indicador diante dele. As atividades sacerdotais do padre estiveram suspensas durante o longo período de sua participação no governo. 

Passaram-se os anos. Com breve interrupção, os comunistas continuam governando a Nicarágua, agora sob a ditadura de Daniel Ortega. Padres estão sendo presos. No último dia 19, foi a vez do bispo de Matagalpa ser “recolhido”.

“E Cardenal?” perguntará o leitor que chegou até aqui. Pois o padre Cardenal deixou o governo em 1987, rompeu com a FSLN em 1994, e passou a ser, ele mesmo, perseguido pelo regime até sua morte em 2020. Durante a missa de corpo presente, os comunistas profanaram a igreja. Chamavam-no traidor. A revolução consumiu, assim, um de seus criadores.

Enquanto o comunismo vai espalhando suas lições pelo mundo, aqui, os seduzidos por ele silenciam, concordam, ocultam e desconversam, como fez a CNBB, instigada pelos colegas da Nicarágua que buscavam apoio em sua resistência aos ataques do regime. Sem qualquer menção à ofensiva empreendida pelo governo de Ortega contra clero e fieis, a nota diz isto e apenas isto:

“Nós, bispos do Brasil, acompanhamos com tristeza e preocupação os acontecimentos que têm marcado a vida da Igreja na Nicarágua. Sentimo-nos profundamente unidos aos irmãos bispos e a todo o povo nicaraguense. Clamamos ao Bom Deus para que a paz e a justiça sejam alcançadas.”

Nesta terra abençoada, há quem concorde, quem finja não ver, quem chamado a se manifestar não reprove e quem afirme ser necessário quebrar ovos conservadores para fazer a omelete de uma revolução que já leva perto de meio século. 

São João Paulo II, rogai por nós!   

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Eles defendem a “democracia”, MAS adoram Fidel Castro! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O escárnio tomou conta da velha imprensa. Os militantes tucanopetistas não conseguem mais esconder seu viés ideológico, sua histeria antibolsonarista, e para tentar atingir o presidente estão dispostos a tudo, inclusive a fingir que bajuladores de tiranos assassinos são ícones da democracia.

A esquerda quer usurpar a palavra democracia, sem qualquer compromisso real com a essência da coisa. Basta ver o caso de Lula: ele sempre foi companheiro ideológico de Fidel Castro, o maior tirano que o continente já teve. Certa vez, Lula chegou a dizer que Fidel era o líder mais importante das Américas. Democrata?

Lula apoia até hoje o regime venezuelano, e chegou a pedir votos para Nicolás Maduro. Na era Chávez, Lula afirmou que a Venezuela tinha "excesso de democracia", isso quando o regime opressor já perseguia, prendia e matava adversários políticos do socialista.

Bem recentemente, Lula saiu em defesa de seu companheiro da Nicarágua, o ditador Daniel Ortega, que chegou a ser comparado a Merkel pelo petista, justificando sua longa permanência no poder e ignorando as diferenças básicas entre a Alemanha democrática e o modelo autoritário nicaraguense. Democrata?

Não obstante, com todo o seu cinismo que cheira a psicopatia, Lula escreveu: "Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo".

Eis aí a tirania da visão, o monopólio dos fins nobres, a interdição do debate sério e adulto. Democracia é sobre meios, não fins. 
Você "defende" mais comida e emprego para os pobres? Então é um "democrata", diz Lula. 

Em qual manual ele tirou essa definição tosca?
Defender a democracia é defender a ditadura cubana, a ditadura venezuelana ou a ditadura da Nicarágua, como Lula faz? 

Defender a democracia é comandar o mensalão petista, que usurpou a representatividade ao comprar o apoio dos parlamentares eleitos?

Nada disso importa. Os "respeitados" tucanos assinaram a cartinha patética "em defesa da democracia", e nem com a assinatura do próprio Lula desistem de insistir na farsa. "Perfis bolsonaristas menosprezam carta pró-democracia, diz estudo", segundo o site Poder360. Claro que devem menosprezar esse troço: só otário acredita mesmo que é pró-democracia, e não pró-Lula, o que é diametralmente oposto!

Um procurador signatário da cartinha foi ao jornal nesta quarta "explicar" a necessidade de uma defesa da democracia neste momento
O sujeito disse que a carta não era contra ninguém em especial, e logo em seguida passou a detonar Bolsonaro e falar de ameaças imaginárias ao nosso sistema democrático. Fala mansa, é verdade, mas como disfarça mal!
 
Quando o apresentador - já que os comentaristas não puderam participar da entrevista - questionou sobre a corrupção, o procurador disse que a carta era específica sobre democracia, e corrupção é outro assunto, tal como desigualdade social.  
Ele ignorou que a corrupção do mensalão petista corroeu a própria democracia!

Em seguida, o militante petista chamou as manifestações patrióticas pacíficas de "golpistas", e mencionou um pensador esquerdista gringo qualquer para dizer que a preocupação com nossa democracia era "científica". Tão "científica" quanto a "ciência" da esquerda na pandemia. Uma farsa que já veio abaixo também, inclusive com um professor de educação física tratado como especialista pela imprensa toda e que agora já se filiou ao PT para encerrar o teatro.

Tudo no Brasil anda farsesco demais quando se trata de oposição ao governo Bolsonaro. E eis o que temos na prática:  
- o Brasil apresenta os melhores indicadores econômicos da região, enquanto os países vizinhos mergulham no caos inflacionário, na recessão e em escândalos infindáveis de corrupção.
Para piorar, a Argentina lulista passou a considerar a Venezuela e a Nicarágua "países democráticos". Isso sim é virar pária mundial, motivo de chacota e vergonha no mundo todo. [o que se aproveita da Argentina de hoje: Sua Santidade Papa Francisco e Leonel Messi. Claro, também,  o povo argentino - povão -  que são vítimas da esquerda maldita.]
 
Eis aí a "democracia" que os signatários da tal cartinha tucana pregam...
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

terça-feira, 28 de junho de 2022

LULA QUER DESENTERRAR A URSS, FAZER A URSAL, E SUBSTITUIR PUTIN ? Sérgio Alves de Oliveira

É claro  que Fidel Castro e Lula da Silva tinham em mente o modelo político,econômico e social  da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS, instalada após a Revolução Bolchevique, de  outubro de 1917, em 1922,liderada por Vladimir Lenin, quando em 1990 "inventaram" de criar o Foro de São Paulo (Foro San Pablo),abrangendo toda a América Latina,onde implantariam ao que ousaram chamar "socialismo do século XXI",numa "Pàtria Grande".

Mas por não ter  dado certo pelos aspectos econômicos, políticos e sociais, a URSS desintegrou-se  durante a gestão do Presidente Mikhail Gorbachev,nos anos 80,através da "Perestroika" (reconstrução), com suas antigas repúblicas integrantes (da "federação russa") adquirindo independência com autodeterminação..

Durante todo esse período da extinta URSS, todas as liberdades foram banidas e a pobreza do povo não melhorou muito em relação à época  dos "czares", exceção relativa aos membros do Partido Comunista e dos privilegiados da "Nomenklatura", funcionários dos altos escalões do governo,que podiam viver como se reis fossem. 
Só o que teve grande  desenvolvimento na antiga URSS foi a vitória que teve na corrida armamentista, praticamente "encostando " nos  Estados Unidos ,em relação ao  arsenal e à tecnologia dos armamentos nucleares. Os povos que compunham a URSS eram de "terceiro" mundo; mas o aparato bélico de "primeiro mundo". É hoje o que se repete na China.

