Quem examinar em detalhes a marcha dos acontecimentos políticos, econômicos, sociais e morais no Brasil, limitado ao período compreendido entre 31 de março de 1964, e o corrente mês de fevereiro de 2021, certamente observará profundas mudanças, para pior, de 1985 em diante, a partir da “famigerada” Nova República, com a posse de José Sarney, em 1985.
Desse momento em diante,o país “degringolou” completamente ,a
esquerda tomou o poder e aparelhou o país de cabo-a-rabo,não deixando de ocupar
todos os espaços, a começar pelo próprio Estado, suas instituições, e pelas leis
que editou, inclusive a sua “obra-prima”, a Constituição de 1988, que tornou o
país absolutamente ingovernável e “amarrado” a esse “aparelhamento” que tranca
o desenvolvimento...
Mas desde o momento em que se pudesse pensar que a posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019, iria mudar os rumos do país em relação à destruição deixada pela esquerda, na expectativa de que abandonasse o espírito predatório e entreguista desses governos de esquerda, aproximando-se mais das virtudes do antigo Regime Militar instalado em 1964, para surpresa geral o novo governo não conseguiu imprimir o rumo de governo que havia prometido na campanha eleitoral, ficando mais “governado”, pelo maldito aparelhamento do estado que herdou,do que “governante” propriamente dito.
Mas o “pulso” que teve o Regime Militar para bem governar não se repetiu com a eleição de Bolsonaro, que acabou totalmente refém da esquerda infiltrada em todos os Três Poderes, sabotando e boicotando tanto quanto possível o seu governo.
Talvez a mais importante obra do Regime Militar tenha sido o espírito “nacionalista” que conseguiu imprimir nos seus 5 (cinco) governos, de 1964 a 1985, sempre buscando valorizar ao máximo possível a produção nacional, sem alijar, contudo, a colaboração de tecnologias e capitais “importados”, mas sempre num plano “subsidiário”, e desde que não conflitantes com os mais altos interesses nacionais.
Foi a época do nacionalismo exacerbado, talvez só superado na “era” Getúlio Vargas (1930 a 1945), com o surgimento do industrialismo nacional em substituição às importações, da siderurgia,da exploração do petróleo,da proteção mínima ao trabalho,do urbanismo, e do surgimento da classe média,dentre outros grandes feitos.
Mas o “semi”,e talvez “falso”, regime militar, [sic] encabeçado pelo Presidente Bolsonaro e sua clã de colaboradores,principalmente generais, “colhidos” das Forças Armadas, seja da reserva, seja do serviço ativo, longe estão de se inspirar nas políticas nacionalistas de Getúlio Vargas e dos governos do Regime Militar.
Na verdade, tanto no processo das privatizações, quanto na transferência de empreendimentos brasileiros privados a interesses estrangeiros,o “filet mignon” da produção econômica brasileira está sendo entregue quase de “graça” aos capitais estrangeiros, e essas políticas de mais “doar”,do que “vender”, a própria “alma” produtiva nacional, se adequam muito mais aos acontecimentos dos períodos de governos de FHC,Lula,Dilma e Temer, do que aos de Getúlio Vargas e do Regime Militar “autêntico”.
Particularmente as enormes “poupanças” chinesas acumuladas em grande parte sob o regime de exploração escrava do seu povo, já compraram e continuarão comprando “metade” do Brasil,em terras, empresas, concessões públicas, e tudo mais que possa interessar-lhes,como já fizeram em diversas outras partes do mundo, especialmente no Continente Africano. E isso, com certeza, jamais seria consentido pelo antigos generais do Regime Militar.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo