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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Defesa de genocídio da população de Israel mostra que stalinismo viajou de Moscou para Harvard - Estadão

J. R. Guzzo

Estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos defenderam assassinato em massa de judeus e diretores se recusaram a dizer que a pregação era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades

Todas as vezes em que o Brasil baixa a um novo patamar em matéria de falência moral e se ouve as pessoas dizerem “eu quero ir embora deste país”, é bom olhar um pouco para os paraísos de Primeiríssimo Mundo e os níveis superiores de civilização que lhes são atribuídos pelo imaginário brasileiro. 
Não diminui em nada os problemas do Brasil, é claro. 
Mas mostra que não estamos sozinhos em nossas tragédias, e que a miragem de um mundo ideal lá fora é apenas isso – uma miragem. 
Os avanços extraordinários que essas sociedades souberam construir e oferecer para a humanidade estão sendo desmontados por uma ofensiva sem precedentes contra os direitos fundamentais das pessoas – da liberdade de pensamento à liberdade de discordar. 
Tentam reduzir, agora, o direito à vida.
 
Grupos de estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos – Harvard, MIT e Penn State, com suas anuidades próximas a R$ 300 mil e os seus Prêmios Nobel estão pregando, em manifestações públicas, o genocídio da população de Israel
Dizem que é a única solução para o “problema da Palestina”. 
É chocante ver que jovens colocados nas esferas mais altas da educação mundial defendem o assassinato em massa de judeus, como na Alemanha de Hitler. 
Mas bem pior é o apoio que recebem da direção das universidades onde estão matriculados.  
Chamados a depor numa comissão de inquérito do Congresso americano, os presidentes de Harvard, MIT e Penn State se recusaram, pergunta após pergunta, a dizer que a pregação do genocídio em seus campi era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades que dirigem.
 
Se você não é contra o genocídio, qual é a dedução que se pode fazer? 
Os presidentes quiseram mostrar que são neutros; acham que podem manter uma posição isenta diante do homicídio em massa. 
É óbvio que só conseguiram provocar um escândalo – que não chegou às manchetes, é claro, mas continua sendo um escândalo. 
Em seus depoimentos à comissão, disseram e repetiram, do começo ao fim, que a condenação das propostas de genocídio contra os judeus dependia do “contexto”. Como assim?  
Pregar a morte de seres humanos pode não ser ruim, conforme for o “contexto”? 
É o que dizem os reitores. 
 
A defesa do genocídio, segundo eles, só poderia sofrer objeções se passasse do “discurso aos atos”; enquanto for uma questão de “opinião pessoal”, dizem, está tudo bem.  
Quer dizer que para receber uma sanção disciplinar o aluno teria, fisicamente, de matar um judeu? É a conclusão possível. [um comentário sobre FATOS, sem considerar nenhum aspecto ideológico - somos totalmente contrários à defesa do genocídio, mas consideramos mais  grave é que Israel pode até não defender o genocídio dos palestinos, mas o executa, quando  mata milhares de civis palestinos indefesos.]

Certos vinhos, segundo os peritos, “viajam mal”. Certas visões de mundo também. O stalinismo viajou mal de Moscou para Harvard.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 3 de julho de 2023

A Justiça daltônica - Gazeta do Povo

Vozes - Flavio Quintela

Ação afirmativa

Manifestantes contrários às políticas de cotas raciais diante da Suprema Corte norte-americana, em 29 de junho de 2023.| Foto: Shawn Thew/EFE/EPA

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, na última quinta-feira, que faculdades e universidades não podem mais levar a raça em consideração como critério de admissão, invalidando os programas de admissão de Harvard e de Universidade da Carolina do Norte (UNC) e criando jurisprudência para qualquer caso semelhante no país.

A decisão, que foi aprovada por seis votos a três no caso da UNC e por seis votos a dois no caso de Harvard, reverte precedentes sustentados ao longo dos anos por maiorias estreitas da Suprema Corte, maiorias estas que incluíam juízes nomeados por presidentes republicanos. Ela acaba com a capacidade de faculdades e universidades – públicas e privadas – de considerar a raça como um dos fatores para decidir quais dos candidatos qualificados devem ser admitidos.

O presidente do tribunal, John Roberts, escreveu a opinião da maioria conservadora, dizendo que os programas de admissão de Harvard e da UNC violaram a Cláusula de Proteção da Igualdade porque falharam em oferecer critérios “mensuráveis” para justificar o uso da raça. Ele chegou a usar a expressão “faculdades e universidades do país devem usar critérios daltônicos nas admissões”, e disse que os programas atuais se baseiam em estereótipos raciais e que não têm um objetivo específico.

    Com esse novo desdobramento legal, todo o sistema de cotas dos Estados Unidos passa a ser alvo de processos legais, não somente em escolas e universidades, mas, principalmente, em empresas e órgãos públicos.  “Muitas universidades, por muito tempo, concluíram erroneamente que o fundamento da identidade de um indivíduo não são os desafios superados, as habilidades construídas ou as lições aprendidas, mas a cor de sua pele”, escreveu ele. “Nossa história constitucional não tolera essa escolha.” Por fim, Roberts citou a decisão do tribunal de 2003 que reafirmou a constitucionalidade dos programas de ação afirmativa, mas deu destaque para o voto da juíza Sandra Day O’Connor, que na época escreveu que a decisão deveria ter um fim em algum momento futuro. “Essa hora chegou”, disse Roberts.

O juiz Clarence Thomas, o segundo negro na história nomeado para a Suprema Corte, reiterou sua visão de longa data de que a ação afirmativa impõe um estigma às minorias. “Embora esteja dolorosamente ciente das devastações sociais e econômicas que se abateram sobre minha raça e sobre todos os que sofrem discriminação, mantenho nossa esperança duradoura de que este país viva de acordo com seus princípios de que todos os homens são criados iguais, são cidadãos iguais, e devem ser tratados igualmente perante a lei.

Foram dois os casos judiciais que chegaram à Suprema Corte e terminaram por levar à decisão de quinta-feira.  
Ambos envolveram instituições de elite: 
- a Universidade da Carolina do Norte, universidade pública mais antiga do país, e,
-  Harvard, a universidade privada mais antiga do país. 
Os casos foram iniciados por Edward Blum, um estrategista conservador que vem lutando há muito tempo contra as políticas de ação afirmativa baseadas em raça e etnia. Blum comanda a Students for Fair Admissions, uma organização que trabalha no campo legal contra casos de estudantes que são preteridos por sua cor de pele.
 
A UNC não admitia alunos de graduação negros até 1955, quando foi obrigada a fazê-lo pelos tribunais federais. Harvard, por outro lado, tornou-se o modelo para programas de ação afirmativa em 1978, quando a Suprema Corte citou a consideração de raça como algo semelhante a outras características analisadas pela universidade para garantir um corpo discente diversificado. 
Na época, o tribunal disse que a raça poderia ser um dos muitos fatores que a escola considerava, assim como outras características como ter sido ou não criado em uma fazenda, eventuais conquistas especiais em campos como ciência e atletismo, ou ser filho ou filha de alguém que estudou em Harvard. 
Esse sistema, reafirmado duas vezes pela Suprema Corte, permaneceu em vigor não apenas em Harvard, mas na maioria das instituições de ensino superior nos Estados Unidos. Até quinta-feira. [A Suprema Corte norte-ammericana tem tomado decisões acertadas e procurado mostrar que na prática se TODOS SÃO IGUAIS, qual a razão de uma determinada categoria ser favorecida em detrimentos das demais? 
Outra decisão acertada foi o aumento das restrições ao aborto, que esperamos se tornem mais severas e eficiente impedindo que SERES HUMANOS, INOCENTES e INDEFESOS, sejam COVARDEMENTE ASSASSINADOS na barriga da própria mãe, que tem o DEVER MAIOR de protegê-los.
Em nossa opinião, é uma oportunidade para que o STF mude seu pensar e acabe de vez com as cotas raciais e outras - já que o Congresso Nacional, por covardia, se omite - e assim torne válido na íntegra o principio constitucional de que '... todos são iguais perante a lei... ' e impeça a violação covarde do DIREITO À VIDA e tendo como vítima os totalmente fracos e indefesos, que são vítimas inocentes das que tem o DEVER de protegê-los.]

A maioria do tribunal máximo americano deixou claro que concorda com a Students For Fair Admissions, que processou Harvard e a UNC alegando, entre outras coisas, que as escolas discriminaram estudantes asiático-americanos que tinham desempenho e notas mais altas que qualquer outro grupo racial (incluindo brancos) e que compunham, em Harvard, por exemplo, 29% da turma ingressante no ano passado. A SFFA afirmou que o número deveria ser maior, ainda que os asiáticos representem apenas 7,2% da população dos Estados Unidos.

Com esse novo desdobramento legal, todo o sistema de cotas dos Estados Unidos passa a ser alvo de processos legais, não somente em escolas e universidades, mas, principalmente, em empresas e órgãos públicos. É certamente um golpe duro nas ideologias de esquerda que visam dividir a sociedade e perpetuar o racismo em todas as suas formas.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Flavio Quintela, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Contraponto - Carlos Alberto Sardenberg

[estilo 'apedeutico-petista de governar: criar erros do Governo passado - buscando sustentar 'narrativa' que recebeu herança maldita, prender os que PENSAM em criticar o atual governo, falar do mercado e favorecer com dinheiro público = nosso = somos contribuintes - ditaduras  companheiras.]

Do presidente Lula, em entrevista à Rede TV!: “Qualquer palavra que você fale na área social: …‘vou aumentar o salário mínimo em R$ 0,10′, ‘vamos corrigir o Imposto de Renda’, ‘precisamos melhorar (a vida dos pobres)’, … o mercado fica muito irritado”.

E mais: “Agora, um deles (Jorge Paulo Lemann, acionista principal da Lojas Americanas) joga fora $ 40 bilhões de uma empresa que parecia ser a mais saudável do planeta Terra e esse mercado não fala nada, ele fica em silêncio”.

O mercado falou, presidente. E protestou do modo mais firme que conhece: derrubou o preço da ação de 40 reais para perto de zero, o que impõe perda enorme aos acionistas, inclusive Lemann.

Além disso, todos os grandes bancos privados, credores das Americanas, manifestaram claramente seu desagrado acionando na Justiça a Americanas e seus acionistas principais. Claro que há, digamos, acionistas inocentes – aqueles que não exercem controle sobre a empresa e compram o papel para poupança. 
Esses minoritários, parte do mercado, também estão na Justiça e cobrando atitudes mais responsáveis dos controladores, inclusive aporte substancial de capital.

Lula também atacou no pessoal: “Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra, que financiava jovens para estudar em Harvard para formar um novo governo e falava contra a corrupção todo dia”.

Presidente, é uma pena que o senhor não conheça o trabalho da Fundação Lemann. Aplica bastante dinheiro para financiar o desenvolvimento de projetos pedagógicos e de gestão no ensino público. Toma também iniciativas para instalar internet de alta velocidade nas escolas públicas. E, sim, manda estudantes para Harvard.

Veja: o bilionário poderia abrir uma escola privada e se aproveitar dos financiamentos do governo, mas em vez disso coloca seu dinheiro para apoiar o ensino público. Ajuda a reduzir a desigualdade. O cientista político Fernando Schüller escreveu um excelente artigo na revista Veja, A Lição de Tocqueville, - Super-ricos pedem para pagar mais imposto”,  mostrando a importância dessas iniciativas dos ricos muito ricos. Certamente o dinheiro que Lemann gasta na Fundação rende mais benefícios à sociedade do que se todos esses recursos fossem para o governo na forma de impostos. Também duvido que o setor público fosse mais eficiente.

Aliás, como mostra Schüller, o segundo maior orçamento do governo federal é da educação. E nossos alunos das escolas públicas vão para os últimos lugares nos testes internacionais.O fato de Lemann cometer um enorme erro na Americanas não tira o mérito de outras coisas que faz.Lula também investiu contra a independência do Banco Central, atacou a recente decisão do Copom  – “não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75” e pediu meta de inflação maior. Também voltou a dizer que o teto de gastos é contra o povo e que não funciona.