Mas Lula e Fidel Castro "inventaram" de fazer uma URSS "independente", para a América Latina, a UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA - URSAL, após o desmanche da "outra" URSS, por não ter dado certo. E por isso essas lideranças  terceiromundistas da América Latina  chegaram bem atrasadas no relógio da história,querendo implantar uma "união" de países comunistas que já havia sido experimentada no mundo,sem sucesso... [atualizando: segundo versões, a ideia original nascida de outras lideranças da América do Sul era criar a UNASUL - União de Nações Sul-Americanas, que chegou a ser constituída com vários países latino-americanos. Com a eleição do cocalero Morales para a presidência daquela União, deu m ..., alguns países caíram fora e Castro, o descondenado petista e outros resolveram recriar a URSS com sede na América Latina com a denominação de UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA - URSAL, termo  que já existia de brincadeira e que mais uma vez m ...,]
 
Já ouvi versões esquerdistas circulando  por aí, que inclusive me deixaram estupefato, dando a entender que a atual insistência  de Vladimir Putin, em refazer a antiga União Soviética, reanexando as antigas repúblicas que compunham a URSS, inclusive a Ucrânia, poderia  estar atrelada à idéia de  Fidel Castro e Lula de fazer algo semelhante aqui pela América. Mas que na minha modesta não poderia ser chamada de  América "Latina",se fosse o caso, porém  de América "Latrina", que seria a melhor adjetivação relativa  aos países que caissem nessa armadilha comunista corrupta,  liderada por gente de muito baixo nível intelectual e moral, que jamais conseguiriam  fazer algo semelhante ou se equiparar a alguns dos grandes nomes que construiram, sustentaram, e depois "desmancharam" a União Soviética, e muito menos a Putin, que apesar da sua índole expansionista ilimitada  e radical, ou seja, colonialista, tem também inegavelmente inúmeres qualidades e virtudes de estadista, o que jamais poderia se dizer em relação às  atuais lideranças de "quinta categoria",que pretendem implantar a URSAL na América Latina.  [lembramos que apesar de presidir a Rússia, que sempre traz à memória a extinta e comunista URSS, Putin é mais da DIREITA verdadeira, do que muitos fantoches que se dizer de direita. 
Nos repetindo: abominamos, desprezamos, repudiamos o comunismo admiramos Putin e ele é um dos 'freios' as ideias esquerdistas, bizarras do tal Biden e outros que querem transformar o mundo em uma fossa esquerdista progressista. NÃO CONSEGUIRÃO.]                                                                                                                          
Por que a Rússia quer mais terras,se ela  já tem o maior território entre todos os países do mundo?

Os brasileiros devem  ficar muito atentos para a  armadilha  que os ladrões comunistas montaram para as eleições de outubro  próximo, e que tem todo o apoio e o patrocínio dos tribunais superiores, da grande mídia,  dos banqueiros inconsequentes espoliadores do povo. Se essa gente for vitoriosa no Brasil, após o comunismo já estar "acampado" em Cuba,Venezuela, Argentina,Chile,Colômbia e México,"eles" continuarão roubando e sacrificando como escravos as próximas gerações de brasileiros, com muita mentira e demagogia, como já fizeram de 1985 a 2018, quando assaltaram o erário em cerca de 10 trilhões de reais. 

Com a eventual "desgraça"de uma vitória comunista em outubro, [temos certeza, e a confiança em DEUS que nossas instituições - não as que estão a serviço dos inimigos do Brasil - não permitirão  que os comunistas voltem a governar o Brasil - nossa Bandeira jamais será vermelha.] pode-se ter absoluta certeza de que o Brasil assistirá não só a  uma política de implante do comunismo, mas também a instalação imediata de uma "Perestroika" própria, acomodando a vagabundagem corrupta nas posições privilegiadas das mais altas remunerações públicas, sempre às custas dos trabalhadores e empresários que efetivamente produzem as riquezas.e pagam extorsivos impostos.
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

