2020 poderá filtrar a carga de atraso e mediocridade de 2018
Junto com o novo, veio uma carga de mediocridade e atraso - O ronco da rua entronizou tanto o novo como o atrasado nas últimas eleições
Faltam dez meses para o pleito e só uma coisa é certa: as caciquias estão mais perdidas do que surdo em sinfonia. Basta que se acompanhem os jogos de cubos que se armam nas disputas pelas prefeituras do Rio e de São Paulo. No Rio, o novo poderia ser Eduardo Paes, talvez Marcelo Freixo, com a petista Benedita da Silva na vice. Em São Paulo, uma parte do PT sonha com uma chapa de Fernando Haddad e Marta Suplicy. (Uma outra parte sonha em destruí-los, mas não diz o que quer.)
Do outro lado do balcão, onde está o bolsonarismo, a única coisa que se sabe é que em um ano ele se dedicou a brigar em casa. Brigou no palácio, defenestrando ministros e generais da reserva. Brigou no Congresso, implodindo o próprio partido e brigou na rua, demonizando até o governador Witzel. Ganha um mês em Caracas quem souber qual política pública que provocou essas brigas. [antes o malhado era o Temer por ser omisso, leniente, levar um dia pensando nas consequência de um boa noite que dedicasse, ou não, a alguém;
agora que o Brasil tem um presidente que não leva desaforo para casa, o criticam.]
Em 2018 uma tempestade varreu a política brasileira. No que se supunha que seria o novo, veio junto uma carga de mediocridade e atraso. A eleição de outubro poderá separar o atraso.
Folha de S. Paulo - O Globo - Coluna Elio Gaspari, jornalista