Na mesma semana passada, quando o dólar caiu abaixo de R$ 5, o Instituto Lula disse que resultava da confiança no governo. É o contrário, presidente. A moeda americana desvalorizou praticamente no mundo todo porque o mercado – sim, o mercadoentendeu que a taxa de juros nos EUA vai subir menos do que pensava. Com juros menores nos EUA, investidores internacionais procuram mercados que oferecem taxas maiores.  Vai daí que entram dólares aqui, são trocados por reais, isso provocando a valorização de nossa moeda.

Na verdade, presidente, o dólar cairia mais se o senhor e seu pessoal deixassem esse tema por conta do Banco Central.  
E o teto de gastos, adotado no governo Temer, funcionou sim. 
No seu período, a taxa de juros (Selic) caiu de 14,25% ao ano (herança Dilma) para 6,40%. O PIB voltou a crescer, depois de dois anos de recessão. E a inflação caiu de 9,3% para 2,7%.

         Hoje, o dólar continua caro e os juros seguem elevados por causa da lambança anunciada nas contas públicas e pelo festival de declarações equivocadas.

Como este contraponto dele, presidente. Ataca a independência do BC e depois diz que o “seu” BC foi bem porque atuou com … independência.

Pô, presidente!

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista  


sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Liberdade perseguida - Revista Oeste

Redação Oeste 

Alexandre de Moraes mantém superpoderes do TSE depois das eleições, continua a perseguir conservadores e dá sinais de que não vai parar 

Liberdade retida: o economista Marcos Cintra teve sua conta no Twitter suspensa | Foto: Reprodução/Twitter

 Liberdade retida: o economista Marcos Cintra teve sua conta no Twitter suspensa | Foto: Reprodução/Twitter 
 
No dia 20 de outubro, dez dias antes do segundo turno das eleições, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, aprovou uma resolução que concedeu poder imperial à Corte até o resultado das urnas.  
A partir daquele dia, o tribunal passou a decidir o que pode ou não ser publicado nas redes sociais, sob pena de remoção de conteúdo sem direito à defesa e envio do caso à Polícia Federal. A data marcou o retorno da censura ao país, extinta desde o fim do regime militar na década de 1980.
 
 
 Edição 138 
 

Durante a votação, chamou a atenção o voto envergonhado da ministra Cármen Lúcia, que até então era lembrada pela célebre frase “Cala a boca já morreu”. Ela aceitou a aplicação da censura proposta por Alexandre de Moraes, mas reconheceu que aquele poderia ser um passo no escuro.“Este é um caso específico e que estamos na iminência do segundo turno das eleições.” disse. “A proposta de inibição é até o dia 31 de outubro para que não haja comprometimento da higidez, da segurança e da escolha do eleitor. Mas se, de alguma forma, isso se comprovar, se desdobrando para uma censura, deve ser imediatamente reformulada essa decisão.”

As eleições terminaram na noite do dia 31 de outubro. Mas a censura imposta pela caneta de Alexandre de Moraes se intensificou. Nas últimas duas semanas, ao menos sete deputados aliados do presidente Jair Bolsonaro, jornalistas e influenciadores digitais tiveram suas contas nas redes sociais suspensas.

Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo
Um dos casos mais esdrúxulos foi o do economista Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal e adversário do presidente nas eleições — foi candidato a vice na chapa de Soraya Thronicke. 
Cintra perdeu a conta no Twitter e teve de prestar um depoimento à Polícia Federal.
 
Qual o crime cometido? Cintra fez perguntas sobre o fato de algumas urnas em Roraima e São Paulo não registrarem nenhum voto para Bolsonaro no segundo turno. 
 Como ph.D. em Harvard e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirmou que o TSE devia “explicações convincentes”. 
Não questionou a legitimidade do pleito nem insuflou manifestantes a protestarem contra o placar das eleições.
Processo kafkiano
As decisões monocráticas de Moraes são sigilosas. Ou seja, os censurados são submetidos a um processo kafkiano não sabem do que estão sendo acusados, muito menos o que devem fazer para se livrar do processo.  
A única comunicação é enviada pelas plataformas, informando que as contas foram “retidas” por ordem do TSE. “Nós não podemos fornecer informações adicionais sobre o processo, nem dar conselho legal, mas você pode entrar em contato com um advogado para esse fim”, diz o Twitter.

Ele simplesmente fez um questionamento legítimo”, observou Roberto Delmanto Junior, advogado de Cintra. “Qualquer cidadão tem o direito de fazer uma pergunta às autoridades públicas. Ele fez uma indagação ao TSE com base nos próprios dados fornecidos pela plataforma do tribunal. Estou absolutamente convencido de que não houve crime algum. O ministro Alexandre de Moraes justifica sua decisão dizendo que teria havido uma agressão ao TSE e que isso pode configurar crime contra o Estado Democrático de Direito e crime eleitoral. Mas isso não existe, até porque a eleição já tinha acabado.”

O argumento de Moraes é que há um movimento orquestrado por trás das manifestações populares que se espalharam desde o resultado das eleições. Ele classificou os protestos em frente a quartéis do Exército por todo o país como antidemocráticos o que recai na esfera da aberração jurídica que se transformou o inquérito perpétuo das fake news no Supremo Tribunal Federal.

Contudo, como nem Alexandre de Moraes nem os serviços de Inteligência das polícias (Civil, Militar e Rodoviária) conseguiram identificar líderes nas ruas, a opção foi calar perfis de quem comenta o assunto nas redes sociais. A regra é essa: quem questionar o processo eleitoral ou reconhecer legitimidade nos protestos em quartéis será tratado como criminoso.

“Aqueles que criminosamente não estão aceitando o resultado das eleições, aqueles que criminosamente estão praticando atos antidemocráticos serão tratados como criminosos”, disse Moraes, na semana passada

Nesta sexta-feira, 11, os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica divulgaram uma nota pública na qual defendem a garantia de manifestações pacíficas e condenam “restrições a direitos por parte de agentes públicos” e “excessos cometidos” em atos pelo País “que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública”.
 O documento, direcionado “às instituições e ao povo brasileiro”, é um claro recado ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral.