sexta-feira, 30 de julho de 2021

A verdade ressuscitada - Augusto Nunes

Documentário sobre Cuba rasga fantasias dos devotos de ditaduras

Com o uniforme de oficial de cordão carnavalesco, um charuto hospedado no canto da boca, Fidel Castro está de saída do Congresso do Partido Comunista Cubano promovido em 1975. No poder há 16 anos, o ditador quarentão está em boa forma: depois de discursar por 20 horas seguidas, não exibe sinais de cansaço. Só parece intrigado com aquele carrinho de bebê ao lado de três cinegrafistas que acompanham a movimentação da lenda em seu apogeu. Fidel se aproxima do carrinho que, em vez de passageiros da primeira infância, transporta instrumentos indispensáveis a quem trabalha no mundo do cinema. Mira o jovem desconhecido e pergunta quem carrega aquilo: ele ou ela? Ele é Jon Alpert, ainda um novato na arte que o transformaria em celebridade. Ela é Keiko Tsuni, mulher de Alpert. Câmeras de vídeo digital da primeira geração são bastante pesadas, explica o marido. Fidel ensaia a retirada e é detido pelo convite audacioso: “Tem uma mensagem para o povo dos Estados Unidos?”. Assim começou a primeira conversa entre o jornalista principiante e o homem que havia dois anos não concedia entrevistas à imprensa ianque.

O mais loquaz orador do Caribe ficou uns poucos segundos em silêncio antes de declamar a mensagem. Louvou as virtudes dos norte-americanos comuns, elogiou os esforços dos intelectuais e trabalhadores e desejou-lhes sorte. “Quanto ao governo”, ressalvou, “todos sabem que não há nenhuma simpatia entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos.” Foi a primeira (e a mais curta) das muitas conversas que teriam nas quatro décadas seguintes. Em 2016, às vésperas do 90º aniversário do ditador aposentado, encontraram-se pela última vez na casa de Fidel em Havana. O anfitrião depauperado autografa o colete de trabalho do visitante. Agora um sessentão grisalho, Alpert beija o rosto da lenda em seu crepúsculo. Ele voltaria semanas depois para filmar o sepultamento do fundador do regime comunista. Ao partir de Havana, levava o material que faltava para a edição do melhor de todos os grandes documentários que concebeu: Cuba e o Cameraman, lançado nos EUA em 2017 e incorporado recentemente ao catálogo brasileiro da Netflix.

Documentaristas interessados no resgate de períodos históricos vivem derrapando em roteiros que enfileiram entrevistas cara a cara tão excitantes quanto um desfile militar na Bolívia. Alpert reconstituiu a trajetória de Cuba entre os anos 70 e a morte de Fidel amparado num microcosmo composto de interlocutores selecionados com argúcia e sensibilidade — e dividido em três núcleos. Os irmãos Borrego são agricultores que aram a terra com juntas de bois. O negro Luis Amores e seus amigos sobrevivem com transações comerciais situadas na difusa fronteira que separa a contravenção do crime. E Caridad tenta resistir ao lado do casal de filhos à desesperança que começou com a renúncia ao sonho de prosperar como enfermeira. Os diálogos e imagens resultantes das visitas aos vértices desse triângulo e das conversas com Fidel fazem de Cuba e o Cameraman o mais soberbo, tocante, honesto e revelador documentário sobre a Era Fidel. 

Graças às sucessivas incursões pela ilha, Alpert se torna uma espécie de primo norte-americano dos integrantes do elenco e um amigo temporão do líder revolucionário. Nada disso impede que veja as coisas como as coisas são e conte o caso como o caso foi. Na primeira viagem a Havana, era um admirador dos revolucionários triunfantes. A visita derradeira foi feita por mais um ferido pela decepção. Em nenhum momento o cameraman emite juízos de valor, opina ou argumenta. O que mostra dispensa manifestos e discurseiras. Ao longo de 154 minutos, o palco do drama estaciona no tempo ou piora. Só não mudam os carrões norte-americanos que sacolejam nas ruas seja qual for o ano, o dia ou a hora da visita de Alpert.