Sem citar nomes, a carta afirma que o papel das Forças Armadas é essencialmente assegurar o que a Constituição prevê, incluindo liberdade de pensamento, de reunião e o direito de ir e vir. Sobre o Legislativo, o texto diz que a Casa do Povo é o destinatário natural dos anseios e pleitos da população, “em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade”. [os atos são pacíficos = não colocam em risco a segurança pública nem impedem a circulação normal = alguns dos atos são realizados às margens de rodovias e em áreas públicas, não impedindo a circulação normal.]

Reações contra a mordaça
O Congresso Nacional, contudo, nunca foi tão covarde, permitindo em silêncio a perseguição e prisão de deputados. Diante do silêncio cúmplice do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), alguns parlamentares pressionam pela votação do Projeto de Lei 371/2022, que pode sustar os superpoderes do TSE. A articulação é liderada pelo senador gaúcho Lasier Martins (Podemos).

“Perduram no Brasil situações de notória censura de vários tipos, seja nas postagens, seja em perfis de pessoas, postagens que vêm sendo bloqueadas. Há um clima de intimidação, ameaça e medo. Perduram os riscos de punições pela autoridade que figura, no Brasil, hoje, como se fosse um imperador: o ministro Alexandre de Moraes” (Lasier Martins)

Martins é autor de um dos pedidos de impeachment de Alexandre de Moraes, que têm sempre o mesmo destino: a gaveta do gabinete de Pacheco.

No plenário do Supremo, a única voz dissonante até agora foi a do ministro André Mendonça, o mais novo integrante da Corte. “O papel de todos nós é de serenidade, de respeitar, de um lado, as manifestações pacíficas, e ao mesmo tempo buscar gerar uma pacificação no ambiente nacional que nos ajude a se desenvolver e olhar para o futuro numa boa perspectiva”, disse o ministro, que reconheceu como legítimos os protestos contra Lula.

O vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito, também reagiu na terça-feira 8. “Os patriotas resistem com coragem face ao ódio que faz com que a censura seja usada como arma covarde para buscar ameaçar o livre debate e os questionamentos democráticos.”

Consórcio aplaude a censura
Não é só para Alexandre de Moraes que a eleição não acabou. O consórcio da imprensa tem aplaudido a censura imposta a conservadores e liberais. Os Pravdas brasileiros tratam como propagador de fake news qualquer um que publique informações que contradizem as suas verdades. [os integrantes do tal consórcio desonram os Pravdas, quando muito merecem ser chamados de 'granma' - jornal oficial cubano, aguardado com ansiedade pelos cubanos, não pelo que contém e sim por substituit o papel higiênico - escasso na ilha.]  Numa nova modalidade do bizarro “despiora” e das manchetes adversativas, agora os títulos são multiadjetivados: “atos antidemocráticos golpistas de bolsonaristas”.
 
No portal UOL, por exemplo, é possível encontrar, em média, ao menos dez textos diários com ataques ao presidente, responsabilizando a equipe do ministro Paulo Guedes por um desastre econômico que pode ocorrer no governo Lula. Até o “Orçamento secreto”, criticado pela imprensa durante toda a campanha, foi rebatizado de “emendas de relator” imediatamente após o resultado das urnas
Outra novidade é o encantamento do consórcio com a criação de um ministério exclusivo para os “povos originários” leia-se índios. E com a escolha de nomes como o líder sem-teto Guilherme Boulos e o ex-terrorista Franklin Martins para a equipe de transição.

Foto: Reprodução/UOL

 

Foto: Reprodução/UOL

Outro retrato da falta de conexão de Brasília com as ruas ocorre nas Casas Legislativas. Na Câmara, o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), lulista de primeira viagem, decidiu homenagear Alexandre de Moraes. Mesmo sob forte protesto de colegas, aprovou um prêmio pela gestão no TSE.

A poucos quilômetros do Congresso, enquanto mais de cem caminhões chegavam a Brasília para ampliar a vigília de manifestantes, o petista Chico Vigilante, líder do sindicato da categoria, [Chico vigilante, vulgo chico gambiarra, pelo vício de se valer de gambiarras para consumir energia sem pagar nada à concessionário - na epoca a CEB; Pergunta-se: o busto proposto pelo deputado ocioso será ilumina com energia paga pelo deputado, paga por nós - contribuintes -  ou via gambiarra?] propôs na Câmara Distrital a colocação de um busto de Alexandre de Moraes na capital federal. “Ele merece um busto em cada praça, em cada recanto deste país, em função da coragem cívica que ele está tendo”, disse. É provável que Alexandre de Moraes não vá parar. Continuará a agir fora da lei.

Leia também “A direita está aí”

Redação - Revista Oeste


quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Como a CPI acabou, senadores querem levar o circo ao Supremo - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia 
 
Sete senadores da CPI do circo oficiaram à ministra Rosa Weber, do Supremo, um pedido para que o STF não arquive as denúncias que a CPI do circo fez contra Bolsonaro
Isso porque o Supremo sempre pede a opinião do Ministério Público, que é quem acusa, mas a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que é a número dois da PGR, respondeu dizendo que não achou nada para denunciar Bolsonaro, que não há o menor indício de crime. 
Aí os senadores, que eu imagino que sejam Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Omar Aziz, Otto Alencar, que já conhecemos lá daquela CPI – e ela foi ótima para conhecermos essas pessoas –, disseram que é a procuradora que tem de ser investigada, porque ela estaria protegendo presidente, dizendo que não há provas. 
 

Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros (da esquerda para a direita) na CPI da Covid.| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Então eu lembro que acabei de ver uma declaração do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, dizendo que aqueles que impediram o tratamento, e ao impedirem levaram à morte milhares de pessoas, têm de ser punidos. E que a punição chegue, ainda mais agora que temos a manifestação de Harvard a respeito do tratamento precoce
Já tínhamos a prova do tratamento lá em Itajaí, com a doutora Lucy Kerr,  92% de resultado, e mesmo assim impediram.  
Os meios de comunicação também disseram que não havia tratamento. Para que enganar as pessoas? Vejam a quantidade de vidas que poderiam ser salvas, esses senadores da CPI deveriam estar preocupados com isso, com o futuro, porque não podemos esquecer do que foi feito conosco.
Rodrigo Pacheco no reino da fantasia
Em um evento na Procuradoria-Geral da República, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, falou em preservação e garantia da democracia, com aquela platitude que lhe é peculiar. 
Ele diz frases sobre democracia e fica parecendo o conselheiro Acácio, personagem do Eça de Queirós, porque ele teria de dizer onde está o perigo à democracia, mas nunca diz. Pacheco é advogado; ele sabe que o artigo 220 da Constituição, que trata da liberdade de expressão e da vedação à censura, não é respeitado
Ele sabe que o artigo 127 não foi respeitado; nem o direito ao devido processo legal foi respeitado no inquérito do fim do mundo; ele sabe que cláusulas pétreas que são irremovíveis, a não ser por uma constituinte original – foram desrespeitadas até mesmo por prefeitos durante a pandemia. Direito de ir e vir, liberdade de reunião, liberdade de culto...

Pacheco sabe que os artigos 52 e 53 foram desobedecidos, que a inviolabilidade do mandato parlamentar por quaisquer palavras foi desrespeitada, um parlamentar é preso à noite, em casa, contra a inviolabilidade do domicílio. Todo mundo sabe disso, mas Rodrigo Pacheco se cala. O pecado da omissão é um dos mais graves. E ele saiu em férias, foi para Orlando, que é um mundo de fantasia. Talvez seja isso... ele foi com dois seguranças e teve 13 diárias para cada um, mais as passagens de ida e volta – certamente ele foi de classe executiva. Encontrei aqui na Gazeta do Povo. Interessante isso, porque somos nós que pagamos essas viagens.

5G vai chegando a cada vez mais capitais
Por fim, só para o pessoal que está nas cidades ficar sabendo, desde terça já tem 5G em Curitiba, Goiânia e Salvador. 
Até o fim do mês vai ter em Florianópolis, Palmas, Rio de Janeiro e Vitória. O 5G já está desde o início do mês em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. 
Até o fim de novembro, chegará às outras capitais. E assim vai se estendendo o 5G, com supervelocidade digital para o Brasil inteiro.
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Um supremo ministro - Turnê mundial - Luís Ernesto Lacombe

 Com sua voz aveludada, ele está em turnê mundial: Harvard, Oxford, Lisboa... Fala de forma silabada, bem explicadinho. Tem o “s” chiado dos cariocas, mas, de vez em quando, tende ao sibilo
Estica as vogais, e fala, fala, fala... Sempre entre os seus, claro. E se irrita quando é pego na mentira por alguém “infiltrado”. Ele roda o mundo, roda a baiana. São tantos convites... Desde que não haja quem o interpele, ele topa.

 

Detalhe da estátua da deusa Têmis, diante do prédio do STF, em Brasília.| Foto: Gervásio Baptista/SCO/STF

É uma espécie de presidente do clubinho: todos contra Bolsonaro. 
É um juiz que tem lado, que tem inimigo declarado. E são fascistas todos aqueles que não pensam como ele. Falta de civilidade, sei... É professor, é contador de histórias, diz que a ditadura na Venezuela é de direita, que a Justiça Eleitoral no Brasil é o máximo, infalível, que Cesare Battisti é um santo; João de Deus, [o ex-médium estuprador] transcendental.

Ele não aceita críticas ao STF, mas sente-se à vontade para falar mal da Suprema Corte dos Estados Unidos. Qualquer decisão contrária à sua agenda será sempre ilegítima. A Constituição pouco importa [curte falar mal do Brasil em suas 'palestras' no exterior.]

Finge mal, e finge aos seus, que fingem também. Todo mundo finge. Ele é tão espirituoso, tão do bem, é uma farsa total. É engraçadinho, canastrão. 
Salvou a democracia, com seu poder sedutor trabalhado no leite de rosas
 Gosta de ambientes “patrióticos e fraternos”, nos quais ninguém fala da censura a veículos de comunicação, da prisão de jornalistas, de parlamentar, do banimento de contas em redes sociais, de inquéritos ilegais... Essas coisas que o Supremo apronta.

Ele não aceita críticas ao STF, mas sente-se à vontade para falar mal da Suprema Corte dos Estados Unidos. Tem uma agenda de fantasia, para imposição de um comando global. Quer menos gente no mundo, é tão bonzinho. E qualquer decisão contrária à sua agenda será sempre ilegítima. A Constituição pouco importa.

Já atropelou processo legislativo, não se cansa de questionar decisões do Executivo e, mesmo assim, continua enxergando apenas “raríssimos casos de ativismo judicial no país”.  
Ele é uma graça, não perde um evento contra o presidente da República. 
Tem a sua turma, os seus garotos-propaganda, todos apoiadores do “descondenado” Lula. Trocam condecorações, suspiram juntos, afagam-se...
 
Não há equilíbrio, não há isenção. Contra o inimigo valem todas as armas, toda artimanha. 
Não há mais julgamento, a condenação foi estabelecida. 
Não é juiz, é justiceiro, é parcial, debocha da integridade, da neutralidade.  
Está por aí, em turnê mundial, querendo cortar cabeças, com toda delicadeza. 
Já tirou a venda dos olhos, se desfez da balança que carregava em uma das mãos... 
E o que pode fazer com a espada que lhe resta é mesmo assustador.
Luís Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Ex-juiz - Processo movido contra Moro é cruelmente absurdo - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia   

Ex-juiz Sergio Moro está sendo processado na Justiça Federal de Brasília por iniciativa de deputados do PT

Não é piada e nem ficção o que eu vou contar para vocês. Um grupo de deputados do PT entrou na Justiça, mais exatamente na 2ª Vara Federal Civil de Brasília, pedindo indenização ao ex-juiz Sergio Moro por ele supostamente ter causado prejuízos à Petrobras. É isso mesmo, é real!

O prejuízo teria sido causado pelo julgamento dos corruptos do petrolão, que dilapidaram a Petrobras, que desviaram recursos, que usaram superfaturamento para beneficiar partido político. E a culpa agora é de Sergio Moro, estão cobrando dele.

O ex-juiz disse que isso é uma inversão de valores. Garanto que vocês nunca iam imaginar que chegaria nesse ponto, mas chegou. É ridículo, risível e cruelmente absurdo. Significa mesmo uma total inversão de valores.

Briga no Conselho do MP

Como vocês sabem, o Ministério Público é o guardião da lei e é essencial para a Justiça, segundo o artigo 127 da Constituição. Denuncia a ocorrência de crimes e tem a iniciativa de denunciar momentos em que as leis não são cumpridas.

Pois deu um "pega pra capar" no Conselho Superior do Ministério Público Federal entre o procurador-geral Augusto Aras e um dos 70 sub-procuradores gerais, o Nívio de Freitas. Aras disse em determinado momento que não poderia admitir "essa bagunça" durante a sessão. Freitas se sentiu atingido e disse que se o procurador-geral quisesse respeito que então o respeitasse também. Mas Aras respondeu dizendo que ele "não é digno de respeito".

Nesse momento, Aras se levantou em direção a Nívio de Freitas e um segurança passou correndo em frente da câmera que registrava tudo para conter os ânimos. A TV Justiça, que veio para mostrar o brilhantismo das mentes, das gravatas e dos ternos, também mostra esse tipo de coisa.

Como mostrou lá atrás algumas brigas entre os ministros do STF Luis Roberto Barroso e Gilmar Mendes, por exemplo. E as reações do ex-ministro Joaquim Barbosa a certos absurdos lá dentro do Supremo. Foi triste esse episódio no Conselho do MP.

Mudança na Petrobras
O presidente Jair Bolsonaro quis mostrar ao mudar de novo a direção da Petrobras que não pode interferir nos preços da empresa, mas ainda tem a prerrogativa de indicar o presidente da companhia, como representante do maior acionista, a União.

E quis mostrar também que, depois de 40 dias lá dentro, o atual presidente da Petrobras não mexeu uma palha para baixar os preços do diesel e do gás de cozinha, principalmente. Então o jeito era trocar o presidente de novo e ele fez isso.

Agora vai entrar lá um dos auxiliares próximos do ministro Paulo Guedes, que coincidentemente é secretário da desburocratização. Caio Paes de Andrade, que é formado em Harvard e foi do Serpro, vai assumir a presidência da Petrobras assim que o conselho da estatal confirmar.

De Davos, na Suíça, onde participa da reunião da Organização Mundial do Comércio, Paulo Guedes disse que quem dita preço é a Petrobras, a diretoria-executiva e seu conselho. O governo não pode, por lei, interferir nos preços da Petrobras. Está na lei da sociedades anônimas e é uma exigência para empresas com ações na bolsa, tanto aqui no Brasil como em Nova York.

Quem não se lembra da indenização que a Petrobras teve que pagar aos acionistas americanos pelas corrupções que aconteceram dentro dela. Isso não acontece mais e não pode acontecer.

Bate-cabeça continua
O PSDB adiou agora para 2 de junho a definição sobre para que lado vai na campanha eleitoral. Talvez queira lançar o ex-governador gaúcho Eduardo Leite para presidente agora que João Doria desistiu. E o MDB, que tem como parceiro o Cidadania, anunciou que vai apoiar a senadora Simone Tebet.

Mas ninguém sabe se é isso mesmo porque há vários MDBs
. São federações estaduais partidárias: o MDB do Nordeste quer Lula; o do sul e do centro-sul quer Bolsonaro. Então, estão em cima do muro, assim como os tucanos estão em cima do muro desde que existem.
 
Alexandre Garcia, colunista - VOZES - Gazeta do Povo  
 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

A lavagem cerebral nas salas de aula - Revista Oeste

Ilustração: Shutterstock
Ilustração: Shutterstock

Durante a transmissão, Hallal chamou Bolsonaro de “defensor de torturador” e o “único chefe de Estado do mundo que não defende a vacinação contra a covid-19”. Não ficou por aí. O pró-reitor Eraldo Pinheiro tomou a palavra e qualificou o presidente de “sujeito machista, homofóbico e genocida, que exalta torturadores”.

14 de dezembro de 2020. Escola Municipal Guerino Zugno, em Caxias do Sul (RS). A professora Monique Emer se lamentava em sala de aula porque Pepe Vargas, candidato do PT, perdera a disputa pela prefeitura do município. Vargas foi ministro do Desenvolvimento Agrário da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em um áudio vazado, Monique declara aos alunos: “Da direita, quanto mais morrerem de covid-19, aids, câncer fulminante, melhor. Já que a gente não pode fuzilar, então que vão à praça fazer bandeiraço e, se Deus quiser, morram tudo de covid. Adultos, mulheres, idosos e crianças. Não vale um, não se salva um”. 

Em seguida, a educadora fez uma publicação em sua conta no Facebook defendendo a necessidade de “canalizar a revolta incendiária de estudantes” em prol de pautas de esquerda. “Onde está a resistência?”, perguntou a professora. “Barricadas? Incêndios? Mobilização popular?” Dias depois, Monique foi afastada do cargo pela Justiça.

“Esse imbecil ganhou porque a maioria votou”
Professores deveriam ensinar suas matérias e não usar a influência que têm sobre os alunos para fazer doutrinação político-partidária. Mas isso não impede que eles ajam para influenciar diretamente os estudantes, inclusive nas escolas particulares.

Abril de 2019. Um professor de geografia ataca o presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores. “Já pararam para pensar que esse imbecil ganhou porque foi a maioria que votou?”, pergunta o docente à classe, que se manteve em silêncio. “Mas sabe o que é pior? É quando a maioria que ganha quer que a outra parte se foda. Se a maioria ganha e quer ajudar o resto, é uma coisa, mas quando a maioria ganha e quer que o preto se ferre, o pobre se ferre, o gay se ferre e a mulher se ferre, aí é pior que uma ditadura.” Ele foi demitido depois de o vídeo ser publicado nas redes.