Sem barulhos nem berreiros, o documentário implode mitos e crendices plantados pelos jardineiros do paraíso socialista no Caribe. O sistema de educação é gratuito e universal, certo? “Gostaria de comer mais”, diz uma estudante instada a revelar seu maior desejo. Nenhum cubano passa fome? “Ninguém consegue carne há muitos meses”, lamenta uma mulher na fila do racionamento ao saber que, naquela semana, sua família teria de contentar-se com um pão por dia. Num encontro com os Borrego, Alpert constata que um dos irmãos perdera a voz para o câncer na garganta. Na cena seguinte, ele conversa no hospital desprovido de remédios onde o lavrador ficara internado. Assombrado com a aparência e a idade do instrumento jurássico utilizado na cirurgia, Alpert pergunta ao médico quanto o governo lhe paga por mês. Vinte dólares, ouve. Desolado, o documentarista aparece na visita seguinte com um aparelho que, acoplado ao pescoço, reproduz um som vagamente parecido com a voz humana. A euforia do agricultor octogenário revela as diminutas dimensões dos sonhos possíveis.

O mais repulsivo dos negacionismos é negar que uma ditadura é uma ditadura

Em 1975, as gordas mesadas remetidas pela União Soviética espalharam pela ilha a sensação de que as promessas revolucionárias seriam enfim cumpridas. A enxurrada de rublos financiou casas populares, novas escolas, equipamentos hospitalares, medalhas olímpicas, mais comida e outras razões para animar os intermináveis discursos de Fidel com gritos de Patria o Muerte. Nos anos 80, prédios em decomposição, a universalização da falta de água, o sumiço da coleta de esgoto e outras carências aflitivas prenunciaram mais uma estação tempestuosa. A queda do Muro de Berlim em 1989 e a dissolução da União Soviética dois anos depois anteciparam o pior dos invernos. É o único trecho do documentário que mostra Fidel Castro, um poço de certezas aparentemente inesgotável, sem saber o que dizer. 

Em algumas aparições, para espanto da plateia, vê-se um homem ligeiramente parecido com gente como a gente. Sempre traduzindo em voz alta para o inglês o que ele próprio acabara de dizer em espanhol, Alpert filma e narra momentos em que Fidel exibe o peito nu para provar que não usava coletes à prova de bala, ou garante que não teme atentados porque só morreria quando chegasse a sua hora, ou esparrama o corpo pela cama do quarto na Missão Cubana em Nova York, onde baixara para discursar na Assembleia-Geral da ONU. A bordo do avião que o trouxera de Havana havia um único cidadão norte-americano. Jon Alpert, naturalmente.

Cuba e o Cameraman confirma que o embargo decretado pelos Estados Unidos causa estragos de bom tamanho, mas infinitamente inferiores aos provocados pela economia planificada. Somem a cerveja, o rum, o leite, a carne. Multiplicam-se os exploradores do mercado negro, os traficantes de drogas, os ladrões, entre os quais os que consumiram em churrascos os animais que compõem o patrimônio dos Borrego. Camuflada pela ditadura comunista, a penúria em expansão é escancarada no documentário que, ao mostrar Cuba como Cuba é, torna bem menos surpreendente a onda de protestos que agitou a ilha há poucas semanas. Pena que Alpert não estivesse lá para filmar a verdade torturada por liberticidas sem remédio. O mais repulsivo dos negacionismos é negar que uma ditadura é uma ditadura. E não há patrulha mais torpe do que a que tenta silenciar quem enxerga a nudez do reizinho de estimação.

Essas torpezas ajudam a entender por que a chegada ao Brasil de Cuba e o Cameraman foi escondida pela Netflix e ignorada pelos segundos cadernos dos jornais. No País do Carnaval, os chamados críticos de cinema ficam com cara de criança que viu Nossa Senhora quando topam com idiotices do calibre de Democracia em Vertigem. E têm orgasmos múltiplos quando Petra Costa capricha na voz de quem canta incelenças desde o estágio no berçário. O documentário sobre Cuba comprova que uma Petra só teria chances de juntar-se à equipe que o produziu caso se escondesse no carrinho de bebê. Nesse caso, é provável que Fidel preferisse afastar-se às pressas. E não teria conhecido Jon Alpert.

Leia também “A escuridão da face externa”

Revista Oeste