Na semana passada, outro caso chocou o país. A indígena Sônia Guajajara, ex-PT e atual Psol, ex-candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos, dava uma palestra na Escola Avenues, em São Paulo, que cobra mais de R$ 12 mil de mensalidade de seus alunos.

Previsivelmente, a política psolista atacava o agronegócio brasileiro e o governo federal. Um estudante pediu a palavra e expôs seu ponto de vista, o que não agradou ao professor Messias Basques.

A arrogância do fake Harvard
O professor constrangeu o aluno diante de uma plateia de 300 estudantes. “A minha recomendação é a seguinte: respeite-me, porque sou doutor em Antropologia”, disse. “Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard.”

A plateia, formada por adolescentes, aplaudiu a arrogância do educador. Basques, na verdade, não tem diploma na universidade norte-americana de Harvard, mas apenas o certificado de um curso on-line que custou US$ 250. 

Uma das vítimas preferidas dos redatores dos livros didáticos é o agronegócio

Na sequência, Guajajara retomou sua apresentação e criticou “fazendeiros”, que, segundo ela, ocupam terras que deveriam ser redistribuídas para a população: “É preciso democratizar o acesso às terras”. Em carta, o aluno manifestou seu descontentamento. “Falar do agronegócio de maneira tão pejorativa, para uma audiência de 300 pessoas, deixou-me extremamente ofendido”, ressaltou. “Os pais dos meus amigos trabalham no agronegócio, minha família vem da agropecuária.” [a índia Guajajara deveria começar a democratização distribuindo para os brasileiros a imensidão de 'terras indígenas' que eles possuem e não trabalham nelas - dividindo a área total de terras indígenas no Brasil pelo número de índios, resulta mais de 4.000 hectares/índio. Um hectare equivale a um campo de futebol.]

Até o momento, o professor Messias Basques continua integrando o corpo docente da escola, apesar de manifestações de repúdio de diversos pais. A instituição emitiu uma nota minimizando o ocorrido.

100% de doutrinação
A doutrinação em sala de aula começa nas páginas dos livros didáticos, cujo conteúdo é elaborado por professores universitários — a maioria com viés de esquerda. O cientista político Fernando Schüler, professor do Insper, conta o que descobriu, em 2016, ao se debruçar sobre os principais livros didáticos do Brasil, com o objetivo de responder à pergunta: há ou não doutrinação ideológica nesse material?

“Dos dez livros que analisei, 100% tinham um claro viés ideológico”, disse Schüler, numa entrevista a Oeste. “Não encontrei, infelizmente, nenhum livro ‘pluralista’ ou particularmente cuidadoso ao tratar de temas de natureza política ou econômica. São todos livros mancos. E sempre para o mesmo lado.”

Além do capitalismo e do conservadorismo, uma das vítimas preferidas dos redatores desses livros é o agronegócio, retratado como um vilão da natureza. Essa visão distorcida da realidade origina-se do estrabismo marxista sobre vários aspectos da sociedade, constatou o professor Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo. “Existe um predomínio do pensamento de esquerda nas Ciências Humanas no Brasil e no mundo ocidental”, afirmou Aguiar. Para ele, a esquerda conseguiu vencer no campo ideológico-cultural, apesar da queda do Muro de Berlim, muito em razão da propaganda bem-sucedida. “Isso atinge as escolas, porque os professores são educados com base nessa formação.”

Essa deformação do ensino do agronegócio foi o estopim para a criação do De Olho no Material Escolar. O movimento começou quando a produtora rural Letícia Zamperlini presenciou as aulas on-line da filha de 10 anos durante a pandemia. Entre outras coisas, o setor era apresentado às crianças como responsável pela miséria de povos indígenas. “São inúmeros os exemplos”, contou Letícia, numa reportagem de Oeste. “Todo mundo que nos procura tem uma história para contar. Se você está perto e olha o material escolar, mesmo não sendo do agro, percebe o tom negativo e uma ausência de referências científicas. Não vemos citações da Embrapa, do Ibama ou de órgãos confiáveis.”

Hoje, são mais de 4 mil simpatizantes e centenas de associados espalhados por dez Estados brasileiros. O grupo já se encontrou com representantes dos ministérios da Educação e da Agricultura, além de ter conseguido das editoras a promessa de revisar os livros didáticos. Há duas semanas, um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu produtores rurais, diretores de escolas e representantes das principais editoras do país.

A tirania da minoria
Para Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, as universidades são dominadas pela esquerda em virtude de um processo complexo e demorado de ocupação de espaços. Como a classe intelectual é a responsável por formar diversos ramos da sociedade, a exemplo da classe política, a visão de mundo da esquerda acaba sendo hegemônica. “São esses acadêmicos que escrevem e controlam a qualidade dos livros didáticos, por exemplo”, explica. “Não tem como dar certo.”

Resolver um problema dessa magnitude leva tempo. A presidente do Instituto Livre pra Escolher, Anamaria Camargo, apoia a criação de instituições de ensino com diferentes vieses filosóficos, religiosos e outros focos pedagógicos, como o sistema STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português). “Devemos garantir a liberdade das famílias para que possam escolher aquela que está de acordo com seus valores”, disse. [a praga do maldito esquerdismo progressista encontra campo fértil mais na área de Humanas.]

Nesse modelo, Anamaria defende a criação de um sistema de vouchers, em que cada família possa usar o valor do recurso estatal que cabe à educação do seu filho no colégio de sua escolha, como na Holanda. “Enquanto couber ao Estado e àqueles que dele vivem, como sindicatos, escolher as ‘vozes’ que devem ser elevadas e as que devem ser caladas em todas as escolas, jamais teremos uma real pluralidade de ideias.”

Os “líderes geniais das massas”
Cláudia Costin, especialista em educação e ministra da Administração do governo FHC, critica a formação de professores e defende a ideia de que o primeiro passo para alcançar uma escola plural é ensinar os educadores a praticarem, em sala de aula, o debate livre de ideias. “Na escola, sempre houve a tentação de doutrinar”, afirma Cláudia.

A especialista advertiu que esse cenário acaba empobrecendo a produção intelectual dos educadores, a exemplo dos livros didáticos, que oferecem uma visão muito limitada da realidade. “Sobretudo os de geografia”, observou, ao mencionar o agronegócio sendo retratado como inimigo. “Não se deve demonizar um setor da economia que gera renda e emprego.” 

Ela defende ainda a ideia de que haja uma abordagem mais ampla dos assuntos, que possa oferecer os dois lados da moeda para o aluno, sem ocultar fatos ou tentar prejudicar determinada pauta. “Precisamos fugir da ‘verdade única’. Educação é formar pensadores autônomos e não pessoas que vão seguir ‘líderes geniais das massas’.”

Leia também “A esquerda sempre foi adepta do regime ditatorial”

Cristyan Costa, colunista - Revista Oeste


sexta-feira, 15 de abril de 2022

O lamentável cala boca de professores contra a divergência de pensamento - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo

Doutrinação

Em ano eleitoral, famílias relatam preocupação com aumento da doutrinação ideológica em sala de aula

Há alguma coisa definitivamente errada com o país quando as salas de aula se transformam em delegacias de polícia, os professores viram sargentos da tropa de choque e os alunos são tratados como criminosos. É o que está acontecendo no Brasil de hoje, do ensino médio ao ensino universitário, sob o silêncio e com a cumplicidade das autoridades responsáveis pela educação dos nossos jovens.
 

Convidada por professor, Sonia Guajajara, filiada ao PSOL, trouxe diversas manifestações políticas pessoais em palestra a alunos da escola Avenues - Foto: Reprodução

[não esqueçam que o professor ao efetuar o convite não levou em conta que o Colégio Avenues cobra mensalidade de R$ 12.000,00 - o que deveria conceder aos alunos, no mínimo, o direito de assistirem palestras em que não fossem apresentadas, e envaidecidas, posições políticas pessoais.] Cada vez mais os professores agem como militantes políticos de esquerda e conduzem suas classes como células de ação partidária. 
Exigem obediência dos alunos não em questões didáticas ou disciplinares, mas em relação aos mandamentos ideológicos que pregam nos seus cursos. Punem os que expressam ideias próprias ou, até mesmo, os que queiram exercer os seus simples direitos civis. Estão comandando a maior lavagem cerebral já vivida pelo sistema de ensino no Brasil, público ou privado.

Ainda agora, em mais um surto de repressão aberta, um professor da Universidade de São Paulo chamou os agentes de segurança do campus para tirarem da aula, à força, um aluno que estava sem máscara seu direito líquido, certo e indiscutível, já que por lei, no estado de São Paulo, o uso de máscara só é obrigatório nos hospitais e nos transportes coletivos.

Mas a máscara, hoje, é um sinal público de “resistência política” ao presidente Jair Bolsonaro e ao seu governo; há gente que usa sem pensar em nada disso, é claro, mas para o militante esquerdeiro virou um item indispensável da indumentária de todos os dias. O professor em questão exigiu que o rapaz usasse o uniforme de sua fé – e quando ele quis valer os seus direitos, chamou a polícia. “Sou um servidor público”, ameaçou. Ou obedece ou vai preso. Os alunos da classe, em vez de darem força para o próprio colega, ficaram ao lado da repressão. É como está o ensino superior no Brasil em 2022.

É óbvio que esse ato de demência não aconteceu em nenhum curso de matemática, engenharia, física ou nada que se relacione às “ciências exatas” onde os alunos não fazem greve, os professores são obrigados a ter conhecimentos verdadeiros sobre o que estão falando, e o ensino se destina a dar algo de realmente útil à sociedade que está pagando por ele.

O episódio aconteceu nas “humanas”, num curso de “Gestão de Políticas Públicas”, e quem chamou a Guarda Universitária para expulsar o aluno é um professor de “Sociedade e Estado”. O que poderiam ser esse curso e esse professor? Só os interessados sabem; faz parte da prodigiosa, e caríssima, empulhação que arruína a qualidade da universidade brasileira de hoje, onde se multiplicam cursos dematemática negra”, ou de “vestimentas indígenas”, ou sobre como mascar chicletes, ou sobre qualquer disparate que forneça empregos para professores e funcionários vindos do universo de “esquerda”.

Pouco antes disso, no que vai se tornando uma rotina, um professor de antropologia também de São Paulo – “antropologia”, é claro, do que mais poderia ser? agora da escola privada Avenues, que cobra mensalidades de R$ 12 mil reais, mandou um aluno calar a boca em plena classe, pela pura e simples infração de discordar de algo que estava ouvindo. “Eu sou um doutor em antropologia com especialidade em Harvard”, disse ele – o que é mentira: ele nunca recebeu qualquer diploma ou título de Harvard. “No dia em que você souber tudo o que eu sei, aí você pode se manifestar”.

Não se trata apenas de repressão grosseira, retrógrada e covarde, com o uso velhaco da posição de “autoridade” para intimidar um garoto de ginásio. É, também, a negação dos princípios mais elementares da atividade pedagógica, ao punir um aluno que tenta expressar um ponto de vista pessoal. E por que isso tudo? 
Porque o doutor em antropologia tinha trazido a líder indígena profissional Sonia Guajajara, militante aberta do PT e da esquerda, para fazer uma palestra de denúncia do agronegócio.

Segundo a sua ladainha de sempre, a agricultura e a pecuária brasileira estariam “destruindo” o Brasil e o planeta. É o contrário do que deveria ser: convites como esse são para dar aos jovens uma oportunidade de ouvir colocações imparciais, objetivas e científicas sobre os temas atuais. Um aluno quis discordar; o mundo caiu em cima dele.

Os pequenos tiranos do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP e da Escola Avenues foram deixados em perfeita paz; continuarão a agir exatamente como agiram
Tudo bem, talvez, com a Escola Avenues – se os pais querem tirar R$ 12 mil do seu bolso, todos os meses, para pagar os ensinamentos da índia Guajajara, problema deles. 
No caso da universidade pública, é o cidadão brasileiro que está pagando a conta, com os seus impostos de cada dia.
 
J. R. Guzzo, colunista -  Gazeta do Povo - VOZES